Rio
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Por — Rio de Janeiro

A cidade do Rio dá início ao calendário de vacinação contra a dengue nesta sexta-feira. Crianças de 10 anos são as primeiras a receberem o imunizante, após entrega dos lotes pelo Ministério da Saúde. Um evento no Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, nesta manhã, marcou o início da campanha. Porém, na parte da tarde, a procura neste posto não estava tão alta. Meninos e meninas contemplados nesta fase podem comparecer a uma das 238 unidades de Atenção Primária do município para receberem a primeira dose da vacina. A imunização para crianças de 11 anos começará na próxima quarta-feira, dia 28 de fevereiro.

O calendário seguirá moldes parecidos com o feito na vacinação de Covid-19, que também iniciou sem ter doses suficientes para todos. O Ministério da Saúde definiu que a primeira faixa etária a receber o imunizante Qdenga será as crianças de 10 a 14 anos, público a receber de forma escalonada. Nos próximos dias o cronograma das outras faixas etárias deve ser divulgado.

O balanço do primeiro dia de vacinação deve ser divulgado somente na próxima segunda-feira pela Secretaria Municipal de Saúde.

Com uniforme da escola, a menina Julianny Felinto, foi a primeira na cidade a receber a dose do imunizante, aplicada pelo secretário Daniel Soranz no Super Centro Carioca de Vacinação, marcando o início do calendário. A criança estava acompanhada da mãe, a costureira Elizabete Felinto, de 42 anos.

— A vacinação é uma das coisas mais importantes para a saúde, nunca deixo passar batido. Com a epidemia de dengue, a gente fica com aquele medo. Fiquei muito feliz de a vacina chegar e minha família ser a primeira vacinada — disse Elizabete.

Julianny recebeu a dose sem chorar nem reclamar, e ainda saiu sorrindo:

— Achei muito legal ser a primeira, porque é muito importante vacinar e se proteger. O mundo tem muitas doenças, e a vacina protege a gente delas.

A segunda criança a ser vacinada foi Bruno Lima.

— Me senti aliviado, porque estou protegido contra a dengue. Estava ansioso para tomar a vacina. Minha mãe mandou eu escolher uma roupa bem bonitinha para vir — afirmou Bruno.

A mãe dele é a técnica de enfermagem Mayara de Paula, de 28 anos, que convocou outros responsáveis a levarem os filhos aos postos de saúde:

— Ele já teve dengue, seis meses atrás. Na época fiquei muito preocupada, e, quando surgiu o assunto da vacina, fiquei com muita expectativa. Quero avisar os pais para trazer as crianças porque a vacinação é muito importante, principalmente contra a dengue.

Mesmo quando tiver início a fase de vacinação contra a dengue para crianças de 11 anos, meninos e meninas de 10 anos que ainda não tiverem se vacinado podem ir a uma das unidades para colocar a caderneta em dia. Os endereços dos postos estão disponíveis no site da Prefeitura do Rio.

Lucas Vita Martins, 10 anos, acompanhado do pai — Foto: Guito Moreto
Lucas Vita Martins, 10 anos, acompanhado do pai — Foto: Guito Moreto

O aeronauta Rodrigo Martins, de 45 anos, trouxe seu filho assim que soube que ele já poderia tomar o imunizante.

— Eu tive dengue e na minha época não tinha vacina, que bom que a ciência evoluiu e a gente agora pode combater uma doença muito grave, que mata. A vacina salva vidas, eu nem sabia que hoje era o início da campanha, mas quando soube que estava tendo, não pensei duas vezes. É essencial que todos tenham a consciência de vacinar seus filhos e, quando tiverem na faixa etária, se vacinarem também — afirma Martins.

Seu filho, Lucas Vita Martins, garante que não tem medo, porque sua família sempre o orientou a respeito da importância das vacinas.

— Estou tranquilo, sei que preciso da vacina para não ficar doente, não fico nem com medo — comenta o menino de dez anos.

Julia Borges Araújo, 10 anos, acompanhada do pai, Pedro araújo, 49 anos — Foto: Guito Moreto
Julia Borges Araújo, 10 anos, acompanhada do pai, Pedro araújo, 49 anos — Foto: Guito Moreto

Já Júlia Araújo, que veio acompanhada de seu pai, Pedro Araújo, estava receosa, por ter medo de sentir dor. Ainda assim, por saber a importância, manteve-se calma. Pedro destaca que, quando o assunto é saúde, não se pode perder tempo.

