Carnaval
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Há 40 anos, o olho no relógio é fundamental para o sucesso de um desfile na Sapucaí. Estourar o limite de 70 minutos na travessia da Avenida custa pontos que podem fazer falta na hora da apuração. Essa preocupação com o tempo está na própria origem da passarela que é palco das principais escolas de samba do país. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Sambódromo carioca, que completa quatro décadas em 2024, nasceu sob o signo da urgência. Iniciada em outubro de 1983, a obra foi concluída em apenas quatro meses, em cima da hora para receber o carnaval de 1984. Veja 40 fatos curiosos sobre a passarela do samba.

1 - O arco da Apoteose

Para João Niemeyer, sobrinho de Oscar a inspiração do tio foi veio do projeto que ele havia apresentado, em 1947, para o Maracanã e que tinha um grande arco.

2 - A lágrima do pierrô

Obras de construção do Sambódromo entre outubro de 1983 e fevereiro de 1984 — Foto: Renato Velasco
Obras de construção do Sambódromo entre outubro de 1983 e fevereiro de 1984 — Foto: Renato Velasco

Houve quem dissesse que o vão em forma de gota na estrutura do Sambódromo seria uma alusão poética de Oscar Niemeyer às lágrimas do Pierrot. Bobagem. A abertura foi um pedido dos engenheiros para aliviar o peso da estrutura.

3 – ABC do samba

Graças a Darcy Ribeiro, o Sambódromo foi pensado para servir ao samba e à cultura, mas também à educação. Hoje, 643 crianças, jovens e adultos estudam ali em quatro unidades da prefeitura.

4 - Tombada e destombada

A Marquês de Sapucaí chegou a ser tombada pelo Inepac em 1994 como patrimônio histórico-cultural, mas foi destombada em 2011 para obras de ampliação.

5 -Geral da folia

O projeto do Sambódromo previa uma espécie de “geral”, nos moldes do antigo Maracanã, com entradas baratas, onde o público assistiria aos desfiles em pé. A ideia não vingou. No lugar, surgiram as frisas.

6 - Setor zero

Durante alguns anos foi montada ao longo do canal do mangue uma estrutura de arquibancadas tubulares para quem não conseguia ou não podia comprar ingressos assistir, de graça e de longe, à concentração das escolas.

7 - No dicionário

A palavra Sambódromo causou polêmica quando surgiu. Houve quem torcesse o nariz, pois, ao pé da letra, seria algo como “sambar correndo”. Hoje, consta de dicionários como o Houaiss que registra Darcy Ribeiro como seu criador.

8 - Voos incríveis

Astronauta em desfile no Sambódromo — Foto: Gustavo Azeredo / Agência O Globo
Astronauta em desfile no Sambódromo — Foto: Gustavo Azeredo / Agência O Globo

Um dublê sobrevoou a Sapucaí com um traje espacial, em 2001, na Grande Rio. Em 2017, a Portela usou um drone para simular o voo no tapete mágico de Aladim.

9 - Dois dias

Em 1984, pela primeira vez, as escolas passaram a desfilar em dois dias. No primeiro ano foram escolhidas as campeãs de cada dia e um terceiro desfile desempou a disputa.

10 – Enredo olímpico

O Sambódromo recebeu as disputas de tiro com arco e foi palco da largada e da chegada da maratona, prova nobre do calendário olímpico.

11- Craque no samba

Maradona equilibra copo de chope na cabeça no Sambódromo — Foto: Berg Silva em 27/02/2006 / Agência O Globo
Maradona equilibra copo de chope na cabeça no Sambódromo — Foto: Berg Silva em 27/02/2006 / Agência O Globo

Futebol e Sapucaí sempre andaram de mãos dadas. Ficou famosa a foto de Maradona, craque argentino, no camarote, equilibrando um copo de chope na testa.

12 - Comissão de frente

O que era quase uma formalidade nas escolas ganhou status de obra de arte com coreografias e truques que encantam o público.

