Web Summit Rio
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O Brasil tem a oportunidade de desenvolver um mercado de carros híbridos ainda mais sustentável que o de países como China, EUA e os europeus, disse o presidente da BYD no Brasil na quinta-feira, em um último dia de Web Summit Rio marcado por assuntos de mobilidade.

Segundo o executivo da fabricante chinesa de veículos elétricos — e que já se reuniu com o governo para discutir a produção de carros bioelétricos —, “ficou claro que o futuro para o Brasil está nos carros híbridos”. A razão é a tecnologia brasileira do etanol.

— Comparado com a China, EUA ou Europa, em que ainda se usa apenas carro à combustão, aqui a solução é ter etanol no sistema híbrido, junto com o elétrico. Aí o veículo será muito mais “verde” que os de outros países, e esse será o novo mercado — disse Tyler Li, presidente da BYD no Brasil.

Segundo o executivo, outra vantagem competitiva brasileira é a disponibilidade de lítio, matéria-prima das baterias de carros elétricos.

— As reservas de lítio estão na América Latina, e uma das maiores fica no “Vale do lítio”, em Minas Gerais — lembrou.

Produção local

O acesso à matéria-prima local permitirá à BYD, segundo o CEO, atacar um dos maiores pontos fracos dos carros elétricos no Brasil: o alto custo. Isso porque umas das particularidades da chinesa, de acordo com o executivo, é produzir 75% dos componentes dos seus modelos.

— O Brasil tem todas as matérias-primas necessárias. Com isso, vamos ter redução significativa do custo. Os veículos que vendemos hoje são importados da China, mas já começamos a contratação da planta em Camaçari, na Bahia, que vai produzir veículos a partir do fim do ano. Vamos montar em Betim (MG) também — observou o executivo.

Questionando sobre os desafios relacionados à infraestrutura para recarga dos elétricos, Tyler Li disse que passou a oferecer a clientes residenciais estrutura de painel solar e carregador portátil. Para o comercial, o foco está em estações com carregadores rápidos (para ciclos de 20 minutos, por exemplo) e outros de tempo mais longo. Para isso, se associou à Raizen com o plano de instalar mais de 600 carregadores em grandes cidades.

— Temos fábrica de painéis solares e também de baterias, em Manaus e Campinas. Queremos ter o ciclo completo: a energia do sol, os painéis solares que carregam as baterias, e as baterias que podem ser utilizadas no carro elétrico. É um círculo verde — explicou.

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