— A gente está vendo um aumento de caso de dengue, né? Tenho vários conhecidos meus que pegaram, gente internada também, então (a vacina) está chegando uma hora muito oportuna, infelizmente ainda não em quantidade suficiente. É uma doença muito perigosa que já existe há muito tempo aqui no Brasil, então imunizar é importantíssimo, não vou perder tempo não — comenta o pai.

Fábio Júnior Ribeiro, 10 anos — Foto: Guito Moreto
Fábio Júnior Ribeiro, 10 anos — Foto: Guito Moreto

O menino Fábio Júnior Ribeiro veio no primeiro dia, pois sua tia-avó, Graça Guimarães, considera que a vacinação é imprescindível, especialmente para as crianças.

— Se elas são as que mais correm risco com essa doença, é uma maravilha que sejam as primeiras vacinadas — comenta Graça.

Carolina Alves Neves, 10 anos — Foto: Guito Moreto
Carolina Alves Neves, 10 anos — Foto: Guito Moreto

Carolina Alves Neves já entende que a vacinação é essencial para as doenças serem combatidas:

— É importante que todo mundo se vacine. Eu não tenho medo, porque sei que não tem como não tomar — explica a menina.

Bernardo Freitas, 10 anos — Foto: Guito Moreto
Bernardo Freitas, 10 anos — Foto: Guito Moreto

Já Bernardo Freitas, apesar do receio com a agulha, teve o apoio de sua mãe, Clara Freitas, que aproveitou a viagem para tomar a vacina ambivalente da Covid-19.

— A gente já tava aguardando, só esperando o anúncio para vim tomar a vacina. Ele sabe que é muito mais importante que qualquer dorzinha que possa sentir, né? Sou muito contra esse negacionismo que surgiu entorno das vacinas, porque foram elas que permitiram que nossa vida voltasse ao normal depois da pandemia (da Covid-19) — comenta Clara.

Vacina para 11 municípios

O Rio recebeu na última quinta-feira o primeiro lote de vacinas contra a dengue enviadas pelo Ministério da Saúde. As 231.928 doses serão distribuídas a 11 municípios já escolhidos pelo governo federal para a aplicação do imunizante.

Para a cidade do Rio serão 141.710 doses. Os outros municípios escolhidos para receber o imunizante são: Nilópolis (3.080), Duque de Caxias (21.113), Nova Iguaçu (20.320), São João de Meriti (10.806), Itaguaí (3.365), Magé (6.218), Belford Roxo (12.709), Mesquita (4.179), Seropédica (2.159), Japeri (2.517) e Queimados (3.740). As vacinas devem ser entregues para essas cidades ainda nesta sexta-feira.

Estudo em Guaratiba

Antes mesmo do início do calendário de imunização, a Prefeitura do Rio começou a vacinar moradores da região de Guaratiba, na Zona Oeste, na última sexta-feira, dia 16. A ação faz parte de um estudo destinado a testar a eficácia da vacina entre os adultos.

O foco do estudo é vacinar 20 mil moradores da região de Guaratiba — que engloba Pedra de Guaratiba, Barra de Guaratiba e Ilha de Guaratiba — na faixa etária de 18 a 40 anos. Os voluntários foram selecionados num grupo total de 130 mil pessoas. O local foi escolhido por conta da alta incidência de casos — dos mais de 24 mil registros esse ano na capital, 1.427 ocorrências foram naquela região. O outro motivo da escolha, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é pelas características do lugar.

— Guaratiba é uma região incrível do Rio de Janeiro, mas tem uma alta incidência de dengue. E tem uma vantagem, que é uma população que não migra muito, que não é fechada. Essa população também tem um bom registro nos prontuários eletrônicos das equipes de saúde da família e, além disso, tem a característica da maioria da população brasileira, e é uma área em que a gente tem três sorotipos do vírus da dengue — explicou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, no último dia 16. Ele acrescentou que a pesquisa feita lá é parecida com a que foi aplicada no Complexo da Maré e na Ilha de Paquetá, durante a pandemia da Covid-19.

Como no outro estudo, os participantes se ofereceram de forma voluntária. A vacina será aplicada em duas doses no intervalo de 90 dias, somando 40 mil aplicações. O estudo terá duração de dois anos, com resultados parciais nos períodos de seis, 12, 18 e 24 meses. Nesse tempo, os pesquisadores colherão informações para observar a diferença de comportamento do vírus entre os vacinados e não vacinados com o imunizante Qdenga. A vacinação é realizada na unidade Mourão Filho, até o dia 24. A partir dessa data, uma nova abertura da campanha tem início para toda a região.

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