13 - As paradinhas

Ganharam destaque no Sambódromo inovações como a do falecido Mestre Jorjão que, em 1997, introduziu a paradinha em ritmo de funk na Viradouro.

14 - Realeza da bateria

Em 1984, à frente da bateria da Mocidade, a modelo Monique Evans fez a estreia das celebridades no posto de rainha da bateria.

15 - Realeza mirim

Crianças também já foram rainhas da bateria. Em 2010, o então presidente da Unidos do Viradouro, Marcos Lira, decidiu que sua filha ocuparia o posto. Júlia Lira tinha, então, 7 anos.

16 - Topless, coleira e boicote

Luma de Oliveira com a coleira com o nome de Eike no carnaval de 1998 — Foto: André Arruda
Luma de Oliveira com a coleira com o nome de Eike no carnaval de 1998 — Foto: André Arruda

Luma Oliveira fez história na Avenida. Em 1987, fez topless na Caprichosos de Pilares. Em 1998, na Tradição, usou coleira com o nome do marido, Eike Batista. Em 2002, na Viradouro, foi alvo de protesto dos fotógrafos porque processava um colega que a registrara de baixo para cima durante um ensaio.

17 - Acidentes

Em 2003, a atriz Neusa Borges caiu de uma altura de quatro metros quando desfilava como destaque na Unidos da Tijuca, fraturando a bacia.

18 - Bruxa solta

Em 2017 houve uma sequência de sinistros: cerca de 20 pessoas caíram de um carro alegórico da Unidos da Tijuca. Outras 20 pessoas foram atropeladas por um carro da Paraíso do Tuiuti. No desfile da Unidos de Padre Miguel a porta-bandeira caiu, teve que ser levada para o Hospital Souza Aguiar e foi substituída.

19 - A primeira peladona

O bumbum de Enoli Lara no desfile da União da Ilha. Depois dela, o regulamento do carnaval foi alterado: proibido genitália desnuda — Foto: Marcelo Régua
O bumbum de Enoli Lara no desfile da União da Ilha. Depois dela, o regulamento do carnaval foi alterado: proibido genitália desnuda — Foto: Marcelo Régua

Em 1989, a modelo Enoli Lara, foi responsável pelo primeiro nu total da Sapucaí. A Liesa criou uma regra proibindo a chamada ''genitália desnuda'' nos desfiles.

20 - Desnuda e decorada

Joaosinho Trinta arrumou polêmica com a Liesa. Irônico com o novo regulamento, apresentou o enredo ‘’Todo mundo nasceu nu’’. O ator Jorge Lafond veio como destaque com um tapa sexo na forma de genitália. O regulamento mudou de novo.

21 - Toda nudez será castigada

A regra ''Enoli Lara'' foi seguidamente desrespeitada nos anos seguintes. Em 1992, Joãosinho Trinta apresentou um casal nu em uma das alegorias na Beija-Flor. A escola perdeu dois pontos. Em 1998, a São Clemente a modelo Viviane Castro usou um tapa-sexo de 0,4 cm e perdeu a “proteção” no desfile.

22 – De peito aberto

A comediante Dercy Gonçalves foi enredo da Unidos do Viradouro de 1991. Aos 83 anos, ela veio de muletas e com os seios de fora.

23 - Barrada no samba

Beth Carvalho (1946-2019), um dos nomes mais tradicionais da Mangueira, já foi barrada em um dos desfiles da verde e rosa em 2007.

24 - DNA do samba

O carro DNA — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
O carro DNA — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Em 2004, o carnavalesco Paulo Barros inovou com a apresentação de um carro-alegórico na Unidos da Tijuca que era uma alegoria-viva. O “carro do DNA” era formado por 123 bailarinos.

25 - Sangue pela escola

Luciana Sargentelli, roubou a cena no desfile de 1992 pela Estácio de Sá. Desfilou com tanta garra que terminou o desfile com os pés sangrando, cortados por uma alegoria decorada com pedaços de vidro.

