Publicado em 14/11/2023, às 08h00 por Marina Teodoro, Editora de digital | Filha de Ana Paula e Gilberto
O dia 14 de novembro foi escolhido para conscientizar a população sobre uma doença que afeta cerca de 537 milhões de pessoas no mundo: a Dibetes Mellitus. O assunto é bastante sério e não é uma exclusividade da vida adulta.
Crianças e adolescentes também podem ser diagnosticados com diabetes. Quando isso acontece, é natural que a família toda se envolva no processo do controle da síndrome. Mas além da atenção com a saúde física, é muito importante que você considere a saúde mental do seu filho na sua rotina de cuidados.
É preciso levar em conta que receber o diagnóstico de uma doença que interfere diretamente nas escolhas diárias pode assustar tanto pais quanto filhos. Afinal, são dezenas de decisões a mais no dia a dia que pessoas com diabetes precisam tomar só por causa da condição.
É preocupação com medicação, saber o que pode ou não comer, controlar o horário para dormir, fazer as contas da quantidade de insulina para injetar e muitos outros pensamentos que uma pessoa sem a doença não precisaria ter. E esse “peso” afeta diretamente a carga emocional de um paciente, seja ele adulto ou criança.
“É importante entender que toda decisão humana é tanto racional quanto emocional, e esse é um dos vários motivos pelos quais o diabetes pode ter um peso e uma sobrecarga emocional que vai ter impacto no cuidado e na evolução da doença”, explica o especialista em Neurologia Cognitiva e do Comportamento e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Dr. Fabiano Moulin. Segundo ele, a saúde mental inadequada também pode prejudicar os níveis de hemoglobina glicada e de glicemia dos pacientes.
Em um evento promovido pela farmacêutica Roche, para ressaltar importância sobre os desafios visíveis e invisíveis do diabetes e apresentar a primeira bomba de insulina sem fio do Brasil – a Minibomba Accu-Chek Solo, o neurologista fez um alerta sobre uma maior predisposição a desenvolver depressão e sofrer com ansiedade em casos de pessoas com diabetes.
Entender que a doença pode, sim, causar um estresse maior (e até desproporcional) no seu filho é o primeiro passo para ajudá-lo. “A raiva, o medo, a ansiedade tem motivos para existir, sobretudo no caso de um diagnóstico de diabetes. Mas não há motivo para essas emoções permanecerem e ‘sequestrar’ a vida dos pacientes”, tranquiliza o neurologista.
“A validação e o reconhecimento das emoções é o primeiro passo para o gerenciamento da saúde mental e, consequentemente, da condição”, aconselha ele, que indica o acompanhamento psicológico em toda consulta com o médico para avaliar a diabetes, além de estimular o contato com outras famílias com pessoas com diabetes para fortalecer a rede de apoio da criança e dos pais.
Saber que o filho tem diabetes pode representar uma quebra de expectativa grande para os pais, que podem lidar com essa frustração de um jeito que respingue nos filhos em forma de superproteção.
Na avaliação do especialista, o jeito que a criança vai encarar a doença depende da maneira que os pais a encaram. A superproteção acaba deixando a criança presa numa bolha, principalmente quando os pais sentem dificuldade de ‘passar o bastão’ – ou seja, controlam toda a doença sem explicar para o filho do que se trata e não estimulam a autonomia do paciente.
“Informação e conhecimento são essenciais para reduzir as incertezas e a ansiedade, que impactam na autonomia e liberdade dos pacientes”, finaliza Dr. Fabiano.
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