Saúde
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Por O Globo — São Paulo

A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública à escala mundial. Nas últimas décadas, o número de casos aumentou de forma exponencial. A Federação Mundial de Obesidade estima que até 2035 cerca de 51 por cento da população mundial — aproximadamente 4 mil milhões de pessoas — será afetada pela doença.

Em maio de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o agravamento da “epidemia de obesidade” que afeta a Europa (onde 59% dos adultos) são obesos e pediu aos governos que tomassem medidas urgentes para reverterem a situação. Ao que tudo indica, essa medida chegou ao Reino Unido.

Nas próximas semanas, o Serviço Nacional de Saúde (NHS) inglês vai disponibilizar para milhares de pessoas a injeção semanal de semaglutida – vendida sob a marca Wegovy – que é prescrita contra diabetes e, segundo recentes estudos, pode ajudar na perda de peso. O remédio, inclusive, foi autorizado e já é vendido no Brasil.

Pesquisas descobriram que aqueles que tomaram o remédio tido pelos britânicos como “divisor de águas” perderam cerca de 12% do peso corporal — e reduziram suas chances de diabetes tipo 2 em mais da metade.

Segundo Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Assistência (Nice, em inglês) que deu o aval para a comercialização do medicamento, porém, apenas doentes obesos que sofram de pelo menos uma comorbilidade associada ao excesso de peso, como a hipertensão arterial ou doenças do foro cardiovascular, e que tenham ou um Índice de Massa Corporal (IMC) acima dos 35, ou um IMC entre 30 e 34.9 podem tomar o remédio.

Fabricadas pela Novo Nordisk, espera-se que as vacinas — que inicialmente ajudarão cerca de 35.000 pessoas por ano — estejam disponíveis para os pacientes dentro de semanas como parte dos serviços especializados de controle de peso do NHS.

Os especialistas esperam que com o aval do medicamento, as pessoas não precisem passar por intervenções mais invasivas, como cirurgias bariátricas, reduzindo o fardo dos hospitais e economizando milhões do NHS.

O remédio age no corpo imitando um hormônio ligado ao apetite, chamado de peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), ajudando a estimular a produção de insulina e, assim, a diminuir os níveis de glicose no sangue do indivíduo. Muitas vezes, por consequência, essa ação também os leva a perder peso. Por isso, seu uso com a finalidade de emagrecer tem se tornado cada vez mais comum.

As vacinas são auto-administradas pelos pacientes uma vez por semana usando canetas pré-cheias, por um período mínimo de 16 semanas.

Os pacientes podem inicialmente receber o medicamento por no máximo dois anos. Além disso, ele deve ser usado juntamente com uma dieta de redução de calorias e aumento da atividade física, afirmou o Instituto Nacional que ainda disse que este era um “momento crucial” na luta contra a obesidade.

Muitos especialistas, porém, afirmam que as pessoas não podem aceitar o remédio de qualquer jeito e que devem ficar com um pé atrás ao tomá-lo. Uma pesquisa, por exemplo, descobriu que os pacientes voltaram a ganhar dois terços do peso no ano seguinte, uma vez que o estudo foi interrompido. Outros pacientes contaram que tiveram que parar de tomar o medicamento devido aos efeitos colaterais.

Os usuários comumente se queixam de náuseas, constipação e diarreia após tomar a medicação. Ele também é conhecido por tornar a comida menos atraente, arruinando potencialmente o prazer de comer. Alguns também sofrem de refluxo ácido, fadiga e reclamam que a comida tem um sabor diferente depois de tomar o medicamento.

Um estudo publicado pelo New England Journal of Medicine, afirmou que náusea e diarreia eram alguns deles, mas que eram “normalmente transitórios e de gravidade leve a moderada e diminuíam com o tempo”.

Câncer de tireoide, pancreatite — quando o órgão fica inflamado — e insuficiência renal são efeitos colaterais raros, mas graves. Os pacientes também alertaram sobre a aparência de seu rosto magro, exausto e velho – um efeito colateral que foi rotulado como “rosto Ozempic”.

Obesidade no Brasil

A nova edição do Atlas da Obesidade no Mundo, de 2023, divulgada recentemente pela Federação Mundial de Obesidade afirma que até 2035, 41% da população adulta no Brasil deve sofrer com a doença — o estágio considera pessoas cujo Índice de Massa Corporal (IMC) é acima de 30 kg/m².

A proporção é acima da expectativa mundial: o atlas prevê que 24% da população global terá obesidade em 2035 – 23% dos homens adultos e 27% das mulheres na mesma faixa etária.

Vale lembrar que existem tratamentos aprovados no Brasil especificamente para o tratamento da obesidade. Recentemente, a Anvisa autorizou o Wegovy. Também fabricado pela Novo Nordisk, ele é composto por semaglutida na dosagem de 2,4 mg. Entretanto, o medicamento ainda não está disponível no país. A expectativa da empresa é que o Wegovy chegue às farmácias no segundo semestre de 2023.   Outras opções de tratamento já disponíveis no país incluem o orlistate e a sibutramina.

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