Gama Revista

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"Podcast da Semana" e episódios especiais em áudio da Gama Revista.

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Sabe gente que viaja para comer? Os sócios do restaurante Tuju, de São Paulo, Katherina Cordás, que é responsável pelo serviço e hospitalidade, e Ivan Ralston, que é o chef da cozinha, são exatamente assim. Para reabrir a casa no ano passado depois de fechada na pandemia, os dois passaram dois anos viajando em busca de ingredientes verdadeiramente brasileiros. Foi desbravando o interior de São Paulo, de Goiás e da Bahia, entre outros estados brasileiros, que eles encontraram algumas das preciosidades que servem no restaurante duas estrelas pelo guia Michelin. “Eu já estava em um momento da minha carreira que eu queria fugir de códigos que se espera de um restaurante de fine dining, queria fugir e procurar uma identidade própria brasileira. E essas viagens foram essenciais para isso”, afirma Ralston ao Podcast da Semana. “Estamos priorizando essas viagens que a gente faz de pesquisa, então o nosso objetivo é viajar por aqui. Agora a gente vai para a Terra Roxa, em São Paulo. Vamos ver o que está ali no entorno, e não pensamos em viajar para algum lugar para cozinhar fora. A gente quer cozinhar dentro”, diz Cordás, no episódio, sobre a opção de receber chefs de fora, mas não viajar para eventos no exterior. Foi numa dessas viagens que eles descobriram o boi curraleiro, que hoje é servido em muitos restaurantes de São Paulo, no interior de Goiás. O cacau da Bahia também foi muito explorado pelo casal. Mas talvez o estado de São Paulo tenha sido o destino que mais recebeu a expedição, que foi do mar à montanha, de Ilhabela à Mantiqueira. Como bons viajantes, os dois terminam o episódio do Podcast da Semana dando dicas a quem também gosta de viajar e comer. Entre elas está a de não subestimar visitas a lugares mais autênticos, especialmente a mercados públicos locais. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Jun 30

32 min 6 sec

Como criar projetos que tenham um impacto positivo no mundo, que atraiam o interesse do público e que também gerem lucro? A primeira lição, para Monique Evelle, é encontrar a sua voz, um tema que você se identifique. "Outras pessoas também vão se identificar com a sua verdade", diz em entrevista ao Podcast da Semana. Aos 29 anos, Evelle é a mais jovem investidora no Shark Tank Brasil, um programa do canal Sony focado em empreendedorismo, que deve lançar uma nova temporada em setembro. Nascida e criada em Salvador, Evelle é fundadora da Inventivos, uma plataforma que oferece formação, mentoria e networking para novos empreendedores. Ela foi reconhecida como uma das 30 jovens mais influentes do Brasil pela Forbes e uma das 50 profissionais mais criativas do país pela Revista Wired. Também atuou como repórter no programa "Profissão Repórter", da Rede Globo. Na conversa com Gama, ela fala da importância do dinheiro como uma ferramenta para mudar o mundo -- "Eu consigo ajudar muito mais agora com o dinheiro do que quando eu não tinha" --, dá dicas para quem quer empreender e compartilha o que um projeto precisa para se tornar atraente.

