Shows e concertos
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Por — Rio de Janeiro

Michael Sullivan, de 73 anos, tem mais de 1.800 músicas gravadas, segundo dados do Ecad. Entre elas, sucessos como “Um dia de domingo”, eternizada por Tim Maia e Gal Costa, “Lua de cristal”, por Xuxa, e “Whisky a go go”, pelo Roupa Nova. Sábado, no Rio, muitos desses hits estarão no palco do Blue Note, em show que promete embalar e emocionar o público.

— Se eu deixar, as pessoas cantam as músicas inteiras. Às vezes, quando esqueço algum verso, eu paro e elas cantam. Elas sabem tudo, todo o meu repertório. Meu público é o backing vocal dos meus shows (risos) — diz Sullivan, ao comentar sobre o fator “memória afetiva” presente no seu trabalho. — Minha música sempre foi de dedicação e entrega às pessoas. Uma entrega de amor.

Perguntado sobre o público mais jovem que tem acompanhado o seu trabalho, gente que não era nem nascida quando ele lançou a maioria de seus hits, ele dá o exemplo dos amigos de seu filho caçula, Levi, de apenas 12 anos:

— Todos os amigos dele conheciam pelo menos 20 músicas minhas. Eles só não sabiam que eram minhas. Os novos artistas me regravam muito, e as canções de 40 anos atrás, como “Talismã” e “Mê dê motivo”, soam como se fosse de hoje.

Recentemente, um grupo de 10 ou 12 desses meninos esteve em sua casa, e o músico fez uma espécie de pocket-show para eles, a pedido de Levi. “Mas é seu, tio, isso aí?”, perguntou um deles, ao ouvir, direto da fonte, músicas que foram gravadas por Xuxa, Trem da Alegria, Fagner, Maria Bethânia...

Outra razão de muita alegria para Sullivan é o sucesso da série “Sullivan & Massadas: retratos e canções”, no Globoplay. Lançada no começo de março, a série conta a trajetória da dupla que formou com o amigo Paulo Massadas entre os anos 1980 e 1990. Juntos, eles são os responsáveis por sucessos dos mais variados estilos, do forró à black music, do pop à chamada, nas palavras de Sullivan, “MPB clássica”.

— Eu e Paulo ficamos muito felizes (com o sucesso da série) porque é um presente, um reconhecimento em vida, né? Pessoas do mundo inteiro tem vindo falar comigo que a nossa história foi muito marcante em suas vidas — diz. — É claro que não daria para contar tudo. Se eu fosse contar todas as histórias, teria que ter uma segunda ou até uma terceira temporada. As pessoas estão cobrando um seguimento, mas isso é só o futuro que sabe.

O futuro da MPB e a Madonna

Sullivan celebra os encontros com artistas das novas gerações, como Alice Caymmi, Filipe Catto e Almério Martins, e se diz esperançoso com o futuro da música brasileira.

— Hoje, as melodias são mais curtas, mais óbvias e mais diretas. Vai ser difícil voltar com os grandes arranjos e as grandes melodias daquela “MPB clássica”, da época dos festivais, mas o futuro da música brasileira é muito rico — pontua o músico. — Nossa arte é muito rica. Somos um país plural, e por isso, o nosso futuro é bom e verdadeiro. Tenho esperança na música que está tocando agora e na que ainda vai tocar. A música brasileira sempre será grande.

E como nem só de música brasileira vive o homem, Sullivan, que desde sempre, além de Luiz Gonzaga, Dorival Caymmi e cia, também foi influenciado por Pink Floyd e Beatles, revela uma outra grande referência gringa: a rainha do pop Madonna.

— Eu assisti ao show (no último sábado, na Praia de Copacabana). Adoro a Madonna. Musicalmente, ela é muito importante para o mundo inteiro. O Michael Jackson era o rei do pop e ela é a rainha, né? A Madonna tem tudo: ela vai de Elvis Presley e Frank Sinatra a Led Zeppelin. As músicas são lindas e a história é absurda — comenta.

Ainda este ano, “Sullivan & Massadas” sobem ao palco juntos, depois de 30 anos, em shows que vão celebrar essa eterna parceria de sucesso. As apresentações, a princípio, serão no Rio, no Circo Voador, e em São Paulo, no Cine Joia. Só falta confirmar as datas...

Programe-se

Onde: Blue Note, Copacabana. Quando: Sáb, às 20h. Quanto: De R$ 80 a R$ 160. Assinante O GLOBO tem 30% de desconto. Classificação: 18 anos.

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