Niterói
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Por e — Niterói

Moradores de Niterói questionam de quem é a responsabilidade pelas podas de árvores, principalmente em casos de galhos próximos ou acima dos fios de alta tensão. Desde o temporal do último dia 19, a cidade registrou 65 ocorrências envolvendo queda de árvores e galhos. Em vários pontos houve curtos-circuitos na fiação, o que deixou grandes áreas da cidade sem energia. As regiões mais atingidas foram as de praias da baía, Oceânica e Norte.

— A gente sempre fica confuso, porque quando os técnicos chegam dizem que a poda é de responsabilidade da prefeitura, e a prefeitura diz que é da Enel — desabafa Thiago Lopes Leite, morador da Rua São Paulo, na Ponta D’ Areia, que ficou 37 horas ininterruptas sem luz.

Vídeos e fotos feitos no local mostram que as árvores chegam bem perto das janelas das casas e encostam na rede elétrica. O morador conta que no dia do apagão um galho caiu sobre um poste perto da sua residência, deixando pelo menos 330 casas da Vila Pereira Carneiro, onde mora, sem energia.

— Os técnicos da Enel estiveram no local, mas passaram a responsabilidade para a prefeitura. O serviço só foi feito porque os moradores se mobilizaram para não deixar o carro da empresa ir embora, fechando as saídas com veículos — conta Leite, acrescentando que moradores chegaram a cortar parte do galho que atrapalhava a rede.

Cenas de populares reclamando da ausência de podas se repetiram em vários bairros do município, principalmente em vias com postes carregados de cabos. Além de reclamar da morosidade da Enel para realizar o corte de vegetação, eles apontam a responsabilidade da prefeitura ao deixar que as árvores cresçam sem a devida manutenção, levando risco à rede elétrica.

Falta de luz em Niterói :

A Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) diz que o município conta diariamente com mais de cinco equipes nas ruas para serviços de poda. O órgão aponta a Enel como responsável pelos fios em contato com a rede elétrica e diz que a concessionária de energia não atende às solicitações da prefeitura para a realização deste tipo de intervenção.

“Desde 2021, a gestão já enviou mais de mil ofícios à Enel, mas não teve retorno. A prefeitura vem pressionando a concessionária para que seja realizado um trabalho em conjunto entre as equipes, para evitar danos à população e às árvores. Cabe ainda ressaltar que, por não se tratar de uma concessão municipal, a prefeitura não tem gerência sobre a atuação da Enel na cidade”, informa nota da Seconser.

O órgão lembra ainda que, em 2014, a prefeitura sancionou a lei 3.082, conhecida como a Lei dos Fios, para que pudesse regulamentar e fiscalizar a atuação da concessionária no município. No entanto, a Enel contestou judicialmente a lei, que segue suspensa.

Já a distribuidora de energia informa que mais de 35 mil podas preventivas foram realizadas em toda a cidade desde o início de 2023, e que pretende fechar o ano com mais de 40 mil intervenções. Segundo a empresa, durante o temporal do último fim de semana foram registrados ventos de até 130km/h, ocasionando a destruição da rede em diversos pontos ao mesmo tempo.

— Quando a copa ou galhos das árvores atingem a fiação de alta tensão da rede, a manutenção é de responsabilidade da concessionária. Nos outros casos, a responsabilidade é da prefeitura — afirma o diretor de Planejamento de Redes da Enel, José Januário de Oliveira.

Medo de novas chuvas

Moradora da Rua Manoel Areal, no Bairro Chic, no Fonseca, a maquiadora Flávia Priori conta que este é o ano em que sua casa está passando por mais problemas de falta de energia. De sábado para domingo passado, ela ficou 24 horas sem luz. Na terça, quando achou que tudo havia sido resolvido, foram mais 27 horas às escuras. Este ano, a rua onde mora chegou a ficar três dias sem energia elétrica.

— No sábado (dia 18), estava com meu filho mais velho. Ficamos a noite inteira sem dormir naquele calor tremendo. Perdi a comida da geladeira e achei que fosse um problema do meu prédio. Na manhã seguinte é que fui saber a proporção: árvores caídas, o bairro inteiro sem luz. Fomos procurar abrigo no Plaza Shopping para carregar celular, conseguir almoçar e ficar em um local fresco. Na terça, por volta de meio-dia, falaram que desligariam a energia para retirar fios soltos e que ela seria religada no mesmo dia, mas voltou só depois de 27 horas. Tive que sair de casa, desta vez com meu filho menor. Meus animais tiveram que ficar no escuro e no calor. Agora quando chove ficamos tensos, com medo de isso acontecer de novo — diz.

Os transtornos e prejuízos causados pela falta de energia causam pânico nos moradores, que temem novos casos. Em bairros como Engenhoca e Cubango, além da falta de luz em casa, os sinais de telefonia celular oscilaram por horas no último fim de semana, deixando as pessoas incomunicáveis.

Revoltados, moradores de Charitas fizeram barricadas e atearam fogo em pneus já na noite de domingo. Na segunda, as manifestações seguiram em outros bairros. Os poucos locais que passaram ilesos no fim de semana tiveram falta de luz no meio da semana, como Santa Rosa.

Na comunidade Buraco do Boi, no Barreto, o vendaval e a chuva do sábado causaram destruição de casas e quedas de árvores. A energia só foi restabelecida na segunda-feira. A moradora Silvana Rodrigues conta que levou seus pais para a casa da sua irmã:

— Muitas casas perderam telhas; algumas foram parar longe. E telhados ficaram quebrados. Quem pôde, levou os idosos para outros lugares, mas nem todo mundo tinha como fazer isso. Passamos um sufoco, e agora fica o pânico de tudo se repetir, ainda mais com a proximidade do verão.

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