O projeto de criação de um Museu do Rock no coração da Lapa está mais próximo de se tornar realidade. Este novo centro cultural, implementado pela Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), ocupará um terreno de 700 metros quadrados em um dos bairros mais icônicos e boêmios do Rio, respondendo às demandas da comunidade artística por um espaço dedicado ao reconhecimento e celebração do rock no Brasil.
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A Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop-RJ) já aprovou o projeto básico e uma opção de fachada para o museu, e agora está preparando a planilha de custos — em meados de 2023, o valor do projeto havia sido estimado em R$ 5,1 milhões pela Funarj. Só depois será possível ter previsão de quando o local será inaugurado, na Rua da Lapa, 49, onde também funcionará a sede da fundação, hoje funcionando num imóvel alugado.
O museu contará com três andares, onde serão instalados um auditório para 130 pessoas voltado para workshops, palco, camarim, um estúdio de ensaio e uma reserva técnica para exposições, entre outros equipamentos.
O presidente da Funarj, Jackson Emerick, explica que a ideia do Museu do Rock surgiu a partir de um movimento de roqueiros, que convocaram uma reunião com a fundação e 180 participantes em março do ano passado. Eles reivindicavam atenção do poder público, considerando que o Rio produziu muitas personalidades do rock que ainda vivem na cidade. Do encontro, surgiram os coletivos Vozes do Rock e Rio Mais Rock.
A concepção do projeto contou com a participação de figuras influentes no cenário do rock, como Lucinha Araújo (mãe de Cazuza), Kika Seixas (viúva de Raul Seixas), Tico Santa Cruz (Detonautas), Tadeu Vivas (filho de Jerry Adriani) e Léo Esteves (filho de Erasmo Carlos).
— Existe uma vontade muito grande de fazer essa entrega. A Lapa é um lugar emblemático, onde está o Circo Voador, com toda sua história. A família de Jerry Adriani já está em processo de doação do acervo dele, incluindo troféus e o violão. Assim que o espaço estiver pronto, esses itens, junto com outros de diferentes artistas, serão expostos. A mãe de Cazuza também manifestou interesse em doar parte do acervo do filho — revela Emerick.
Ele cita também a tradição roqueira na cidade, que viu o rock nacional estourar nos anos 1980, mesma época em que começou a sediar o Rock in Rio.
— Em setembro, temos o Rock in Rio. Não ter um acervo para guardar a memória desses artistas seria uma perda. Cazuza viveu no Rio, e precisamos preservar a memória desses ícones. Com a quantidade de eventos de rock que existem aqui, é essencial manter viva essa herança. As novas gerações precisam conhecer a história.