Jun 23

37 min 37 sec

Será que estou vivendo ou só trabalhando para pagar boletos? Se essa pergunta já passou pela sua cabeça, você não está só. É uma constante de trabalhadores de diversas áreas na nova configuração do mundo profissional. Agora, o que fazer com essa sensação e a exaustão do trabalho sem fim? É sobre isso que a psicológa e coach Taly Jaya Szwarcfiter fala nesta edição do Podcast da Semana. Psicóloga pela Universidad de La República Oriental Del Uruguay e pela Universidade Paulista, e coach pela escola chilena Newfield Network, Szwarcfiter acredita que o ponto de virada para o jeito como encaramos o trabalho foi a pandemia. Para ela, ainda estamos nos ajustando e, se há essa sensação de que a vida é só trabalho, angústia, se está difícil se sentir presente, é preciso impor limites. "Sempre vai ficar algo para amanhã. E tudo bem", afirma. Ela fala sobre o volume de trabalho e como fazer para gerenciar tantas obrigações. "Temos grande dificuldade de discernir o que é urgente do importante. Às vezes a diferença está numa respiração que você dá antes de enviar um email." A psicóloga, que tem experiência clínica e corporativa, comenta como o mercado de trabalho, cada vez mais exigente, tornou as empresas lugares mais hostis e como é importante lembrar que as corporações são feitas de pessoas e que os trabalhadores são humanos e diferentes. Lembrar disso é entender melhor, por exemplo, o tão comentado conflito de geração. "Todas essas agendas de diversidade nos colocam frente ao espelho", diz. "Aprender a se relacionar é fundamental para uma carreira. Sempre foi, mas hoje cada vez mais." A entrevista com Taly Jaya Szwarcfiter debate ainda o acúmulo de trabalhos para que as pessoas dêem conta do custo de vida das cidades, como fazer escolhas e, portanto, como é importante ter um propósito como norte de planejamento de carreira, sabendo que não estamos livres do erro. "O importante é saber levantar", conclui. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Jun 16

32 min 18 sec

O que está acontecendo com o flerte, com a maneira que a gente tenta se relacionar? Será que as pessoas estão cansadas dos apps de relacionamento, das infinitas mensagens online que muitas vezes não viram nada ou, no máximo, rendem um date ruim? A convidada desde episódio, Camila Fremder, 42, é podcaster, roteirista, escritora e trata desse tema com a experiência de quem coleciona histórias de seus ouvintes; e que, vira e mexe, discute relacionamento com os convidados de seus programas. Com mais de 400 mil seguidores somando TikTok e Instagram, além do podcast "É nóia minha?", que completou 5 anos, Fremder comanda também o "Rapidinhas", uma versão curta que traz, entre outras coisas, histórias de dates ruins. E, mais recentemente, lançou "E os Namoradinhos?", com Pedro Pacífico, o bookster.  Na conversa com Gama, Camila fala sobre as suas próprias experiências e sobre o que, afinal, as pessoas buscam hoje num relacionamento: “Todo mundo quer uma companhia, essa idealização de ver série junto”, diz no episódio. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Jun 9

24 min 57 sec

Atleta amador apaixonado por corrida, Danrley Ferreira, 25, virou um criador de conteúdo do assunto após ficar conhecido pela sua participação no “BBB 19”. Agora, ele se prepara para participar da maratona olímpica de Paris, que pela primeira vez será aberta para corredores amadores. Ferreira é o convidado desta edição do Podcast da Semana. Carioca, morador da Rocinha, no Rio de Janeiro, ele corre há dez anos. Em seu Instagram, Ferreira mostra a rotina de corredor, explica estratégias, fala como se prepara para as corridas e dá detalhes sobre o que é participar de uma maratona. Essa atividade, ele equilibra com o estudo de pedagogia: sonha em alfabetizar jovens adultos. Neste episódio do podcast, Danrley Ferreira fala como faz pra encontrar o equilíbrio entre trabalho, estudo e esporte e o que significa correr uma maratona: são 42 km que exigem muito do corpo e da mente. Ferreira conta como foi sua primeira vez numa prova longa, uma experiência cheia de emoção e epifanias. "Só quem faz de uma maratona para ter noção do que é. A partir de certo momento, na maratona, o esforço é muito mais mental do que físico", afirma no episódio. "É uma prova que te leva ao extremo." Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Jun 2

