Vídeos mostram madrugada de intenso tiroteio no Catiri e em comunidades da região de Bangu; veja

• DJs mortos, cantor de pagode e mulher feridos: saiba quem são as vítimas de tiroteio em Bangu
• Facções no cartão-postal: Disputa entre traficantes rivais chega às praias de Copacabana e Leme e afasta banhistas

O sítio, localizado no Catiri, recebe, aos domingos, uma festa, com direito a grupo de pagode. Para entrar, é necessário comprar ingressos. Neste domingo, o cantor Jefferson Caick Gonçalves de Oliveira (de nome artístico Caick Oliveira) foi uma das atrações e, ao fim do evento, foi surpreendido pelo grupo armado.

— O Caick estava tocando pagode, numa festa normal, e, ao final, estava desmontando o equipamento. Foi quando (bandidos) rivais entraram atirando no sítio. Ele teve uma perfuração próximo da costela, que atravessou (o corpo) mas não pegou nenhum órgão, e na coxa, que vai precisar de cirurgia — detalha o músico Ellyson Brandão, amigo de Caick, que não o acompanhou na apresentação da última noite.

• Cidade de Deus: Aparelho de ultrassonografia furtado de centro de saúde na Zona Oeste chega a custar até R$ 100 mil

Caick, que é casado e tem dois filhos, segue internado e apresenta quadro de saúde estável. Já a outra sobrevivente é Jéssica Monteiro Silva, que foi atendida e recebeu alta hospitalar. No entanto, os DJs Aléx Matos Adriano e Lorran Oliveira dos Santos, que também foram atingidos por disparos, chegaram mortos ao Hospital Albert Schweitzer, informa a direção da unidade.

O caso foi registrado na 34ª DP (Bangu). "Testemunhas estão sendo ouvidas, e os agentes buscam imagens de câmeras de segurança da região", informa a Polícia Civil, que completa que diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.

Segundo pessoas próximas das vítimas, os bandidos do Comando Vermelho — facção que domina a Vila Kennedy — alvejaram os DJs, mas não haveria motivo. Os criminosos estariam em busca de algum integrante da milícia, grupo que dominava o Catiri. De acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, a região está enfraquecida desde a morte de Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, em novembro de 2022. Ele era apontado como chefe da milícia que atua na localidade. Desde então, a comunidade é alvo de constantes investidas do tráfico de drogas. A madrugada de tiroteios também se estendeu à comunidade da Vila Aliança, dominada pela facção rival Terceiro Comando Puro (TCP).

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informa que "as unidades escolares das localidades solicitadas estão funcionando, com o protocolo de segurança ativado".

• Em fuga: Grupo que deixava o Chapadão e a Pedreira entra em confronto com PMs em Nilópolis, na Baixada Fluminense

Na última sexta-feira, a madrugada também foi marcada por uma guerra entre grupos criminosos rivais, só que em Costa Barros, na Zona Norte. Foi registrada uma intensa troca de tiros e um ônibus foi incendiado.

Na ocasião, a quadrilha do Complexo do Chapadão, sob domínio do Comando Vermelho (CV), tentou tomar o Complexo da Pedreira, controlado pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Catorze criminosos foram presos no dia seguinte, pela suspeita de envolvimento na tentativa de invasão.

• Homens armados: Tráfico invade favela, quebra câmeras de segurança e inspeciona celulares de moradores na Zona Oeste

Já nesta segunda-feira, a Polícia Militar informou que uma operação é realizada no Complexo da Pedreira, por agentes do 41º BPM (Irajá), enquanto o Batalhão de Operações Especiais (Bope) está no Complexo do Chapadão.

Nesta manhã, a Clínica da Família Manoel Fernandes de Araújo e o Centro Municipal de Saúde Portus e Quitanda mantêm o atendimento à população, informou a Secretaria municipal de Saúde, em nota. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas na manhã desta segunda-feira.