Se a previsão do tempo não mudar nas próximas horas, o Estado do Rio terá que enfrentar uma das chuvas mais extremas de sua história, e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) manteve o alerta de risco de deslizamentos, inundações e enxurradas a partir do fim da tarde da sexta-feira e ao longo do sábado.
Nesta quinta-feira, todos os modelos de previsão meteorológica continuavam a indicar o risco de chuvas com volumes superiores a 200 mm na Região Serrana, na Região Metropolitana e no Sul Fluminense. Mas pode chover muito também na Costa Oeste e no Norte Fluminense.
Diretora substituta do Cemaden e especialista em análise de risco, Regina Alvalá, observa que como todo o estado está na área de abrangência das chuvas, o risco é generalizado, em diferentes graus. Porém, áreas já identificadas anteriormente como em risco correm perigo ainda maior. O Estado do Rio tem, segundo levantamento do Cemaden, 865 mil pessoas vivendo em áreas de risco. Mas esse número pode ser ainda maior.
Alvalá diz que a chuva mais forte de madrugada é o pior cenário porque é mais difícil deixar áreas de perigo no escuro.
— Procure o caminho de fuga na escuridão, pois a falta de energia é uma forte possibilidade nesses momentos e é uma situação desesperadora. Mas a população pode se prevenir e reduzir danos de várias formas — afirma ela.
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Veja as dicas:
- Tenha lanternas, velas, pilhas e baterias extras de celulares. Mantenham à mão medicamentos de uso constante e documentos. Também é útil ter uma lista de números de telefone de emergência e contatos próximos, além de outras informações pessoais relevantes.
- Quem mora em área de risco deve ter uma mochila com roupas. Em áreas sujeitas a inundação, o melhor é tentar já colocar móveis e eletrodomésticos em lugares mais elevados. E ao menor sinal de perigo ou alerta da Defesa Civil, deixar a casa para trás e salvar a vida.
- Os japoneses, por exemplo, têm sempre uma mochila pronta para caso de necessidade. Existe uma percepção de risco. Se não acontecer nada, ótimo.
Como se proteger das tempestades
Inundações e enchentes
- Nunca atravesse áreas inundadas. Água corrente na rua com apenas 15 centímetros de profundidade, isto é, pouco acima do tornozelo, já pode derrubar uma pessoa.
- Se for realmente necessário atravessar, escolha o ponto onde não há correnteza ou ela é menos intensa.
- Use sempre um bastão, guarda-chuva de cabo longo ou semelhante para conferir a firmeza do terreno sob a água, se não há buracos ou obstáculos.
- Não dirija em áreas inundadas. Se a água começar a subir onde está, abandone o carro e procure uma área mais alta. Caso contrário, você e seu carro podem ser arrastados rapidamente, com risco de afogamento e morte.
- 15 centímetros de água já são suficientes para atingir o fundo da maioria dos carros de passeio, fazendo o motorista perder o controle.
- 30 centímetros de profundidade são suficientes para fazer a maioria dos carros flutuar.
- Correnteza com cerca de meio metro de profundidade pode arrastar a maioria dos veículos, inclusive SUVs e caminhonetes.
- Meio metro de profundidade é suficiente para arrastar a maioria dos veículos. Ônibus e caminhões com pneus grandes são especialmente perigosos porque os pneus maiores funcionam com boias e aumentam a flutuabilidade.
- Por que meio metro de água pode ser letal? A água pesa cerca de 1 quilo por litro e, normalmente, flui a 14,5 km/h. Quando um veículo para, o empuxo da água é transferido para ele.
Rios
- Mas, o pior fator é a flutuabilidade. Para cada 30 cm que a água sobe à volta do veículo, ele desloca cerca 700 quilos. Isso significa que pesa 700 quilos a menos para cada 30 cm de profundidade. Ou seja, um veículo pesado passa a flutuar com facilidade numa enchente-relâmpago.
- A velocidade com que um rio transborda é influenciada pelo volume de chuva acumulado em determinado tempo, mas também por características do relevo, como declividade, largura e profundidade do leito.
- Lixo, assoreamento e erosão das margens causadas por ação humana também influenciam.
- O Rio Quitandinha, no Centro de Petrópolis, é considerado extremamente perigoso porque bastam 20 mm de chuva por 15 minutos para que transborde. Ele ainda teve a largura de sua calha natural reduzida de 25 metros para apenas cinco metros num canal artificial. O resultado é a formação de cheias-relâmpago e potencialmente letais.
Deslizamentos
- Deslizamentos podem ocorrer durante e depois de uma chuva intensa.
- Quem mora em área de risco deve deixar o local e buscar um lugar seguro.
- Os sinais que podem ocorrer antes de um deslizamento de terra são: Portas e janelas emperradas depois da chuva / Rachaduras nas paredes que tenham surgido ou aumentado de tamanho / Rachaduras no piso.
Vento
- Durante vendavais, procure o cômodo mais interno do imóvel, longe de janelas.
- Feche todas as cortinas, para evitar estilhaços.
- Se for um prédio ou residência com mais de um piso, busque os andares mais baixos até o vendaval passar. Se estiver em um veículo, melhor buscar abrigo numa edificação.
Granizo
- Pedras de granizo são altamente destrutivas e podem afetar seriamente veículos, plantações, rebanhos e telhados.
Raios - O que fazer na rua:
- Durante uma tempestade, só saia se foi imprescindível. Se estiver na rua, procure logo um abrigo.
- Carros não conversíveis, ônibus e a cabine de caminhões podem proteger. Não pelos pneus, como se pensa. Mas pela estrutura metálica, que recebe e dissipa a descarga.
- Nunca ande de bicicleta ou moto, você ficará exposto.
- Busque prédios com para-raios.
- Não segure objetos longos e pontudos, como tripés.
- Não estacione perto de árvores ou postes com linhas de energia elétrica.
Os lugares mais perigosos:
- Topos de morros e de prédios.
- Áreas abertas, como praias, parques, estádios, estacionamentos ao ar livre.
- Proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos.
- Árvores isoladas.
- Proximidade de estruturas altas, como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica.
O que fazer em casa:
- Não use telefone com fio ou celular ligado ao carregador.
- Não fique perto de tomadas e canos, janelas e portas metálicas.
- Não toque em qualquer equipamento ligado à rede elétrica.
Sinais de perigo:
- Se estiver num local exposto e sentir que seus pelos estão arrepiados, ou que a pele começou a coçar, fique atento. Isso pode indicar a proximidade de um raio que está prestes a cair.
- Caso isso ocorra, fique de joelhos e se curve para a frente. Coloque as mãos nos joelhos e a cabeça entre eles. Isso reduzirá seu contato com o solo e o impacto de uma descarga elétrica.
- Nunca se deite no chão porque isso aumentará a área de seu corpo em contato com a superfície e o potencial impacto da descarga.
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