32 min 35 sec

Se você segue Luciana Paes no Instagram sabe que ela tem a incrível capacidade de fazer rir com um único post sobre fatos cotidianos -- como a sua prática de hot yoga ou as infinitas obras do bairro paulistano em que ela morava, Pinheiros. Mas a atriz e comediante, entrevistada do novo episódio do Podcast da Semana, faz muito mas do que postagens geniais nas redes. Aos 43 anos, ela tem em seu currículo inúmeras séries como "Notícias Populares" (2023), "Encantado's" (2022), "B.O" (2023) e "Férias Trocadas" (2024), além da participação em filmes e novelas como "Fina Estampa", da Globo, e "Sintonia da Necrópole" (2014), de Juliana Rojas. Em breve, Paes estreia na Star+ a série "Jogos Cruzados", dirigida por Pedro Amorim. E, ao longo do mês de agosto, uma nova temporada da peça "Portátil," da qual ela participa ao lado de Gregório Duvivier e grande elenco, estará no Teatro Adolpho Bloch, no Rio. Na conversa com Gama, a atriz fala do desafio de fazer humor quando o mundo está acabando, dos comentários maldosos e julgamentos que ela ainda tem que enfrentar por ser uma comediante mulher e das crises e prazeres de sua profissão. "É o perigo da mulher engraçada. Socialmente foi dado aos homens um lugar de despudor. "Uma mulher engraçada é aterrorizante", diz. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

May 26

33 min 2 sec

Políticas públicas são fundamentais para que um homem negro consiga exercer sua paternidade. Para que essas políticas existam, é preciso de uma mentalidade antirracista, que entenda a importância de proteger e oferecer à comunidade negra acesso à saúde e à educação. “Esse homem negro, quando protegido, consegue paternar. Quando ele está exposto, nas grandes periferias, está exposto também à morte, porque há uma necropolítica. Se ele não tem proteção do estado, ele não se sente protegido para cuidar”, afirma o historiador Luciano Ramos, estudioso da masculinidade e da paternidade negra. É ele o entrevistado deste episódio do Podcast da Semana. Ramos coordenou um relatório produzido pelo Instituto Promundo que mostrou os desafios dos homens negros que são pais no Brasil hoje e entre os destaques está a ideia de que eles não são afetuosos. Hoje, Ramos tem viajado por vários estados brasileiros para visitar quilombos e aprender com a experiência nessas comunidades. Uma das conclusões, segundo ele, diz que quando o homem negro tem apoio, vive numa comunidade mais solidária, quando a provisão de recursos não é o único foco, a relação com os filhos muda pra muito melhor. Mas, numa sociedade racista, isso é muito, mas muito difícil. Ao Podcast da Semana, Ramos falou sobre o desafio de explicar para uma criança o que é o racismo e dá dicas de como e quando fazê-lo, e afirma que há uma diferença geracional positiva sobre o papel e a presença do pai que é negro, hoje mais ligado aos cuidados dos filhos em muitas situações e cenários. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

May 19

32 min 42 sec

A vida digital dos adolescentes virou um assunto emergencial. Isso porque problemas de saúde mental como ansiedade e depressão estão cada vez mais comuns e presentes nas vidas dos jovens e são vistos por muitos especialistas como efeitos do uso do celular. O médico hebiatra, especialidade focada em adolescentes, Felipe Fortes afirma ao Podcast da Semana que vê esse como o grande desafio da parentalidade contemporânea. “Telas é algo muito recente e esse é um dos grandes problemas também. Temos que trocar o pneu do carro com ele andando e principalmente depois do momento pandêmico. Fomos obrigados, para poder sobreviver, a mergulhar de cabeça dentro do mundo conectado”, disse em entrevista a Gama. “Demos o doce na boca da criança e agora temos que tirar. (…) E esse tem que ser um esforço coletivo, precisamos estar juntos enquanto sociedade: o poder público, escolas, ciência, big techs”, afirma o hebiatra. Fortes, que há 22 anos se especializou na saúde do adolescente na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, hoje faz parte do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da instituição e atende adolescentes em consultórios no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, além de fazer vídeos para conscientizar pais e jovens sobre saúde física e mental nessa fase da vida. Em suas duas décadas como hebiatra, ele diz notar uma diferença no jeito que o adolescente se porta, hoje com muito mais dificuldade para se expressar e entender o que está acontecendo com ele mesmo, quase como se o raciocínio tivesse dificuldade de seguir. Neste episódio, o entrevistado aponta caminhos e fala da importância de se aproximar dos filhos. Ele fala da importância de regular o uso do celular e das redes sociais pelos jovens e dá dicas de como fazê-lo. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

