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Por — Brasília

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GERADO EM: 04/07/2024 - 17:36

Joias de Bolsonaro vendidas após investigação da PF

Joias recebidas por Bolsonaro foram guardadas em locais diversos, incluindo fazendas, casas de militares e joalherias nos EUA. Presentes foram vendidos e até leiloados após investigação da PF, que incluiu cooperação com o FBI.

Os presentes recebidos pelo governo de Jair Bolsonaro e que motivaram seu indiciamento foram guardados em diferentes locais, incluindo uma fazenda, a casa de um militar e joalherias no exterior. A lista de itens recebidos e negociados pelo entorno do ex-presidente, segundo a Polícia Federal, inclui joias, relógios de luxo e esculturas.

Nesta quinta-feira, a PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid no inquérito que apura o desvio de joias do acervo presidencial. Os crimes atribuídos aos dois são de peculato e associação criminosa lavagem de dinheiro. Caberá agora à Procuradoria-Geral da República decidir se oferece denúncia ou pede o arquivamento do caso.

Entre os locais usados pelo ex-presidente para armazenar dois conjuntos de joias após deixar a Presidência foi uma propriedade do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. A “Fazenda Piquet” fica localizada em área nobre da capital federal e, entre outras construções, conta com um galpão no qual Bolsonaro guardou 175 caixas com presentes que recebeu.

Propriedade de Nelson Piquet foi usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para guardar dois conjuntos de joias recebidas pelo governo da Arábia Saudita — Foto: Reprodução
Propriedade de Nelson Piquet foi usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para guardar dois conjuntos de joias recebidas pelo governo da Arábia Saudita — Foto: Reprodução

Em depoimento sobre a investigação, Bolsonaro optou por ficar em silêncio. Em outras ocasiões, ele negou ter ordenado a venda de joias, disse que não pediu ou recebeu presentes e reiterou que não há "qualquer ilegalidade".

Parte das joias também ficou guardada com o general do Exército Mauro Lourena Cid — pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. A PF aponta que Lourena Cid guardou esculturas recebidas pelo então presidente no encerramento do Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira na cidade de Manama, no Reino do Bahrein, em novembro de 2021.

Joias apreendidas na Receita Federal que iam para o casal Bolsonaro no valor de R$ 16 milhões — Foto: Reprodução
Joias apreendidas na Receita Federal que iam para o casal Bolsonaro no valor de R$ 16 milhões — Foto: Reprodução

Segundo as investigações, as esculturas foram para os Estados Unidos em uma mala transportada no avião presidencial, no dia 30 de dezembro de 2022, no fim do mandato de Jair Bolsonaro. No país, o general encaminhou, de acordo com a PF, os itens para estabelecimentos especializados.

A PF constatou que o general não só ajudou a vender as joias nos Estados Unidos como atuou para ajudar a recomprá-las quando o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que o ex-presidente Jair Bolsonaro as devolvesse. Uma dessas joias era o Rolex de platina cravejado de diamantes recebido de presente em viagem oficial e que Mauro Cid havia cotado por US$ 60 mil dólares (aproximadamente R$ 300 mil).

As joias de Bolsonaro: plateia de  Chico Buarque vai ao delírio com música que fala sobre diamantes — Foto: Reprodução
As joias de Bolsonaro: plateia de Chico Buarque vai ao delírio com música que fala sobre diamantes — Foto: Reprodução

A PF também identificou, ao longo das investigações, que parte das joias foram parar em lojas em Nova York, Pensilvânia e na Flórida, em endereços onde os assessores de Bolsonaro negociaram essas peças. Os presentes ficaram guardados nesses estabelecimentos enquanto não eram vendidas.

Em visita à Arábia Saudita, em outubro de 2019, o presidente recebeu do governo do país o que a Polícia Federal chama de "kit ouro branco". O destaque do kit é um relógio da marca Rolex. Mais tarde, esse relógio e um outro, da marca Patek Philippe, foram vendidos em uma loja de um shopping no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Terceiro conjunto de joias recebidas por Bolsonaro — Foto: Estadão
Terceiro conjunto de joias recebidas por Bolsonaro — Foto: Estadão

Outro exemplo é referente a outubro de 2021, quando, em visita à Arábia Saudita, o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, recebeu o chamado "kit ouro rosé" com relógio, abotoaduras, caneta, anel e um rosário islâmico da marca de luxo Chopard. Bento voltou ao Brasil sem declarar o kit à Receita Federal.

Em dezembro de 2022, segundo a PF, o kit teria deixado o Brasil em um voo oficial que levou o ainda presidente Jair Bolsonaro para os Estados Unidos. Pouco tempo depois, o kit aparece em um site de leilões em Nova York, negociado por meio de uma loja localizada em Manhattan.

Em maio, um agente e um delegado da PF estiveram no país em uma cooperação internacional do Federal Bureau of Investigation (FBI), o Departamento Federal de Investigação. Em cidades como Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova York (NY), os policiais conseguiram colher depoimentos de comerciantes, acessar imagens de câmeras de segurança e ainda obter documentos, como movimentações financeiras dos investigados.


Joias dadas de presente por governo saudita a casal Bolsonaro — Foto: Reprodução
Joias dadas de presente por governo saudita a casal Bolsonaro — Foto: Reprodução

Procuradas, as defesas de Jair Bolsonaro, Bento Albuquerque, Marcelo da Silva Vieira, Marcos André dos Santos Soeiro, Osmar Crivelati e Marcelo Costa Câmara não responderam aos contatos da reportagem. O advogado responsável pela defesa de Mauro Cid e de seu pai, Mauro César Lourena Cid, afirma que ainda não teve acesso ao relatório.

Por meio de nota publicada na rede social X (antigo Twitter), Fabio Wajngarten alegou que atuou como advogado e que, por isso, o seu indiciamento é uma “afronta legal”. Ele disse, ainda, que que a ação é “arbitrária, injusta e persecutória”. Também indiciado pela PF, Frederik Wassef afirma que não foi Bolsonaro e nem Cid que pediram para que ele comprasse o Rolex. José Roberto Bueno Junior negou a participação em crimes e disse não ter sido informado sobre o indiciamento. A defesa de Julio Cesar Vieira Gomes disse não ter tido acesso ainda ao relatório da PF, mas nega a prática de qualquer crime por parte do auditor da Receita Federal.

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