Medicina
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Por O GLOBO — São Paulo

A vacina contra o HPV, sigla para papilomavírus humano, foi desenvolvida para prevenir o câncer do colo do útero nas mulheres. Recentemente descobriu-se que o imunizante também é eficaz na prevenção de condições decorrentes da infecção em homens. Tanto que, atualmente, a vacinação é indicada para meninos e meninas.

Por outro lado, evidências de que as vacinas de fato previnem o desenvolvimento de câncer em homens caminham mais lentamente que nas mulheres, mas começam a aparecer. A mais recente mostra que a vacina contra HPV previne casos de câncer em homens tanto quanto nas mulheres.

No estudo, divulgado recentemente pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica, os investigadores compararam 3,4 milhões de pessoas de idades semelhantes – metade vacinadas versus metade não vacinadas – num grande conjunto de dados de cuidados de saúde. Como esperado, as mulheres vacinadas tiveram um risco menor de desenvolver câncer do colo do útero pelo menos cinco anos após tomarem as vacinas.

Para os homens, também houve benefícios. Os vacinados tiveram um risco menor de desenvolver qualquer câncer relacionado com o HPV, como de ânus, pênis e boca e garganta.

Estes tumores levam anos para se desenvolver, por isso os números eram baixos: existiam 57 cânceres relacionados com o HPV entre os homens não vacinados – principalmente de cabeça e pescoço – em comparação com 26 entre os homens que receberam a vacina contra o HPV.

“Acreditamos que o benefício máximo da vacina ocorrerá realmente nas próximas duas ou três décadas”, disse o co-autor do estudo, o médico Joseph Curry, cirurgião de cabeça e pescoço do Sidney Kimmel Cancer Center, na Filadélfia. "O que estamos mostrando aqui é uma onda inicial de efeitos."

Os resultados do estudo e um segundo foram divulgados quinta-feira pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica e serão discutidos no próximo mês em sua reunião anual em Chicago. O segundo estudo mostra que as taxas de vacinação estão aumentando, mas os homens ficam atrás das mulheres na vacinação contra o HPV.

O HPV é uma infecção muito comum e se espalha através do sexo. A maioria das infecções não causa sintomas e desaparece sem tratamento. Mas algumas podem evoluir para tumores ou verrugas nas partes íntimas.

Um segundo estudo, realizado pela mesma equipe, mostrou que a taxa de vacinação entre meninos nos EUA é muito mais baixa que nas meninas, que já fica aquém do desejado. De 2011 a 2020, as taxas de vacinação aumentaram de 38% para 49% entre as mulheres e entre os homens de 8% para 36%.

"A aceitação da vacina contra o HPV entre os jovens do sexo masculino aumentou mais de quatro vezes na última década, embora as taxas de vacinação entre os jovens do sexo masculino ainda fiquem atrás das mulheres”, disse o coautor do estudo, o médico Danh Nguyen, do Southwestern Medical Center da Universidade do Texas, em Dallas.

O quadro não é exclusivo dos EUA. No Brasil, a vacinação contra o HPV é um desafio. Em 2022, entre as meninas, a primeira e a segunda dose tiveram, respectivamente, 75,91% e 57,44% de adesão. Entre os garotos, os valores são ainda menores: 52,26% na primeira aplicação e 36,59% na segunda. Este ano, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país mudou a recomendação e a vacina será aplicada em dose única.

“É muito importante que os adolescentes sejam expostos à vacina antes de serem expostos ao vírus”, diz Jasmin Tiro, do Centro Compreensivo de Câncer de Medicina da Universidade de Chicago, que não esteve envolvida na pesquisa.

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