Cinema
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Por — Rio de Janeiro

Está aberta a temporada de cinema europeu em telas cariocas — e com uma dobradinha generosa. O Festival Varilux retorna nesta quinta-feira (9) às telonas em sua 14ª edição e se junta ao Festival de Cinema Italiano, que acontece pela 18ª vez, com sessões gratuitas no CCBB — ambos apostando numa mistura de filmes inéditos, muitos premiados, e clássicos. Chance de ouro para driblar o sotaque americano que domina as salas exibidoras.

Além de ocupar dez cinemas da cidade até o dia 22 com 21 longas, o maior festival francês do país traz uma novidade: um telão de 84m² instalado na Sociedade Hípica Brasileira terá duas sessões diárias, além de um bistrô com especialidades do país.

Esta edição tem presença marcantes das mulheres — na tela e atrás das câmeras—, a começar pela homenageada da vez, Brigitte Bardot, que estrela os dois clássicos da programação, “E Deus criou a mulher” (1956), de Roger Vadim, e “O desprezo” (1963), de Jean-Luc Godard.

— Na juventude, Bardot foi um símbolo de liberdade em relação ao prazer e à vida, e influenciou uma geração. Estava na hora de homenagear as mulheres — diz Emmanuelle Boudier, idealizadora e curadora do Varilux, ao lado do marido, Christian Bourdieu.

Sob comando feminino, a seleção traz filmes de destaque, como o vencedor da Palma de Ouro no último Festival de Cannes, “Anatomia de uma queda”, de Justine Triet, sobre o indiciamento de uma mulher (Sandra Hüller) pelo suposto assassinato do marido, com quem tinha um relacionamento truculento, enquanto seu filho, um menino deficiente visual, é posto no meio do conflito.

Cena do longa 'Culpa e desejo', que marca o retorno de Catherine Breillat à direção após um hiato de dez anos — Foto: Reprodução
Cena do longa 'Culpa e desejo', que marca o retorno de Catherine Breillat à direção após um hiato de dez anos — Foto: Reprodução

Há ainda o retorno de Catherine Breillat à direção após um hiato de dez anos com o provocante “Culpa e desejo”, que narra o conflito de uma advogada (Léa Drucker) de 45 anos, especializada em violência sexual contra menores, que se envolve com o filho de 17 anos de seu atual parceiro.

— Nosso papel é mostrar, através da nossa diversidade cinematográfica, o que é a França de hoje — aponta Emmanuelle Boudier. — Temos o glamour do imaginário cultural, mas também temos problemas socioeconômicos, como imigração e assédio.

O desemprego, drama atual, ganha tom de sátira no longa “Making of”, do premiado Cédric Kahn, que conta a história de um cineasta (Denis Podalydès) que decide rodar um filme sobre a luta de trabalhadores de uma fábrica para salvar seus empregos, mas tudo dá errado. Enquanto isso, seu jovem discípulo (Stefan Crepon) grava um making of da confusão dos bastidores.

— É sobre luta social e, ao mesmo tempo, um espelho da própria indústria do cinema. Há uma narrativa dentro da outra, e acaba sendo três filmes em um — conta Crepon, que participa, junto a Kahn, de encontros com o público, na sexta-feira e no sábado.

Sotaque italiano

Passado e presente se entrelaçam no Festival de Cinema Italiano, que traz na bagagem 32 filmes, divididos meio a meio entre inéditos e clássicos da comédia.

— Os italianos sempre fizeram comédia com maestria, com roteiros ricos em ironia e questionamentos. É para rir e refletir — diz a curadora Erica Bernardini, que escolheu pérolas como “A trapaça” (1955), de Federico Fellini, e “Brancaleone nas cruzadas” (1970), de Mario Monicelli.