26 - 'Mesmo proibido, olhai por nós'

Desfile da Beija-Flor em 1989, com alegoria do Cristo Mendigo vetada por decisão judicial — Foto: Ricardo Leoni/Agência O Globo
Desfile da Beija-Flor em 1989, com alegoria do Cristo Mendigo vetada por decisão judicial — Foto: Ricardo Leoni/Agência O Globo

Em 1989, a Justiça proibiu a exibição de uma alegoria em que a estátua do Cristo Redentor seria representada como mendigo. Coberta, a imagem se tornou icônica.

27 - Mandingas do samba

Apelo a entidades da umbanda e do candomblé são comuns na Sapucaí. As rezas e rituais com guias que levava ao pescoço tornaram o diretor Laíla famoso por suas mandigas principalmente à frente da Beija Flor.

28 - Alma lavada

Em 1988, o puxador Gera, da Vila Isabel, só de cuecas, conta que tomou um demorado banho de ervas durante um ritual de candomblé antes de ir pra Avenida. A escola foi campeã.

29 - Sem bateria

Em 1995, a Canários de Laranjeiras, que desfilava no antigo Grupo A entrou na Sapucaí sem os 240 componentes da bateria. Os ritmistas se recusaram a entrar porque as fantasias não ficaram prontas.

30 - Champanhe e camarão

As festas no camarote da Mocidade Independente eram famosas. O bicheiro Castor de Andrade, patrono da escola, oferecia cascatas de champanhe e de camarão.

31 - Exterminador da folia

Nem sempre fama garante livre acesso à Marquês de Sapucaí. Em 2001, o ator Arnold Schwarzenegger foi barrado por se recusar a vestir a camiseta da patrocinadora de um camarote.

32 - Indiana Jones

Em 2016, convidado do camarote da prefeitura, o ator Harrison Ford teve uma discreta passagem pelo Sambódromo. Entrou na pista mesmo sem credencial.

33 - Supermodel

No ano passado, numa ação de marketing, a modelo Gisele Bündchen ganhou 2 milhões de dólares para permanecer por cerca de 3 horas num camarote da Sapucaí.

34 - Abram alas

Pré-candidata a presidente, Dilma Rousseff desembarcou na Sapucaí em 2010 ao lado de Lula, Sérgio Cabral e Eduardo Paes. Ela chegou a ensaiar passos de samba com uma vassoura na mão ao lado de um gari.

35 - Prefeitos no samba

Em 1993, Cesar Maia ajudou a varrer a avenida. O portelense Eduardo Paes costuma circular pela Avenida e tocar na bateria no Desfile das Campeãs.

36 - Doente do pé

Em seus quatro anos de mandato, o ex-prefeito Marcelo Crivella jamais esteve no Sambódromo durante os desfiles.

37 - O presidente e a modelo

A foto da de Lilian Ramos e Itamar Franco na Marquês de Sapucaí que quase acabou com o mandato do então presidente — Foto: Reprodução/Marcelo Carnaval
A foto da de Lilian Ramos e Itamar Franco na Marquês de Sapucaí que quase acabou com o mandato do então presidente — Foto: Reprodução/Marcelo Carnaval

Ficou famosa e correu o mundo a foto de Itamar Franco ao de Lilian Ramos num camarote. A modelo posou ao lado do mandatário vestida apenas com uma camiseta e sem calcinha.

38 - Diretas Já

Em fevereiro de 1985, às vésperas do fim do regime militar, a Caprichosos de Pilares citou a falta de eleições diretas para presidente no samba ‘’E por falar em saudade’’.

39 - Faz arminha

Em 2020, a Acadêmicos de Vigário Geral (Grupo A) apresentou a alegoria de um palhaço com a faixa presidencial e uma arma na mão, numa referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

40 - Em cana

Perguntado, em entrevista à TV Globo, por que esteve longe da Avenida nos dois anos anteriores, um sorridente e sincero Castor de Andrade respondeu: “Porque eu estava em cana!”

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