O Ministério da Saúde investiga a ocorrência de quatro mortes suspeitas de terem sido causadas pela febre oropouche, doença infecciosa transmitida por mosquitos e que se manifesta de forma semelhante à dengue. As informações foram divulgadas pelo jornal Diário do Nordeste e confirmadas pelo GLOBO.
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Dois óbitos foram registrados na Bahia, um no Maranhão e um em Santa Catarina. "Já foram realizadas investigações no Estado do Amazonas, onde foram descartados óbitos anteriormente suspeitos de serem causados pelo vírus Oropouche. Até o momento, não há óbitos confirmados pela doença no país", diz o ministério.
"Cabe esclarecer que, para se confirmar um óbito por Febre Oropouche, é necessária uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos e epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos", continua.
Na segunda-feira, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) havia divulgado a detecção de duas mortes que teriam sido provocadas pela arbovirose, mas afirmou esperar a confirmação do diagnóstico por parte do ministério. Os óbitos foram de dois jovens, de 24 e 22 anos, das cidades de Valença e Camamu, respectivamente.
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Assim como a dengue, a febre oropouche também vive uma explosão de casos em 2024 no Brasil. Segundo o último informe da pasta da Saúde, até o dia 15 foram identificados 6.585 casos da doença, confirmados laboratorialmente.
O número representa uma alta de 688% em relação ao acumulado em todo 2023, quando foram somente 835 diagnósticos comprovados. Neste ano, a faixa etária de 20 a 49 anos concentra 60,1% das infecções, e a maioria dos casos é proveniente da região Norte.
“A região amazônica, considerada endêmica, concentrou 80,7% dos casos registrados no país. Transmissão autóctone (local) em estados extra-amazônicos foi registrada na BA, ES, MG, RJ, SC e PI”, diz o documento do Ministério.
Além do avanço da doença em 2024, que já havia sido alertado pela pasta em maio, o maior número de casos em 2024 é atribuído à “descentralização do diagnóstico biomolecular para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) do país”, continua o informe.
Segundo o ministério, os casos negativos para dengue, zika e chikungunya também passaram a ser testados para febre oropouche desde o ano passado, o que levou a mais casos serem identificados no país.
" A pasta também passou a ofertar o teste de FO para mais estados brasileiros que não são habitualmente endêmicos para essa doença, resultando em uma vigilância sentinela para essa arbovirose", acrescenta o ministério.
A febre oropouche é uma infecção causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense, transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, na região amazônica.
Nos locais silvestres, outros insetos que podem disseminar o patógeno são o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus. Já em áreas urbanas, onde a circulação do vírus é menos comum, o mosquito Culex quinquefasciatus também atua como um vetor.
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Quais são os sintomas da febre oropouche?
Os sintomas, muito similares aos da dengue e da chikungunya, duram entre dois e sete dias e incluem:
- Febre de início súbito;
- Dor de cabeça intensa;
- Dor nas costas e na lombar;
- Dor articular;
- Tosse;
- Tontura;
- Dor atrás dos olhos;
- Erupções cutâneas;
- Calafrios;
- Fotofobia;
- Náuseas;
- Vômitos.
Qual é o tratamento para a febre oropouche?
Não existe tratamento específico para a doença. Com o acompanhamento médico, são indicados medicamentos para aliviar os sintomas enquanto o sistema imunológico do paciente combate a infecção.
Como se proteger da febre oropouche?
O Ministério da Saúde recomenda as seguintes medidas para evitar a febre oropouche:
- Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível;
- Uar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele;
- Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas;
- Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.
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