May 12

39 min 18 sec

Durante 40 anos, as mulheres não podiam jogar futebol, a prática foi proibida por um decreto assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1941. Se ser jogadora profissional era algo impensável, a carreira de narradora de futebol em uma grande emissora era algo impossível de acontecer. Só em 2022, o Brasil presenciou a primeira mulher a narrar um jogo de futebol de Copa do Mundo na TV aberta. Era Renata Silveira, 34, entrevistada deste episódio do Podcast da Semana. Ela, que irá narrar os jogos das Olimpíadas de Paris, não cobre apenas futebol, mas definitivamente é quando Silveira grita "gooool" que sua voz parece incomodar os ouvidos de quem não está acostumado com uma mulher ocupando esse posto. Principalmente nas redes, a narradora precisa lidar com xingamentos e comentários maldosos que debocham de seu trabalho. "Às vezes, a pessoa nunca nem ouviu uma transmissão minha, nunca acompanhou um jogo, mas se é uma mulher que está narrando o cara troca de canal, fala mal, abaixa o volume", diz a Gama. Ja seu filho, Bernardo, de dez anos, joga bola com amigas e amigos da escola e não vê problema em ter uma mãe trabalhando nessa área. Pelo contrário. "Para ele e para a geração dos amigos, é normal menina jogar bola, eles jogam com as meninas da turma dele no recreio da escola", diz a Gama. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

May 5

26 min 51 sec

A ciência no Brasil vive um momento desafiador. Além do negacionismo, que se revelou especialmente durante a pandemia da covid-19, a carreira de cientista enfrenta uma crise marcada por restrições orçamentárias e falta de estímulo à essa comunidade. O que, como consequência, compromete o seu avanço em diferentes frentes e também o desenvolvimento do país. Neste episódio do Podcast da Semana, Tatiana Roque, professora titular do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-secretária de Ciencia e Tecnologia da cidade do Rio de Janeiro trata desse momento. A convidada é autora de "História da Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas" (Zahar, 2012), que foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti 2013; e de "O Dia em que Voltamos de Marte: As relações entre ciência e política em quatro séculos de história" (Crítica, 2021), que foi finalista do Prêmio Jabuti 2022. Na conversa com Gama, Roque fala dos desafios da ciência hoje e também das possibilidades de transformação da sociedade por meio da pesquisa e da tecnologia. "A ciência e a tecnologia tem um papel estratégico para um projeto de desenvolvimento do país", diz. A professora também trata das críticas ao programa do Governo Federal apresentado recentemente e que pretende repatriar pesquisadores brasileiros que vivem e trabalham em outros países, uma resposta a chamada "fuga de cérebros", relacionada a falta de oportunidades e investimento em ciência do país. A maioria das críticas parte de profissionais da área e está relacionada ao fato desse programa não colaborar diretamente para melhorar os problemas que a pesquisa enfrenta hoje. "Entendo perfeitamente todas as restrições, o governo está muito emparedado, tem uma série de restrições do Congresso, tem o arcabouço fiscal, mas eu acho que a gente está precisando de alguns gestos a mais para a comunidade científica, para as universidades", diz a Gama. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Apr 28

