Rio
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Por e — Rio de Janeiro

Ainda faltam quatro semanas, mas o esperado show de Madonna no Rio já é assunto bastante presente no dia a dia da cidade, seja em rodas de conversa, nas vitrines de lojas, na frenética preparação de dezenas de festas temáticas que antecederão o evento e no rebuliço causado por quem anda atrás de passagens e hospedagem para garantir seu lugar na areia — de preferência bem perto do megapalco que será montado na Praia de Copacabana. Há quem não veja a hora, e quem torça o nariz. Difícil mesmo é encontrar quem fique indiferente. O clima de “tensão pré-Madonna” está instalado.

Entre fãs, a mobilização é intensa. As páginas dedicadas à cantora nas redes sociais fervilham. Até parece que é a primeira passagem da musa por aqui, mas será a quarta vez para shows, fora outras sempre ruidosas vindas para compromissos sociais. Ela já cantou seus sucessos no Maracanã, em 1993 e 2008. A aparição mais recente já tem 12 anos: foi em 2012, no Parque dos Atletas, na Barra. Uma explicação possível para o frisson de agora — além do hiato de mais de uma década — é que, desta vez, o show é gratuito, com público estimado em um milhão, o que mexe com o imaginário dos aficionados e dá um ar de “histórico e imperdível” ao evento.

É o que pensa o recifense Rico Delgado, de 36 anos, que saiu da terra natal em 2008 para realizar o sonho de ver de perto a diva. Veio e por aqui ficou. Depois de assistir aos dois shows no Maracanã naquele ano, abandonou a vida de atendente de telemarketing na capital de Pernambuco e se mudou para Rio. Como todo fã que se preza, guardou e mostra com orgulho os ingressos e a camisa que usou na ocasião.

— A minha vida mudou por inteiro. Se não fosse por esse impulso, estaria no Recife até hoje — reflete Rico, que é ator e desenhista. — Uma das formas que encontrei de expressar a minha idolatria pela Madonna é através de desenhos que faço dela.

A apresentação da cantora em Copacabana vai encerrar a badalada The Celebration Tour, que marca os 40 anos de carreira da intérprete de “Like a virgin”. Ao longo dessas quatro décadas, o público foi se renovando. Thiago Diniz Vugkman não tinha nem nascido quando a cantora se apresentou pela primeira vez no Brasil, em 1993. Aos 29 anos, ele decidiu antecipar seu retorno de Portugal, onde tem visto de trabalho válido até julho, só para não perder o show na praia. Sua mãe mora em Copacabana, mas ele pretende acampar em frente ao palco para garantir o melhor lugar na plateia.

— Se for permitido, vou acampar para guardar um lugar bem perto. Sou muito fã. Já vi shows na Europa e no México, mas esse vai ser especial. Madonna me ajudou a ser quem eu sou, com suas músicas, seu discurso sobre liberdade e amor. Estou ansioso porque vou voltar para o meu país, para minha cidade, e justamente nesse momento especial — reflete.

A diva em dose dupla

O advogado Danilo Adriano Santos, de 38 anos, é outro que não mede esforços para ver a diva. Quando a turnê foi anunciada, em 2023, não havia previsão de uma apresentação no Brasil. Precavido, o morador de Aracaju, em Sergipe, não perdeu tempo. Comprou passagens e ingressos para assistir ao concerto no México. O detalhe é que o show de lá, originalmente previsto para janeiro, foi remarcado para 24 de abril, apenas dez dias antes do evento na Praia de Copacabana. Problema? Que nada.

— Vou para lá, volto no dia 27 e no dia 3 de maio já estou embarcando para o Rio. A passagem eu já tenho, agora estou vendo com amigos um lugar para ficar. Os preços dos hotéis estão muito altos — diz Danilo.

A tendência é que os valores de hospedagem na cidade — especialmente em Copacabana — aumentem ainda mais até a data do show. Dados de pesquisa do HotéisRIO, divulgados ontem, mostram que a taxa de ocupação na rede hoteleira para o fim de semana do sábado, 4 de maio, dia do espetáculo, está em 68,89%, e apresenta forte tendência de alta. Em Copacabana e no Leme, 80,72% das vagas já foram ocupadas e a previsão, segundo a entidade, é de que se esgotem nas próximas semanas.

A chegada de tantos visitantes — que suscita comparações com o réveillon — preocupa moradores do bairro.

— É preciso que haja um planejamento à altura do evento, principalmente na parte da segurança. É bom para a economia da cidade e do bairro, mas pode trazer problemas. Não somos contra o show, mas vemos com preocupação. Tem que haver um reforço antes durante e depois, não adianta ser só no dia — defende Tony Teixeira, presidente da Associação de Moradores de Copacabana (Amacopa).

Entre moradores há ainda quem veja com apreensão os dias que precederão o show.

— Não sou contra, o show é legal, mas precisa ser dessa forma, praticamente parando o bairro? Por que não fazer num lugar como o Aterro do Flamengo, o Sambódromo? — questiona a aposentada Maria Izabel Bellotti Pereira, de 70 anos.

A Polícia Militar e a prefeitura do Rio informaram que ainda preparam o esquema do show.

Estagiário sob a supervisão de Leila Youssef. Colaboraram Ana Clara Veloso e Leticia Lopes

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