“Me odeia porque eu boto o sarrafo lá em cima”, diz Luísa Sonza, logo na primeira estrofe de “Carnificina”, música que abre “Escândalo Íntimo”, seu terceiro álbum — que tem quebrado recordes e, de fato, levantado o sarrafo. Essa é uma das tantas mensagens (umas mais diretas, outras menos) que a artista quer passar com esse trabalho — que, para ela, marca um momento de virada na sua carreira. Luísa, que nesta quarta-feira (13) lança a série documental “Se eu fosse Luísa”, na Netflix, e no sábado (16) tem o último show da turnê no ano, no Rio, fala, em entrevista ao GLOBO, sobre o seu momento atual da carreira: é hora de alcançar a maturidade e de mostrar a sua versatilidade.
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— Esse trabalho é uma busca consciente por algo mais maduro. Essa é a palavra que o define: maturidade. Óbvio que é um show pop, e que a gente se diverte, mas a proposta é diferente: tem mais momentos de instrumental e de pausas mais longas. Sempre quis sair daquela afobação que, às vezes, a gente do pop se obriga a ficar — diz Luísa. — Encaro esse momento como uma oportunidade para as pessoas entenderem, desde cedo na minha carreira, que eu posso fazer isso e posso fazer aquilo. Que eu tenho formatos diferentes e posso transitar entre eles.
O “aquilo” ao qual Luísa se refere é o que ela considera como “pop farofa”, uma vertente mais festiva e despojada do gênero. “Doce 22”, seu segundo álbum, incluído por ela própria nessa categoria. A guinada de maturidade e versatilidade de Luísa, exposta à exaustão na série da Netflix, pode agora ser ouvida através do seu álbum e vista através dos seus clipes — que, juntos, formam um curta-metragem.
De tanto que expuseram sua intimidade ao longo dos anos, Luísa agora toma as rédeas quando o assunto é a própria vida e, como de costume, tudo vira música: relacionamentos, traumas, crises de ansiedade, desejos sexuais, sonhos... No palco, tudo isso ganha corpo com a resposta dos fãs.
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— É um show dinâmico e eu adoro sentir o termômetro do público. Os fãs pediam muito “Iguaria”, por exemplo, que não estava no setlist, e acabei incluindo. Agora estão pedindo muito “Romance em cena” e “Outra vez”. Estou pensando em colocar um pedacinho — afirma Luísa. — Sempre busquei essa troca mais profunda com eles porque acho que isso é que faz a carreira ser duradoura, e não necessariamente ter um sucesso momentâneo que todo mundo sabe cantar.
No setlist de sábado, tão eclético quanto ela, fã declarada dos Beatles e de Rita Lee, também estão incluídas a dançante “Anaconda”, a melancólica “Penhasco 2” — parceria com a agora amiga Demi Lovato, com quem segue mantendo contato via mensagens e não descarta outros duetos ao vivo, como o do The Town — e a animada “Lança menina”, uma homenagem à Rainha do rock.
— Quando vou em um show do Paul McCartney eu amo que ele cante “Hey Jude” e “Let it be”, mas também amo que ele cante as que não são tão conhecidas. Também tento me pensar como fã — comenta Luísa, que viu o eterno beatle pela terceira vez no último fim de semana, em São Paulo, já que, no Rio, sobe ao palco no mesmo dia que ele. — Estou muito triste que o show dele vai ser no mesmo dia. Se eu soubesse, não teria marcado no dia 16, porque ia querer ir. Até tentei, mas não consegui.
Ganham os fãs cariocas de Luísa.
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Onde: Qualistage, Via Parque. Quando: Sáb, às 22h. Quanto: R$ 180 (pista), via site oficial do Qualistage. Classificação: 18 anos.