Um taxista foi preso, nesta quinta-feira, por suspeita de aplicar golpes a passageiros por meio do Táxi.Rio, aplicativo de táxi da Prefeitura do Rio. Robson Filgueiras Soares, conhecido por Cronos — modelo do carro que dirigia —, foi encontrado com cinco celulares, todos sincronizados na ferramenta. A prisão foi feita pela 15ªDP em operação conjunta com fiscais da Superintendência Executiva de Táxi e Transporte Individual de Passageiros (SETT), ligada à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), que também investigam outros suspeitos de atuarem junto a Robson.
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Segundo a polícia, Robson participa de uma "quadrilha" com atuação já conhecida na cidade. Os integrantes transportam principalmente usuários que fazem tratamento médico em unidades públicas de saúde, como hemodiálise e quimioterapia. Essas corridas, pagas pela prefeitura, priorizam o taxista que está mais próximo das unidades de saúde ou da residência do paciente.
Para enganar os passageiros, e prejudicar outros taxistas, os suspeitos fraudavam o Táxi.Rio. Eles utilizavam diversos celulares, no qual cada um estava logado em uma conta diferente de motorista. Dessa forma, aumentavam a chance de serem chamados para uma corrida. Robson, por exemplo, estava com cinco aparelhos, todos sincronizados ao aplicativo.
A Seop, que recebe informações sobre o funcionamento do Táxi.Rio, revelou que a "quadrilha" utilizava um programa falso que direcionava as chamadas do aplicativo. Os suspeitos também são acusados de coagir os passageiros que questionassem o fato do taxista não ser o mesmo apontado pelo Táxi.Rio, já que a foto e nome disponíveis no aplicativo não condiziam ao motorista.
De acordo com agentes da 15ªDP, Robson tentou subornar os fiscais da SETT que ajudaram na prisão. Ele tem 26 anotações criminais, principalmente por furto, roubo e estelionato, e estava com mandado de prisão pendente por não pagar pensão alimentícia. Agora, será autuado por estelionato, falsidade ideológica e corrupção passiva.
Nelson Oaquim, coordenador de fiscalização da SETT, conta que a atuação dessa quadrilha é antiga e prejudica a logística dos taxistas e passageiros que utilizam o Táxi.Rio.
— Essas pessoas que se dizem taxistas são, na verdade, meliantes disfarçados que acabam prejudicando a categoria. Eles interceptam chamadas de pacientes que em sua maioria realizam hemodiálise e se utilizam do serviço do Táxi.rio para pegarem as melhores corridas, tentando chegar primeiro ao local onde a solicitação foi feita — explica.
Em nota, a Seop informou que a IplanRio, responsável pelo desenvolvimento do aplicativo Taxi.Rio Cidades, identificou elementos que deram início às investigações, conduzidas em colaboração com a secretaria. "O aplicativo está em contínua melhoria, com novas ferramentas para evitar estes comportamentos e identificar quaisquer casos suspeitos para avaliação imediata pela Seop".
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