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Por André Ítalo Rocha — São Paulo


A britânica Bunzl, empresa global de logística e distribuição de produtos, fechou a aquisição da brasileira Lanlimp, que produz e distribui itens de limpeza, em mais um M&A de grupos estrangeiros se posicionando no Brasil. Só no último mês foram anunciadas mais de cinco operações do tipo.

A companhia está levando 70% da Lanlimp, em uma operação em cash, de valor não revelado. Os outros 30% seguem com os irmãos Leonardo de Oliveira Ghirlinzone da Rocha e Julio Cesar Ghirlinzone da Rocha Júnior, filhos do fundador Julio Cesar. A Bunzl vai mantê-los na direção da empresa, como costuma fazer em outros M&As.

A Lanlimp, que foi assessorada pela IGC Partners, fatura R$ 210 milhões por ano e tem cerca de 300 funcionários, num mercado ainda muito fragmentado. A empresa tem uma base operacional no Rio de Janeiro e um centro de distribuição em São Paulo, com cerca de 1,5 mil clientes em todas as regiões do país. São mais de três mil produtos de fabricação própria ou de parceiros, que incluem, por exemplo, o sabonete líquido, o papel toalha e o dispenser para esses itens.

No portfólio da Lanlimp, dispenser, sabonete e papel para banheiro de escritórios e shoppings — Foto: Reprodução IG
No portfólio da Lanlimp, dispenser, sabonete e papel para banheiro de escritórios e shoppings — Foto: Reprodução IG

Quando começou a procurar por um comprador, uma das condições da Lanlimp era de que a transação não fosse feita com uma concorrente nacional. Presente no Brasil desde 2008, a Bunzl já adquiriu companhias locais de diferentes ramos ligados à distribuição, desde negócios de equipamentos de segurança para trabalhadores até produtos para hospitais, e também de limpeza. A empresa é dona de marcas como Casa do EPI, SP Equipamentos, Vicsa, Net Suprimentos e Talge.

A aquisição da Lanlimp se soma a outras transações recentes de estrangeiras ingressando ou aumentando exposição no país por meio de M&A. A também britânica Britvic adquiriu a operação de bebidas da Globalbev, dona das marcas de energéticos Extra Power e Flying Horse; a Ferrara Candy comprou a Dori; a Shell incorporou a Prime Energy; e a francesa Loxam absorveu a baiana A Geradora, de locação de geradores de energia. As duas últimas também foram assessoradas pela IGC Partners.

Na bolsa, a americana Equifax concluiu a compra da Boa Vista, neste caso anunciada há mais de um ano, e a Sinqia anunciou sua incorporação pela Evertec, de Porto Rico.

Na avaliação de João Andrade, sócio da IGC, as operações refletem uma tendência que tem crescido no último ano de aquisições de caráter estratégico por empresas estrangeiras, ocupando um espaço dos fundos de private equity, que estão menos ativos. Além disso, ele vê o movimento como consequência de uma reorganização das cadeias de suprimentos no pós-pandemia.

"Com os problemas de escoamento causados pela pandemia, as empresas perceberam que o supply estava muito concentrado entre Índia e China. Agora, players americanos e europeus querem diversificar a dependência para outros países com menor exposição, e o Brasil tem capturado isso", disse ao Pipeline.

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