A Polícia Civil do Rio devolveu aos donos uma máquina fabricadora de cigarros que havia sido apreendida em uma operação da Corregedoria Interna corporação, com o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), em março deste ano, no Mercado São Sebastião, na Penha, Zona Norte da cidade.
De acordo com a perícia realizada, não foi possível determinar que as peças do equipamento modelo MK8 PA7 eram as mesmas de outro, furtado da Cidade da Polícia, na mesma região, em fevereiro de 2023. Na época da apreensão, os investigadores suspeitavam que a fabricadora estaria pintada de outras cores.
Na ocasião, a busca e apreensão foi determinada pelo juiz Orlando Eliazaro Feitosa, de plantão no Tribunal de Justiça do Rio. Na representação, a Polícia Civil relatou ter aberto um inquérito para apurar o furto da máquina. A localização do suposto equipamento foi fornecida a partir de uma ligação para o Disque-Denúncia.
As investigações apontam que o verdadeiro equipamento furtado teria sido vendido e levado para o Mato Grosso do Sul. Como O GLOBO mostrou, três homens são suspeitos do crime, inclusive uum policial civil, que movimentou em um ano, mais de R$ 4,7 milhões.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que a iniciativa pela devolução da máquina partiu da própria corporação: "A instituição esclarece que o equipamento passou por perícia, cujo resultado não determinou se as peças que estavam nele eram da máquina furtada. As investigações apontam que peças foram vendidas e o chassi principal foi levado para o Mato Grosso do Sul".
"A Polícia Civil informa, ainda, que foram cumpridas medidas cautelares contra envolvidos no furto da máquina. E materiais apreendidos, como aparelhos de telefone celular, por exemplo, estão em processo de perícia. A Corregedoria segue com as investigações a fim de esclarecer todos os fatos e responsabilizar os envolvidos", disse, no comunicado.
A máquina furtada estava num galpão onde fica o depósito de bens apreendidos da Delegacia de Cargas, que fica nos fundos da Cidade da Polícia. O equipamento havia sido apreendido durante operação realizada em julho de 2022, em uma ação de outra unidade, o Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro.
Avaliado em R$ 550 mil, a fabricadora foi arrematada pela empresa Indústria Amazônica de Cigarros Ltda, que o adquiriu por R$ 165 mil. O cadastro da vencedora do leilão, realizado em 22 de junho do ano passado, consta como baixado do Cadastro Nacional de Pessoal Jurídica (CNPJ) desde o dia 19 de dezembro do ano passado.
A polícia percebeu o desaparecimento do aparelho no mesmo mês em que foi leiloado, quando um oficial de Justiça esteve na Cidade da Polícia, na companhia do representante da empresa vencedora, para verificar as condições do bem comprado e não encontraram o equipamento. Além da máquina de fabricar cigarros, a mesma empresa arrematou três máquinas embaladoras, estas por R$ 135 mil, sendo que eram avaliadas em R$450 mil.
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