Embora meninas de até 9 ou 10 anos possam engravidar após um estupro por já ter acontecido a primeira menstruação, isso não quer dizer que o corpo delas está preparado para levar uma gestação até o fim de forma saudável.
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O ginecologista Olímpio Moraes, diretor médico da Universidade de Pernambuco explica que há pelo menos 14 mil gestantes abaixo de 14 anos e só 4% dessas meninas têm acesso ao aborto por estupro. Para muitas dela, a gravidez é um perigo á saúde.
— Uma menina de 10 anos tem risco de morte de duas a cinco vezes maior por complicações na gestação e sequelas — explica o ginecologista Olímpio Moraes, diretor médico da Universidade de Pernambuco.
O médico também explica que há graves prejuízos à saúde mental dessas meninas:
— No Brasil, a principal causa de mortes de adolescentes são complicações da gravidez e suicídio devido à violência sexual.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as mães crianças e adolescentes (com idades entre os 10 e os 19 anos) enfrentam riscos mais elevados de eclâmpsia, endometrite puerperal e infecções sistémicas do que as mulheres com idades entre os 20 e os 24 anos.
Além disso, ainda segundo a OMS, os bebês de mães adolescentes enfrentam riscos mais elevados de baixo peso à nascença, parto prematuro e condições neonatais graves.
Dados da Academia Americana de Pediatria mostram que as menores grávidas têm maior probabilidade de desenvolver hipertensão e anemia relacionadas com a gravidez e de sofrer trabalho de parto prematuro (precoce) do que as mulheres mais velhas.
As adolescentes também têm maior probabilidade de não saber que acabaram contraindo uma infecção sexualmente transmissível (IST), que podem ocasionar problemas à gravidez ou ao feto.
As adolescentes costumam ter menos chances de receber cuidados pré-natais ou de comparecer às consultas.
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