32 min 8 sec

A curadora da 22ª edição da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, Ana Lima Cecilio tem 20 anos de experiência no mercado editorial de ponta a ponta, de editora a livreira. Foi ela, por exemplo, quem trouxe a tetralogia italiana de Elena Ferrante ao Brasil, editou obras importantes de Balzac e selecionou os títulos a serem lidos pelos clubes de livros mais pops dos últimos tempos. Mas, acima de tudo, Cecilio sempre foi uma grande leitora. Ainda muito pequena, na infância, descobriu o mundo dos livros ao ver os pais, médicos, usarem qualquer tempinho de folga para mergulhar na leitura. E foi assim, em casa, aos 11 anos, que se encantou de vez e totalmente pela poesia. Ela conta essa história na edição do Podcast da Semana desta semana em que o assunto é poesia. "Eu tinha uns 11 anos, foi mais ou menos quando Leminski morreu, e eu me apaixonei de um jeito louco ao entender essa facilidade da poesia. A gente tem um preconceito de achar que a poesia são as redondilhas, os sonetos e aquela ordem trocada, que é difícil entender poesia, mas depois do modernismo brasileiro — e principalmente depois que você passa por essa geração da poesia marginal — a poesia é um estalo. A rima só vem confirmar uma coisa que você já estava vendo", afirma na conversa. Conhecedora profunda da obra da Hilda Hilst, ela mostra entusiasmo pela poesia feita no Brasil hoje. "É um momento muito rico, eu consigo ver uma geração de poetas", afirma e cita nomes como Ana Martins Marques, Marília Garcia, Bruna Mitrano, Fabiano Calixto e Rodrigo Lobo Damasceno. Segundo a curadora, essa geração tem em comum uma visão para o cotidiano mas também consegue falar de grandes temas políticos. Na entrevista, Cecilio fala ainda sobre a relação da poesia brasileira com a MPB, "Quando alguém fala para mim que não gosta de poesia, eu pergunto você não ouve Chico, Caetano?", diz —, sobre a ponte que pode fazer com o humor, e sobre como é uma boa porta de entrada para a literatura. "As pessoas têm um preconceito com poesia, é mais inalcançável que é muito difícil, mas ela é um bom começo para quem quer ler e não sabe por onde começar", afirma. "Procure esse poetas contemporâneos, são pessoas que vão te dar a mão." Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Apr 21

40 min 1 sec

Quando Jerá Guarani tinha onze anos ela não falava o português. Mas sua mãe a mandou para uma escola para que ela pudesse aprender se comunicar com as pessoas de fora da aldeia, com os não indígenas. Foi aí que começou uma trajetória que envolve uma relação também com os juruá -- os brancos, em Guarani -- além de seu povo. Por saber falar mais o português, ela se torna uma mediadora entre essas duas realidades. "Nasce também a necessidade de falar, de divulgar a cultura Guarani, as culturas indígenas e o modo de vida, [dizer] que é absolutamente possível, normal, saudável e necessário viver junto dentro da natureza", diz ao Podcast da Semana, da Gama. Após ter se formado pedagoga pela Universidade de São Paulo (Usp), e trabalhado como professora e diretora da Escola Estadual Indígena Gwyra Pepó, Jerá voltou seus esforços especialmente para a sua aldeia. Aos 42 anos, ela se tornou uma liderança que tem uma presença importante na defesa dos direitos e da cultura de seu povo. Mas é especialmente uma voz ativa na sua aldeia, que fica na Terra Indígena Tenondé Porã, no extremo sul de São Paulo. Esse trabalho inclui, por exemplo, a recuperação do trato com a terra e da alimentação tradicional. Jerá e membros de sua aldeira viajaram para diferentes partes da Argentina, Brasil e por outras aldeias Guarani para buscar sementes tradicionais e retomar essa relação com o que vem da terra. "O alimento tem que alimentar seu corpo e fortalecer o seu espírito, consequentemente vai trazer várias outras coisas boas para você. Como ser inteligente, ser generoso, ter capacidade para saber lidar em situações adversas. Comida com veneno, comida ruim, não vai fazer isso com com as pessoas", diz. Ela também participou da implementação de uma liderança mais coletiva e feminina, o que, como afirma, melhorou significativamente a vida de mulheres e crianças e trouxe mais harmonia à aldeia. Em breve, Jerá deve lançar um livro pela editora Jorge Zahar. Na conversa com Gama, a liderança fala de sua trajetória e dos valores e da cultura do seu povo. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Apr 14

34 min 39 sec