Rio
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Por O Globo — Rio de Janeiro

Policiais civis da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) fazem, nesta terça-feira, a segunda fase da operação Rota do Rio, para desarticular uma das principais organizações criminosas atuantes no tráfico ilícito de drogas e na lavagem de capitais. Além do Rio, onde estão no Complexo da Maré, a operação ocorre nos estados do Amazonas, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, onde há o apoio das polícias civis locais. Devido à concentração de alvos no Norte do país, uma equipe da delegacia especializada do Rio foi deslocada para Manaus. Na Maré, houve troca de tiros, e uma mulher ficou ferida.

Ao todo, são cumpridos 26 mandados de prisão. Doze pessoas foram presas, dos quais duas em São Paulo, sete em Manaus — entre elas um policial civil, identificado como André Luis Bessa Maia, e uma mulher presa em flagrante com munição —, e uma no Rio, sendo um operador financeiro da facção.

Segundo o diretor do departamento de lavagem de dinheiro da Polícia Civil, Gustavo Rodrigues, a prisão do Dibh Moubayed, a unica no Rio. será importante até para gerar novas investigações, já que ele trabalhava como um "freelance do crime".

— Tivemos a prisão de um operador financeiro que atua para várias organizações criminosas, desde a contravenção a grupos paramilitares.

De acordo com o policial, Dibh era de São Paulo, mas foi preso aqui no Rio, na Baixada Fluminense, durante a operação em que era o principal alvo. Ele foi encontrado em uma casa e usava tornozeleira eletrônica.

Dibh Moubayed foi o único preso no Rio durante a segunda fase da Operação Rota do Rio, da Polícia Civil — Foto: Reprodução
Dibh Moubayed foi o único preso no Rio durante a segunda fase da Operação Rota do Rio, da Polícia Civil — Foto: Reprodução

Em nota, a Polícia Civil informou que as equipes foram recebidas a tiros pelos criminosos. Houve confronto. Ao fim, uma mulher foi encontrada baleada em uma das pernas. "Ela foi socorrida por um médico da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e levada para o Hospital Getúlio Vargas. Encontra-se estável em atendimento", informou a corporação nesta manhã.

Também está previsto o sequestro de bens e valores relacionados aos investigados, tanto pessoas físicas como jurídicas, como medida para enfraquecer financeiramente o grupo.

A ação ocorre após extensas investigações que analisaram transações que se estenderam de 2017 a 2022, e revelaram uma estrutura criminosa complexa, caracterizada por uma divisão sofisticada de tarefas para a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. O esquema criminoso envolvia depósitos bancários em contas de pessoas jurídicas, localizadas principalmente em regiões de fronteira do Amazonas, com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos valores.

Agentes da Polícia Civil estão em operação no Rio e em mais quatro estados — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo
Agentes da Polícia Civil estão em operação no Rio e em mais quatro estados — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

Os alvos têm ligação, no Rio, com o Comando Vermelho, facção criminosa que teria contato com um grupo que atua no Amazonas para a compra de drogas de países vizinhos, através da fronteira nacional. No Parque União e na Nova Holanda, no Complexo da Maré, estariam escondidos os principais alvos da operação. O lucro dos negócios criminosos somariam R$ 126 milhões. As informações são da TV Globo.

A primeira fase da ação foi realizada em 21 de maio deste ano. Os agentes cumpriram 99 mandados de busca e apreensão domiciliar expedidos pela Justiça, nos estados do Rio de Janeiro, Amazonas, Minas Gerais e Pará. Ao todo, quatro pessoas fora presas, incluindo o chefe do tráfico do Fallet-Fogueteiro, em Santa Teresa, na região central do Rio, em cumprimento a cinco mandados de prisão, além de outros três alvos detidos em flagrante. Mais de R$ 500 mil em drogas foram apreendidos.

Condomínio irregular investigado

Na última quarta-feira, um condomínio irregular de 41 prédios, 300 apartamentos e 40 lojas foi alvo da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A suspeita é que o conjunto foi construído irregularmente com dinheiro do tráfico, para lavar a verba do Comando Vermelho, na Favela Parque União, na Zona Norte do Rio.

O empreendimento, chamado Novo Horizonte, conta, além das habitações, com lojas, bares, uma fábrica de bolo e um espaço comunitário para eventos. O aluguel mensal dos imóveis residenciais, que gira em torno de R$ 1,2 mil, era habitualmente quitado em dinheiro. Alguns podiam ser comprados, com preços variando entre R$ 45 mil e R$ 80 mil, dependendo do número de quartos, segundo a polícia.

O tráfico na comunidade é comando por Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga, que integra a facção criminosa e tem em seu nome nove mandados de prisão expedidos pela Justiça. Durante a operação da última semana, um dos oito mandados de busca e apreensão foi cumprido pelos policiais da DRE na Associação de Moradores do Parque União. A especializada investiga uma suposta ligação da associação com o negócio imobiliário irregular.

Segundo a polícia, nenhum responsável técnico assina pelo empreendimento, formado por prédios de até cinco andares, sendo o primeiro destinado a lojas. Na visita, os policiais encontraram uma de material de construção em funcionamento, responsável pelo abastecimento das obras feitas no local. As investigações revelaram que o condomínio começou a ser construído em 2017, mas só este ano a delegacia tomou conhecimento.

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