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Por Maria Luíza Filgueiras — São Paulo


Chu Kong está colocando na rua seu segundo fundo de private equity para o investidor de varejo de alta renda. O sócio da XP e ex-Actis quer levantar R$ 2,9 bilhões no XP Private Equity II com pessoas físicas classificadas como investidor qualificado (varejo com mais de R$ 1 milhão em patrimônio de investimento).

No primeiro fundo do tipo, lançado há dois anos, a XP levantou R$ 1,4 bilhão com mais de 5 mil investidores. A equipe de Kong partiu de um universo de 948 companhias, mergulho na análise de 155 para fazer proposta a 17 delas e escolher oito investidas: Vision One, Botoclinic, BrSupply, Pottencial, Will Bank, Alife Nino, AZQuest e Beyoung.

A reprecificação generalizada de companhias no mercado aberto nos últimos meses tem levado também a renegociações de valuation no mercado privado. Com juros altos para tomar dívida, a combinação ajuda os fundos de participação já capitalizados a encontrarem potenciais bons negócios. Para quem está captando, no entanto, a volatilidade e incerteza sobre economia local e global aumentam o desafio de atrair cotistas.

Chu Kong: pela Actis, ele comprou participação na XP; como sócio da XP, ele mira o middle market   — Foto: Claudio Belli/Valor
Chu Kong: pela Actis, ele comprou participação na XP; como sócio da XP, ele mira o middle market — Foto: Claudio Belli/Valor

No novo fundo, a XP sinaliza no prospecto que já tem em vista uma transação de controle em uma plataforma de saúde, que demandaria aporte de R$ 300 milhões, e discussões minoritárias em outras quatro companhias (duas também em saúde, uma de consumo e uma de tecnologia), o que já consumiria pouco mais de R$ 1 bi em capital.

Em tese geral, o fundo busca companhias de saúde, consumo, setor financeiro, agro e educação, que tenha receita anual superior a R$ 100 milhões, com margem Ebitda elevada.

O que importa no private equity é o desinvestimento do portfólio - a quanto o fundo consegue vender a participação acionária que comprou. Mas a gestora também tem destacado a valorização de 30% da cota em dois anos do primeiro fundo, já que existe a possibilidade de negociação no mercado secundário de um tipo de cota.

O modelo é semelhante ao que a XP está lançando agora. No novo fundo, a cota A tem tíquete mínimo de R$ 25 mil e possibilidade de negociação secundária, que é para dar saída a esse investidor antes do final do fundo. Na cota D, que tem tíquete mínimo de R$ 2 milhões, não há saída intermediária.

Kong busca tanto posições de controle quanto minoritárias em setores desenvolvidos que ainda possuem potencial de crescimento - onde o capital injetado pode dar escala - e pouca dependência ou interferência governamental. Na carteira do primeiro fundo, a rede de hospitais especializados em oftalmologia Vision One recebeu o primeiro e maior aporte até agora (R$ 293 milhões), o que ajudou a companhia a multiplicar por 10 a receita em dois anos - no ano passado, a companha levantou mais recursos em debêntures para seguir na estratégia de M&A.

O investimento mais recente do primeiro fundo de private equity de varejo da XP foi na AZQuest, onde o fundo colocou R$ 20 milhões na gestoras de recursos independente que tem sinergia com o negócio da XP - uma das estratégias consideradas por Kong.

Nesse meio tempo, o time de Kong também levantou uma Spac, no montante de US$ 200 milhões, em julho do ano passado. A tese é parecida mas, nesse caso, para encontrar um único alvo.

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