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Por — Rio de Janeiro

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) trabalha com latrocínio — roubo com resultado morte — como a principal linha de investigação para o assassinato do americano Brent Sikkema. A vítima, que é sócia-proprietária de uma famosa galeria de arte em Nova York, foi encontrada morta na noite desta segunda-feira por sua advogada, Simone Nunes, na casa em que morava no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. A polícia acredita que Brent tenha sido morto no último sábado.

Segundo a advogada, seu último contato com Brent foi na sexta-feira. Desde sábado, no entanto, ela tentava falar com o amigo e cliente. Ontem, ao estranhar o fato de ele não ter aparecido em uma reunião de trabalho, resolveu ir até a casa do galerista. Como tinha a chave do imóvel, ela abriu a porta e entrou no local. No interior do quarto do cliente, ela já o encontrou sem vida.

Informações preliminares dão conta de que Brent apresentava perfurações em seu corpo. A polícia ainda não sabe qual foi o material utilizado para assassinar o americano, nem quantos golpes ele levou.

Ainda nesta terça-feira, investigadores da DHC pegaram imagens de cerca de 13 câmeras de segurança da Rua Abreu Fialho, onde Brent possuía uma residência. Ainda não há um principal suspeito de ter cometido o crime.

Imagens a serem analisadas

Uma casa que divide parede com a residência de Brent possui uma central de monitoramento, com imagens de todas as câmeras de segurança de imóveis vizinhos. Isso porque oito casas na rua são de um único proprietário, que instalou o circuito.

Pacata, a rua tem movimento apenas em seus escritórios, ateliês ou num pequeno clube de futebol. Em um esquema de casa germinadas, a residência de Brent fica ao lado de outros imóveis onde também há sinalização de sistema de câmeras.

Fechadura da casa em que o americano Brent Fay Sikkema morava no Jardim Botânico — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo
Fechadura da casa em que o americano Brent Fay Sikkema morava no Jardim Botânico — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

Por volta das 11h, agentes da DHC começaram buscas por imagens de câmeras de segurança na região. Os polícias procuram imagens de imóveis vizinhos aos de Brent e também de estabelecimentos que ficam de frente para a casa.

Pouco antes dos policiais chegarem ao local, a fechadura da porta da residência da vítima foi trocada por um chaveiro. As alterações na porta foram pedidas pela própria advogada e avisadas à polícia.

Junto à maçaneta há um cadeado com senha, que não parece ter sido violado no dia do crime.

Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o crime. A perícia foi feita no apartamento onde o corpo da vítima foi localizado. Os agentes vão ouvir testemunhas, estão em busca de mais informações e realizam diligências para esclarecer o caso.

O Consulado dos Estados Unidos no Rio afirmou que "confirma a morte de um cidadão americano. Oferecemos nossas mais sinceras condolências à família, a quem estamos prestando toda a assistência necessária. Por motivos de privacidade, não temos comentários adicionais nesse momento".

Vinda ao Brasil três vezes ao ano

Brent Sikkema vinha ao Rio no máximo três vezes ao ano e ficava no imóvel. Ele devia ter a residência havia pouco mais de 10 anos. Brent morava em um sobrado na Chácara do Algodão, no Horto, área onde também ficam os ateliês de artistas como Beatriz Milhazes. Em um sistema de casas germinadas, a da vítima é a de número 13.

A advogada Simone Nunes cuidava do imóvel quando o galerista não estava no Brasil. Sikkema mal falava português, então não tinha muito contato com os vizinhos, que só o conheciam de vista.

A ex-primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama e Brent Sikkema — Foto: Reprodução
A ex-primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama e Brent Sikkema — Foto: Reprodução

Quando estava no Rio, ele costuma passar o dia fora, voltando apenas para dormir. Uma pessoa que trabalha na região explicou que a rua é muito tranquila e que todos vão para suas casas cedo.

Sikkema fundou a galeria em 1991, como o nome de Wooster Gardens, em homenagem à sua localização original, na Wooster Street, segundo o portal especializado Artnet. A galeria “apresenta grandes nomes como Kara Walker e Sheila Hicks, bem como fotógrafos em crescimento, incluindo Nikki S. Lee e Deana Lawson”, de acordo com a publicação.

A instituição exibe obras em várias mídias, como pintura, desenho, instalação, fotografia e escultura. Em sua programação inclui importantes artistas consagrados como Jeffrey Gibson, Arturo Herrera e Vik Muniz, além de talentos emergentes. A galeria também colabora diretamente em exposições e projetos com outros artistas.

Brent Sikkema começou seu trabalho em galeria em 1971, como diretor de exposições no Visual Studies Workshop em Rochester, Nova York. Sikkema abriu sua primeira galeria em 1976 em Boston, Massachusetts.

O outro sócio da galeria, Michael Jenkins, trabalhou em vários projetos com a galeria desde a inauguração em 1991. Em janeiro de 1996, ingressou na galeria como diretor. Tornou-se sócio em 2003.

Ele era casado e tinha um filho. O viúvo não deve vir ao Brasil para os trâmites de traslado do corpo. Quem está cuidando disso é a advogada, com ajuda do Consulado americano.

Brent iria embora do Brasil nesta terça-feira. Veio ao país para passar o Natal no Rio.

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