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Por — São Paulo


O custo dos medicamentos, a alta nos casos de dengue no país e os atritos na integração de novos ativos devem fazer mal à saúde Hapvida, na opinião do Goldman Sachs. O banco rebaixou a recomendação da rede de compra para neutra e reduziu o preço-alvo do papel de R$ 5,40 para R$ 4,80. De acordo com os analistas, a tendência desaceleração na criação de novos empregos também deve afetar a adição de clientes à companhia nos contratos corporativos.

Desde que o Goldman decidiu recomendar a compra do papel, em setembro do ano passado, as ações da Hapvida caíram 17% (enquanto o Ibovespa valorizou 10,8%). Os analistas atribuem o resultado a "tendências de curto prazo" na operação e ao momento ruim em termos de receitas para o setor de saúde como um todo, daí a revisão. Apesar da desvalorização, o banco não vê o papel descontado.

Hapvida: Desde setembro, ação acumula 17% de queda na bolsa — Foto: Reprodução/Site
Hapvida: Desde setembro, ação acumula 17% de queda na bolsa — Foto: Reprodução/Site

"Na nossa opinião, a avaliação atual parece justa no contexto das perspectivas de crescimento a longo prazo da empresa e das incertezas relativamente à execução da recuperação da rentabilidade", escrevem os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira. "Vemos vantagens limitadas em meio a riscos crescentes na trajetória da empresa em direção a margens maduras, especialmente em termos de custos."

Além de mencionar a alta nos preços de medicamentos e outros insumos no documento, o banco argumenta ainda que a forte criação de empregos no ano passado foi um dos fatores que impulsionou a expansão da base de segurados pelos planos de saúde da Hapvida. Agora, com a tendência de desaceleração nessa frente, um dos fatores positivos para a operação sai de cena.

A preocupação principal do banco é com o efeito da pressão de custos na melhora das margens. Nas estimativas dos analistas, a margem Ebitda ajustada deve ficar em 10,4% para 2023, pouco abaixo dos 10,6%. Para 2024, a expectativa é melhor, de 13% no indicador. Quanto à rentabilidade, a projeção é de um Ebitda de R$ 2,6 bi para o ano passado e que fique em R$ 3,6 bi neste ano. A companhia divulga o balanço de 2023 no dia 27 de março.

O banco também dedica uma parte do relatório à alta nos casos de dengue: foram 232 mil casos da doença em janeiro, contra 68 mil um ano antes. Embora o SUS e as próprias redes particulares estejam aplicando vacinas, ainda é difícil prever quando a situação deve se normalizar. Em 2018, a Hapvida falou em calls com acionistas sobre o impacto negativo que situações como essa podem desempenhar nas margens, mas não entrou em detalhes sobre a ordem de grandeza da pressão sobre os custos. Como as companhias não divulgam dados detalhados sobre isso, o banco tenta fazer suas estimativas.

A ação da companhia abriu o dia em queda, mas agora opera em estabilidade. O banco J.P. Morgan também divulgou relatório de atualização sobre a companhia hoje. Ainda que pontue que observa com cautela os fatores de risco da empresa, os analistas, neste caso, mantiveram a recomendação de compra. Além de pontos já citados pelo Goldman, o J.P. cita ainda investigações do Ministério Público de São Paulo em relação a operadoras de saúde por descumprimento de decisões judiciais para fornecimento de medicamentos e tratamentos a clientes.

O banco entende que o mercado ficou mais pessimista com o prazo para normalização dos patamares de sinistralidade, mas se mostra confortável com os níveis históricos de rentabilidade da empresa.

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