O BNDES anunciará, na próxima segunda-feira (26), o consórcio que ficará responsável pela elaboração de projeto “visando a construção de uma visão de futuro para a região central do Rio, que tenha os ativos imobiliários púbicos como elementos centrais, capazes de catalisar e impulsionar o desenvolvimento dessa região”. O planejamento será elaborado a partir de 75 imóveis públicos existentes no Centro. A informação é de Osmar Lima, gerente de ativos imobiliários do banco, um dos participantes do workshop “Como revitalizar e inovar os centros das cidades brasileiras”, realizado na sexta-feira (23), pela associação Aliança Centro-Rio.
A iniciativa é fruto de parceria entre o BNDES, a prefeitura do Rio e a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP). De acordo com Osmar Lima, a criação do masterplan — nome técnico usado para se referir ao projeto — para o Centro atraiu, na primeira etapa, sete consórcios com mais de 40 empresas envolvidas. Na fase final sobraram apenas três consórcios na disputa.
— O objetivo do masterplan, sob a nossa ótica, é responder a uma pergunta que tem a ver mais com o lado público do que com o lado privado: como os ativos públicos podem ser utilizados para alavancar uma visão de futuro para o Centro da cidade — disse Lima.
O workshop marcou um ano de atividade da Aliança Centro-Rio e contou com a participação do prefeito Eduardo Paes e do vice-prefeito da Cidade do Cabo, na África do Sul, Eddie Andrews, entre outros. Um dos principais temas abordados foi a criação das áreas de revitalização econômica (ARE), inspiradas em experiências internacionais de revitalização de áreas urbanas por meio de parcerias público-privadas, nas quais proprietários e empresários contribuem coletivamente para a zeladoria, segurança e limpeza adicionais às prestadas pelos órgãos públicos.
— Isso é uma novidade na América Latina, mas que tem se mostrado um verdadeiro sucesso em países como os Estados Unidos e o Canadá, por exemplo. É um mecanismo de revitalização com eficácia exatamente comprovada e muito popular — disse Marcelo Haddad, presidente da Aliança Centro-Rio, associação que já reúne 50 prédios na região central da cidade.
Para ser implementado de forma completa o modelo ainda precisa de legislação específica aprovada no país, mas a ideia do grupo é iniciar a experiência em uma rua do Centro do Rio até o final deste ano. Na prática, o modelo consiste na união de comerciantes e empresários que se cotizam para contratar serviços adicionais de segurança, limpeza, paisagismo, entre outros, em determinada área da cidade.
— Esse tipo de ação conjunta, tendo o poder público como parceiro, pode ser transformador da vida no Centro e todos ganham, a valorização é enorme — acredita Marcelo Haddad.
O prefeito Eduardo Paes abriu o workshop elogiando o papel da Aliança como agente de cobrança e de pressão por melhorias permanentes na região, além de exercer um papel-chave de integração entre as instâncias pública e privada.
— Pela primeira vez existe uma instituição, uma entidade que demanda algo pelo Centro da cidade. Todas as iniciativas tomadas até a criação da Aliança Centro-Rio foram por decisão de política pública. Investimentos de infraestrutura foram feitos na região e o que estamos tentando fazer agora é que a cidade volte sua atenção para o Centro. Aqui está a infraestrutura, a área mais histórica do Rio, tem mobilidade, as pessoas ficam mais próximas do local de trabalho. Nós já temos 5 mil unidades residenciais lançadas na região do Porto Maravilha – afirmou Eduardo Paes.
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