O Consórcio Lagunar Marítima foi o único grupo a apresentar proposta para implantar e operar linhas de barcas nas lagoas da Barra da Tijuca, por 25 anos. A licitação, organizada pela Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPAR), foi realizada na tarde desta quinta-feira. O grupo ofereceu R$ 1.786.902,19 pelo contrato, R$ 10 a mais de ágio do que o preço-base do edital. O grupo ainda não foi declarado vencedor porque a comissão de licitação suspendeu a sessão para análise de uma série de documentos exigidos no edital. A data para a declaração do resultado será divulgada nos próximos dias pela prefeitura do Rio, via Diário Oficial.
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O grupo é formado pela Construverde Construções e Serviços, ECP Consultoria e Projetos e Esfeco Administração Ltda. A Construverde é uma empreiteira que no momento executa entre outras obras o projeto de ampliação da estação de Tratamento do Guandu. A ECP, dirigida pelo empresário Carlos Favoretto, dirige o campo de golfe olímpico da Barra da Tijuca. A Esfeco é a empresa que opera os trens do Corcovado. Os representantes do consórcio preferiram não dar entrevistas antes que o resultado da licitação seja divulgado. O arquiteto Sérgio Dias é consultor do grupo.
Em março, a prefeitura fez uma primeira tentativa para licitar o serviço, mas não houve interessados. O edital foi revisto e algumas regras mudaram. Uma nova cláusula cria a possibilidade da concessão ser renovada, conforme o interesse das partes. E foi criada uma espécie de cláusula de desempenho: as bases do contrato podem ser revistas caso o total da demanda fique abaixo dos 80% previstos. A estimativa começa em 14 mil passageiros por dia chegando a 90 mil em pleno funcionamento.
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O edital prevê a implantação de 16 linhas — oito delas nos primeiros cinco anos — e 29 pontos de embarque e desembarque, dos quais cinco terminais e seis estações deverão ser entregues no mesmo período. O valor do investimento previsto para o vencedor da licitação é de R$ 101,6 milhões.
TARIFA IGUAL DOS ÔNIBUS
As linhas apontadas como obrigatórias criam ligações entre Jardim Oceânico e Gardênia Azul; um trajeto circular na Lagoa de Jacarepaguá; e uma linha expressa entre o Bosque Marapendi e o Jardim Oceânico. Áreas como Muzema e Rio das Pedras também serão atendidas por barcas.
A estimativa é que, a partir do resultado da licitação e da assinatura do contrato, no prazo de um ano as barcas já estejam operando. A tarifa do serviço deverá ser a mesma dos ônibus: R$ 4,30, com integração com o bilhete único, nas mesmas condições dos demais modais.
MOBILIÁRIO URBANO
Prevista para quarta-feira, dia 3 na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) , o leilão para a escolha das novas empresas que vão explorar o mobiliário urbano da cidade por 20 anos, foi adiado. No início de agosto, será público um novo edital de licitação. O adiamento foi provocado por decisão judicial que suspendeu o certame. A Siqueira Castro Advogados, representante da empresa NEOOH, empresa que opera mídia em aeroportos e terminais rodoviários argumentou em juízo e em recurso ao Tribunal de Contas do Município (TCM) que havia irregularidades no processo. O principal problema era que faltando uma semana da entrega das propostas, a prefeitura publicou uma errata com 77 páginas.
A licitação é dividida em quatro lotes. Além de abrigos e relógios, é voltada para a exploração publicitária em telas digitais nas estações do sistema de bicicletas compartilhadas do Bike Rio e em estações e terminais do BRT. Vinte por cento dos abrigos e totens de pontos de ônibus da cidade deverão ter botão de alerta, alto-falante e câmera interligados ao centro de controle da concessionária responsável pelos módulos. Já 130 dos 432 relógios digitais que estão em ruas e praças receberão medidores de umidade e de direção e velocidade dos ventos, que se comunicarão com o Centro de Operações Rio (COR), permitindo a ampliação dos pontos de aferição de sensação térmica.
Mais uma novidade nas paradas de coletivos, estabelecida na licitação, será a instalação de telas informativas com o horário previsto de chegada do próximo veículo de cada linha. A medida será implementada em parceria com a Secretaria municipal Transportes, que acessa os dados de GPS das empresas de transporte e vai fornecê-los para serem divulgados pelo operador dos abrigos, que será único: hoje duas empresas fazem o serviço.
Investimento de R$ 6750 milhões
O investimento total previsto é de R$ 650 milhões. Cada lote poderá ter um vencedor. E uma mesma empresa poderá vencer mais de um lote. Na soma, os quatro contratos deverão repassar à prefeitura uma outorga mínima de R$ 644 milhões — metade imediatamente, e o restante em 16 anos, havendo carência de quatro anos para o começo do pagamento das prestações.
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Outra contrapartida para os quatro contratos será destinar ao município 5% do faturamento bruto dos painéis de publicidade colocados nos equipamentos. O valor é estimado em R$ 317 milhões ao longo da concessão. O edital estabelece ainda que 15% da publicidade deverá ser de serviços e programas da prefeitura. entendimento da empresa e dos advogados é que houve uma alteração substancial das regras, que entre outros pontos, alteraram os critérios de habilitação dos concorrentes, o que prejudicou participantes da licitação.
—O problema não é sobre o teor em si das mudanças. A questão é que essas mudanças foram feitas uma semana antes da licitação, não dando tempo para as empresas se programarem, de fazerem um amplo estudo antes da apresentação das propostas. Ficaria inviável que as empresas apresentassem a documentação ajustada e elaborassem propostas econômicas e técnicas detalhadas —disse Alexandre Wider, sócio da área de Contencioso Estratégico e Arbitragem da Siqueira Castro.
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