Cinco títulos pré-selecionados pela Itália para representar o país na disputa ao Oscar de 2024 estão na lista de inéditos. Uma das apostas é o drama de época “Ainda temos o amanhã”, estreia da atriz Paola Cortellesi na direção. No longa, ela é uma dona de casa que se revolta por sua liberdade na Roma pós-guerra dos anos 1940.

— É uma surpresa ver um filme em preto e branco liderando as bilheterias do país —aponta Erica.

'A sombra de Caravaggio', de Michele Placido resgata a história do pintor (1571-1610) — Foto: Reprodução
'A sombra de Caravaggio', de Michele Placido resgata a história do pintor (1571-1610) — Foto: Reprodução

A programação traz ainda “A sombra de Caravaggio”, de Michele Placido, estrelado por Riccardo Scamarcio, Isabelle Huppert e Louis Garrel. Carregado de recursos artísticos e tecnológicos, o filme resgata contradições e tormentos do pintor (1571-1610) no período em que ele se refugiou na casa da poderosa família Colonna, enquanto aguarda o perdão papal após assassinar um homem. Prepare a pipoca!

Confira outros filmes em destaque

FESTIVAL VARILUX

‘As bestas’. Vencedor de nove prêmios Goya, incluindo melhor filme, diretor e roteiro original, o thriller de Rodrigo Sorogoyen segue um casal francês (Denis Ménochet e Marina Fois) que se muda para uma vila no interior da Galícia buscando sossego, mas um desentendimento com os vizinhos transforma suas novas vidas em um pesadelo.

‘Disfarce divino’. Virginie Sauveur questiona a exclusão feminina dos cargos religiosos da Igreja na trama estrelada por Karin Viard. Quando um padre idoso morre, descobre-se que se tratava de uma mulher disfarçada, e uma investigação se inicia na comunidade.

‘Memórias de Paris’. Ancorado nos ataques terroristas à capital francesa em 2015, o longa de Alice Winocour acompanha a sobrevivente Mia (Virginie Efira, vencedora do César de melhor atriz), que, três meses após a fatídica noite, ainda tenta superar o trauma. Benoît Magimel e Grégoire Colin completam o elenco.

‘Livro da discórdia’. Ramzy Bedia protagoniza a comédia de Baya Kasmi como um escritor de origem árabe na França que lança um livro de grande sucesso, inspirado nos hábitos de família. Para evitar tensões, ele inicia um malabarismo para esconder a obra de seus parentes.

Sociedade Hípica (R$ 40) e cinemas Cinemark Downtown, Cinépolis Rio Design, Cine Santa, Espaço Itaú, grupo Estação Net, Kinoplex Fashion Mall, Kinoplex Globoplay e Kinoplex São Luiz. O valor do ingresso é o já cobrado por cada exibidor. Até 22 de novembro. Veja a programação no site oficial.

FESTIVAL ITALIANO

'Obrigado, rapazes’. No longa de Riccardo Milani, um ator desempregado (Antonio Albanese) aceita ensinar teatro em uma prisão e, ao descobrir o talento dos detentos, decide encenar a icônica comédia de Samuel Beckett “Esperando Godot”.

‘O retorno de Casanova’. Com referências ao cinema de Fellini, o drama de Gabriele Salvatores acompanha um aclamado diretor (Toni Servillo) que, para sua última obra, decide contar a história do personagem Casanova envelhecido, sem charme nem dinheiro, e percebe grandes semelhanças com sua própria vida.

‘A terra das mulheres’. Na Sardenha rural, durante a Segunda Guerra Mundial, uma mulher (Paola Sini) considerada bruxa descobre a força de sua identidade quando vê sua vida transformada. Marisa Vallone assina a direção.

‘A última noite de Amore’. Em seu derradeiro caso na polícia, um tenente (Pierfrancesco Favino) investiga o assassinato de um parceiro no enredo dirigido por Andrea Di Stefano.

Centro Cultural Banco do Brasil e Faculdade de Letras da UFRJ. Grátis. Até 9 de dezembro. Veja a programação no site oficial.

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