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Por Vera Araújo e Roberta de Souza, O GLOBO — Rio de Janeiro

Em cinco anos de investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, vários nomes surgiram como tendo algum tipo de ligação com o crime. No capítulo mais recente, com a operação Élpis, o ex-sargento do Corpo de Bombeiros, Maxwell Simões Correa, o Suel, foi preso. Para além dos principais envolvidos, há pelo menos três mulheres que constam na lista de investigados por orbitarem no universo dos suspeitos ou por obstrução de justiça. São elas: Aline Siqueira de Oliveira, Elaine Pereira Figueiredo Lessa e Alessandra da Silva Farizote.

Aline Siqueira de Oliveira

A esposa do ex-bombeiro Maxwell Simões, preso por suspeita de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, também é investigada pela Polícia Federal. Em relatório recente da PF, Aline Siqueira de Oliveira, de 41 anos, é apontada como suspeita de "lavar dinheiro de recursos ilícitos recebidos por seu marido". Ela também teria encontrado Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa na noite do crime, após as execuções. Apesar de não ter carteira assinada há mais de 7 anos, ela apresenta uma grande movimentação financeira em sua conta bancária. Uma Land Rover que está no nome dela foi avaliada em mais de R$ 160 mil.

O último emprego de Aline data de novembro 2015, quando ela trabalhou em uma loja de sapatos. O salário médio dela à época foi de R$ 2.385. Chamou atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que, entre setembro do ano passado e fevereiro deste ano, Aline fez uma transferência de R$ 213 mil para comprar a Land Rover. O valor foi superior à avaliação porque o veículo é blindado. Ela enviou o dinheiro para uma empresa do ramo de leilões. No documento, o órgão pontua que Aline não tem "capacidade financeira para fazer um pagamento de valor expressivo como este".

No documento, o Coaf também destaca que Aline recebeu mais de R$ 56 mil em diversas transferências feitas por Suel entre março de 2019 e outubro de 2021. Ela é procuradora do marido desde junho de 2020 e seria responsável por resolver suas questões financeiras.

De acordo com a PF, Suel teria ficado responsável pelos negócios ilícitos de Lessa depois que ele foi preso. Eles integravam milícia em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, onde os dois recebiam dinheiro com serviço de gatonet. A informação foi compartilhada por Élcio de Queiroz em delação feita à Polícia Federal.

Elaine Pereira Figueiredo Lessa

Esposa de Ronnie Lessa, Elaine chegou a ser presa na operação Submersus, da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio, em outubro de 2019. Ela foi detida após a Delegacia de Homicídios e o Gaeco investigarem que ela teria comandado a ação para dar sumiço às armas do marido para apagar qualquer tipo de prova que pudesse incriminá-lo. Ela foi condenada a quatro anos de prisão pelo crime de obstrução de justiça.

Segundo as investigações, ela teria escolhido pessoas da confiança de Lessa e dela própria para a empreitada de jogar a submetralhadora HK-MP5, que teria sido usada na execução da parlamentar, no mar da Barra da Tijuca, próximo às Ilhas Tijucas. Um dos que ajudaram a eliminar provas, segundo a polícia, foi o irmão dela, Bruno Figueiredo. Além dele, também participaram Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca, e Márcio Gordo.

Em depoimento feito há dois meses, Elaine revelou que Lessa pediu que ela buscasse o registro de entrada do condomínio do dia do crime assim que soube que foi intimado para depor no caso. Questionado sobre os motivos, ele apenas respondeu que "iria precisar". À polícia, Elaine disse que durante todo o seu casamento com o ex-bope fazia "poucas perguntas e dessas perguntas obtinha poucas respostas". Já faz cerca de três anos que os dois não conversam.

Num dos celulares apreendidos na casa de Lessa, no dia da prisão do ex-PM, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio encontrou fotos das planilhas com o registro dos carros que entraram no condomínio no dia do assassinato de Marielle, em 14 de março de 2018. Para os investigadores, a mulher de Lessa não teria conseguido as gravações feitas pelas câmeras da portaria, mas apenas o controle dos veículos.

Na delação, Élcio diz que chegou ao Vivendas da Barra por volta das 17h em seu Logan Prata. Ele conta que Lessa autorizou sua entrada no condomínio e, no local, eles trocaram de carro e saíram numa Evoque para efetuar o crime.

Alessandra da Silva Farizote

Alessandra passou a fazer parte da investigação após relatos anônimos no Disque Denúncia. As denúncias apontaram que a arma que matou a vereadora e o motorista estava sob a guarda do casal Alessandra da Silva Farizote e João Paulo Viana dos Santos Soares, o Gato do Mato, em um condomínio no bairro da Freguesia, na Zona Oeste.

A polícia verificou que Ronnie Lessa pesquisou na internet um supermercado próximo à casa do casal por volta de 19h41 de 16 de março, buscando informações de como chegar ao local. O ponto de referência foi utilizado nas denúncias para identificar o condomínio do casal.

Durante a tarde, foi registrado sinal do telefone de Lessa a poucos metros da casa de sua mãe. Para a polícia, essa informação constitui um forte indício de que ele poderia ter coletado a bolsa com a arma do crime no local e levado para a casa de Alessandra e João Paulo.

Além disso, fontes humanas confirmaram à polícia que Alessandra já teve um relacionamento com Lessa por longa data, enquanto João Paulo, “além de muito amigo, trabalhava desempenhando atividades sensíveis, como o recolhimento de valores relativos a aluguéis e máquinas caça-níqueis devidas a Lessa".

Por essas razões, investigadores acreditam que o casal tinha uma relação de confiança com o ex-sargento. De acordo com o relatório do inquérito, há "chances reais de que a submetralhadora está ou esteve sob a guarda de João e Alessandra".

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