Para Paolla Oliveira, 2023 coroou sua liberdade após um longo e árduo trabalho de aceitação da própria beleza. Com biotipo curvilíneo, a atriz paulistana, no ar na série “Justiça 2”, do Globoplay, começou a se despir de antigas convicções ao posar para ELA, dois anos antes, em ensaio sem retoques ou Photoshop.— Começou ali um processo de libertação, mas para a confiança que conquistei, é um pouquinho por dia. Já ouvi muitos “nãos”. Diziam que eu era “cheinha”, baixinha, que a perna era grossa demais. Quando perguntavam o que eu não gostava no meu corpo, falava: a coxa, o cabelo, o pé. Pensava que não era legal dizer “me acho maravilhosa” — relembra ela.
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No carnaval deste ano, fez uma verdadeira maratona de vídeos mostrando sua preparação, rendendo quase 200 milhões de visualizações no Instagram. Ao entrar na Marquês de Sapucaí como rainha de bateria da Grande Rio, vestida de onça, com cabeça mecânica cobrindo seu rosto e olhos de LED, respondeu aos haters que criticaram seu corpo semanas antes brilhando na Passarela do Samba em um desfile aclamado, daqueles de cair o queixo.
— A folia já foi um ponto de julgamento. Antes eu me sentia enquadrada. Mas é uma celebração que fala também da liberação feminina. Estou mais à vontade, livre para o prazer. A questão com o corpo me barrava — acrescenta.
Aos 42 anos e mais de 20 de carreira, em que somam-se mais de dez novelas, como “Belíssima” (2005), “Ciranda de Pedra” (2008), “Amor à vida” (2013) e “A dona do pedaço” (2019), Paolla orgulha-se, de certa forma, de ser uma espécie de porta-voz e inspiração para que outras mulheres aceitem a beleza real. A atriz entende a narrativa deste momento de sua jornada como um pequeno, porém corajoso passo.
— Receber esse prêmio é profundamente significativo para mim. Se meus gestos puderem inspirar outras mulheres, meu coração transborda de gratidão e alegria. O que fiz foi a busca de um lugar mais autêntico e confortável na minha própria pele — finaliza. Não à toa, Paolla se jogou no mundo com mais leveza, potência e entendendo a importância e o poder da representatividade.
Jurados
Marina Caruso (editora-chefe da Revista Ela); Joana Dale (editora assistente da Revista Ela); Luiza Baptista (editora executiva) e Luiza Brunet (vencedora na categoria em 2022)