Publicação de Guilherme Soares Zanella

Ver perfil de Guilherme Soares Zanella, gráfico

Roteirista / Redator

Em determinado trecho, o autor da matéria abaixo destaca a mudança de perspectiva do mercado Hollywoodiano. Se na década de 1990 e começo dos anos 2000 as "grandes apostas de alto risco", com perspectivas de ganhos a longo prazo, eram a norma, hoje vivemos a era das instituições financeiras ditando planos a curto prazo (ligadas 100% aos avanços trimestrais) e nada dispostas ao risco natural do nosso setor (não há nada certo na criatividade). "A única coisa que importa é a próxima reunião do Conselho. Não existem mais decisões pensadas para benefícios a longo prazo", é um trecho que resume muito bem o ponto. No início da matéria, o autor conta um pouco da trajetória de Alena Smith, criadora da série "Dickinson" que acabou por ser exibida na Apple+. Num jogo de "se você desenvolver, talvez a gente banque", Smith investiu tempo, dinheiro e esforços em uma série que ela acreditava estar sempre no limite do cancelamento, até descobrir que "Dickinson" veio a se tornar a série mais assistida da Apple em sua segunda e terceira temporada. Uma hora ela desistiu. Como uma pessoa com tanto talento e sucesso vive a insegurança de toda essa instabilidade? Eu faço essa pergunta pensando na Alena e em vários profissionais talentosos do Brasil também. Posso estar louco, mas vejo claramente um pouco da reverberação aqui dessa mudança estratégia que acontece lá. Menos salas, mais apostas "certas" (e confortáveis, para o maior público possível), recrutamento apenas de profissionais com grande experiência em plataformas, pouca margem para ideias novas, pouca margem para apostas em novos talentos. No meio disso tudo, penso sobre o tópico do "controle". Se um dia pensamos ter alguma perspectiva e controle sobre nossas carreiras, vejo esse controle indo embora. Dos meus amigos bem estabelecidos no mercado, raros são aqueles em apenas um trabalho, podendo se dedicar integralmente a ele. A lógica é: fazer a sala terminando o freela, fazer o freela prospectando outros. Dizer um "não" é colocar em risco os próximos meses. Quando será que vai surgir outra? A outra solução é ganhar editais. Pois sim, "ser excepcional nesta oportunidade" é um plano, como se fosse fácil. Gostaria de perguntar: como vocês organizam sua carreira hoje? Que caminhos enxergam e que estratégias estão tomando? Um novo e melhor ciclo se aproxima ou vamos nos preparar para o pior? Peço desculpas pelo desabafo e, como muitos, aproveito para compartilhar este magnífico texto: https://lnkd.in/d_3udNsY

The Life and Death of Hollywood,

The Life and Death of Hollywood,

https://harpers.org

Luiz Ofélio Dorini

Filmmaker | Editor de Vídeos | Motion Designer

2 sem

Vindo da ótica hollywoodiana, há uma crise de criatividade e uma forte onda de remakes/reboots e continuações, muito incentivado pelos executivos e investidores. Contudo, creio que isso não será duradouro, vemos atualmente manifestações da classe (roteiristas) e outros setores a favor da criatividade e originalidade nas produções, tanto decorrente do surgimento das IAs de escrita, quanto de contratos abusivos de imagem com atores. As últimas greves já mostram o descontentamento com o atual mercado. Nos anos 60 e 70, houve uma revolução na forma como se produzia filmes na Hollywood clássica, grandes nomes surgiram, tais como Martim Scorsese, Francis Ford Coppola, Steven Spielberg e outros adventos do movimento da Nova Hollywood. Talvez estejamos agora mais uma vez entre eras, uma transição que vai mudar o mercado novamente. Hollywood pode até acabar, mas o cinema não.

Luiza Oli

Direção de Arte | Cenografia | Figurino | Produção | Gestão de Projetos | Audiovisual, Cultura e Eventos

2 sem

Eu sou nova no mercado, ainda tentando cavar meu lugar, mas já percebi que é/está insustentável pensar em trabalhar só no audiovisual. Hoje tenho muitas frentes, estudo pra concursos, trabalho em alguns eventos, vendo coisinhas em brechó online… Isso tudo enquanto estudo e me aprofundo mais nas minhas áreas do audiovisual, aplico pra vagas, tento criar conexões aqui no LinkedIn e coordeno o coletivo CineMotim Produções com uma amiga, onde produzimos curtas, videoclipes, eventos culturais de forma independente e aplicamos pra vários editais. Fiquei cansada só de escrever rs. Faço tudo isso hoje esperando que uma mudança venha vindo no audiovisual e que eu possa me organizar melhor profissionalmente no futuro.

Alexandre Perez de Andrade

Cinema | Editor de vídeo | Social media | Roteirista

2 sem

Hoje eu sou um roteirista iniciante que tá finalizando a pós-produção de um curta universitário de suspense e terror elogiado por pessoas do mercado que eu conheço. Minhas perspectivas enquanto pessoa que pensa construir carreira no universo do suspense não são as melhores: HOJE o mercado cinematográfico brasileiro definitivamente não tá pensando em produzir esse gênero. Vejo Raphael Montes se aventurando nesse gênero com sucesso baixo de bilheteria (vide Uma Família Feliz), mas espero que ele e outros maiores consigam ampliar as janelas de oportunidade. Da minha oportunidade, já entendi que me produzir e me colocar em festivais é meu caminho pelos próximos anos

Ricardo Carvalho

Roteirista / Produtor ; 3º lugar na categoria Melhor Piloto do Série no concurso Meu Primeiro Roteiro 2023 da Roteiros e Narrativas

2 sem

Não sou otimista exatamente, mas isso é uma fase. IA não vai se tornar isso tudo que catastroficamos, por várias questões técnicas, artísticas e de consumo. Marvel, com suas fórmulas, já se esgotou e IA não foge disso. Sempre me coloquei contra o foco exagerado em combater IA e que deveríamos focar nas questões trabalhistas e de direitos autorais. A narrativa apocalíptica só ajuda quem manda. Ter trabalhadores desesperados facilita aos burgueses forçar contratos absurdos. Contudo, estou do lado do texto que precisamos nos unir de verdade e cada vez mais e mais. Mas o sistema força o oposto, vai no ego, principalmente dos que vem de berços de ouro, e estimula a tendência de panela. Força, camarada!

Hugo L. V. e Oliveira

Roteirista e Diretor Cinematográfico Independente

2 sem

Ninguém queria Star Wars até ter Star Wars e agora que deu certo SÓ QUEREM Star Wars. (isso nem é sobre star wars)

Ver mais comentários

Entre para ver ou adicionar um comentário