Saúde
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Por O Globo — São Paulo

A atriz e apresentadora Luana Piovani usou suas redes sociais neste domingo para reclamar dos sintomas da famosa menopausa. A artista de 46 anos, começou a falar sobre o período em outubro do ano passado quando decidiu compartilhar o tema com seus cerca de 5 milhões de seguidores.

"Esse negócio de menopausa não é mole não. Eu já estou com meu negocinho de zumbido no ouvido, mas não está tão alto, não me incomoda muito. Mas esquecer as coisas, da memória não estar funcionando. Ficar 'ééééé?'. Que coisa chata", disse.

Porém, isso não ocorre apenas com Piovani. Embora seja um marco inevitável na vida de todas as mulheres, a menopausa é considerada um tema deixado de fora da conversa pela maioria da população. Segundo estudo feito pela empresa de higiene e saúde Essity, 7 em cada 10 mulheres brasileiras estão despreparadas para a chegada desse momento e concordam que o assunto ainda é considerado um tabu no país.

O levantamento da Essity, que ouviu mais de 2 mil brasileiras, revelou também que 55% das mulheres disseram não gostar de falar sobre o assunto por ser ligado à velhice e à “deterioração” do corpo.

Segundo especialistas, isso ocorre por conta do estigma criado em torno do assunto de que a menopausa é ligada à sintomas ruins, como as ondas de calor, popularmente conhecidas como fogachos, suores intensos (sudorese), irritabilidade, alteração de sono (insônia), alteração de memória, ardência e secura vaginal, além de dor na relação sexual, perda de massa óssea, desanimo, cansaço, dores articulares, entre outras. Sinais e manifestações muitas vezes ligados à velhice e à perda de capacidade sexual, o que é extremamente difícil para uma mulher aos 50 anos considerada jovem para os dias de hoje.

No Reino Unido, o número é ainda maior, cerca de 80% das britânicas entre 18 e 74 anos relatam estar “despreparadas” para o momento, e apenas 17% disseram saber amenizar os impactos no corpo.

Perda de memória

Assim como Piovani relatou, o nevoeiro cerebral, como é chamado é bastante comum entre as mulheres que estão na menopausa — principalmente depois do primeiro ano do processo. Segundo a neurologista assistente do Hospital Lenox Hill em Nova York, Gayatri Devi, o comprometimento cognitivo relacionado à menopausa acontece com mulheres na faixa dos 40 e 50 anos e é atribuído ao declínio da estimulação cerebral por estrogênio que ocorre em todas as mulheres com efeitos variados. Alguns são mais sensíveis à queda dos níveis de estrogênio do que outros.

Os sintomas cognitivos relacionados à menopausa são muito semelhantes à “quimioterapia cerebral”, uma queixa comum entre mulheres tratadas de câncer de mama e em alguns homens tratados de câncer de próstata. O tratamento de ambas as doenças geralmente resulta em uma queda abrupta nos níveis de estrogênio.

As pessoas com o chamado nevoeiro cerebral após o tratamento do câncer “têm problemas com memória de curto prazo, multitarefa, formulando palavras e reunindo pensamentos convincentes”, disse Devi.

“Mulheres com comprometimento cognitivo relacionado à menopausa temem estar desenvolvendo alguma forma de demência, mas se forem a um especialista em distúrbios de memória, podem não obter o diagnóstico correto”, revelou a neurologista.

Tratamento

Segundo a especialista, dependendo do diagnóstico e do comprometimento cognitivo relacionado à menopausa, o médico pode prescrever ao paciente um determinado tempo de terapia de reposição hormonal como forma de tratamento.

Ela é reconhecida como a abordagem mais eficiente para tratar os sintomas da síndrome do climatério, e ainda previne os efeitos da falta do estrógeno —especialmente para a redução das ondas de calor e suores, além de fraturas, câncer colorretal, doença cardíaca coroniana, diabetes, bem como manter equilibrados os níveis de colesterol.

Porém, nem todas as mulheres podem ter acesso a este tipo de tratamento. A terapia é contraindicada para mulheres que tiveram ou têm: câncer de mama, câncer de endométrio, sangramento vaginal de causa desconhecida, doença cardíaca coronariana e infarto agudo do miocárdio, Acidente Vascular Cerebral (AVC), histórico de tromboembolismo ou de doença hepática grave.

Vale lembrar que a maioria dos sintomas pode durar mais de uma década, porém, uma grande parte das mulheres sentem os sinais em torno de 7 a 9 anos após o início da menopausa.

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