Rio
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Enquanto tentam destravar na Justiça a construção do Maraey, megaempreendimento que promete colocar a cidade de Maricá, no Rio, na rota do turismo de luxo, empresários à frente do complexo hoteleiro iniciaram na semana passada, em Nova York, uma série de rodadas de negociações em diferentes países com objetivo de levantar capital internacional e nacional para o projeto. Os planos são captar R$ 3,5 bilhões. Após vencidas as etapas nos tribunais, estima Emilio Izquierdo, CEO do Maraey, esses recursos possibilitariam que as obras de uma primeira fase fossem concluídas em aproximadamente dois anos e meio.

A cidade — conhecida hoje por ser a que mais recebe recursos de royalties de petróleo no país — ganharia, inicialmente, três hotéis com a bandeira Marriot (o cinco estrelas The Ritz-Carlton Reserve & Branded Residences, o JW Marriott & Branded Residences e Rock in Rio Autograph Collection), além de uma escola de hotelaria em associação com a de Lausanne e um Centro de Referência Ambiental. Os responsáveis pelo negócio afirmam que essas e todas as demais construções do projeto ocupariam 6,6% do terreno, localizado numa restinga entre o mar e a lagoa, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá. Segundo eles, o percentual representaria metade do permitido pelo plano de manejo local.

Questionamentos ambientais estão entre os centrais, no entanto, no imbróglio judicial que envolve a proposta há mais de uma década. Em abril no ano passado, as obras chegaram a ser iniciadas, mas foram suspensas no mês seguinte. Em decisão cautelar, o ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), apontou que deveriam ser evitados danos imediatos ao ecossistema e prejuízos a comunidades tradicionais da região. Grupos como o Movimento Pró-Restinga e a Associação de Preservação Ambiental das Lagunas de Maricá (Apalma) justificam, por exemplo, que o plano de manejo da restinga, editado em 2007, incorreu em falhas, pois suprimiu proteções importantes previstas na criação da APA, em 1984.

Izquierdo, por sua vez, afirma que o empreendimento cumpre as exigências ambientais e os requisitos ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança). E inclui a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a recuperação de 120 hectares de vegetação nativa e a proteção de uma espécie endêmica, conhecida como peixe das nuvens. Já na área social, ressalta que o empreendimento promoverá a regularização fundiária da comunidade de pescadores de Zacarias, com a entrega de títulos de propriedades a 200 famílias locais. E destaca que o projeto terá infraestrutura, como estrada, ciclovia e bolsões de estacionamento, para que o público em geral continue usufruindo do lazer na região da restinga. Para ele, é uma oportunidade de desenvolvimento do turismo sustentável no Rio.

— Ficaremos a 45 quilômetros da cidade do Rio, onde a proposta turística é mais urbana. Trazemos (para a Região Metropolitana) o estilo de beach front resort, mais comum em Angra dos Reis ou Búzios — diz Izquierdo, afirmando confiar que o empreendimento vai ao encontro dos planos de tornar a economia de Maricá menos dependente dos royalties de petróleo.

Projeto de um dos hotéis previstos na restinga de Maricá — Foto: Reprodução
Projeto de um dos hotéis previstos na restinga de Maricá — Foto: Reprodução

Esses são alguns dos argumentos que serão levados às rodadas de negociações internacionais e nacionais, que ocorrerão junto com a empresa Jones Lang LaSalle (JLL), que presta serviços imobiliários e de gestão de investimentos e que atuará como consultora financeira da primeira fase do projeto. Depois de Nova York, as rodadas ao longo do ano estão previstas em cidades como Londres, Singapura, Pequim, Hong Kong, Abu Dhabi, Dubai, Riad, Mascate, Madrid, São Paulo e Rio.

— Este roadshow representa o início de uma nova etapa para um projeto tão ambicioso como Maraey, cuja missão é transformar o município de Maricá, o Rio de Janeiro e o Brasil através do turismo e da educação — diz Izquierdo, com enormes benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Já sobre os entraves judiciais que ainda impedem a continuação das obras, os responsáveis pelo empreendimento afirmam que se trabalha "firmemente" para a retomada.

"A empresa apresentou todos os esclarecimentos perante o Superior Tribunal de Justiça, demonstrando a regularidade do licenciamento ambiental, em harmonia com as manifestações do Inea, do Estado do Rio de Janeiro e do Município de Maricá, satisfazendo todas as exigências da legislação, bem como comprovando que o empreendimento beneficiará diretamente a população, o meio ambiente, gerando enormes receitas para o poder público", dizem em nota.

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