Pulso
PUBLICIDADE
Pulso

O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) estão empatados na corrida pela prefeitura da capital paulista, segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta quarta-feira (29).

De acordo com a sondagem, Boulos tem 24% das intenções de voto e Nunes, 23%, em um cenário com o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e o deputado Kim Kataguiri (União Brasil) na disputa. Já sem esses dois candidatos, Nunes alcança 26% e Boulos, 24%. Em ambos os casos, os dois líderes da corrida eleitoral paulistana empatam na margem de erro, estimada em três pontos percentuais para mais ou menos.

A pesquisa inclui novos nomes em comparação com o levantamento anterior, de março. É o caso de Datena e do coach Pablo Marçal (PRTB), entre outros postulantes que hoje alcançam percentuais menores de intenções de voto. Nesse cenário que inclui Datena e Kim, o jornalista alcança 8% das menções, mesmo percentual que a deputada federal Tabata Amaral (PSB). Na sequência aparecem Marçal (7%), Marina Helena (do Novo, com 4%) e Kim (4%). Todos desse grupo estão tecnicamente empatados.

Mais atrás estão João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP), Fernando Fantuzzi (DC) e Altino (PSTU) cada um com 1% das intenções de voto. Brancos e nulos somam 13% e os que não sabem ou não responderam são 5%.

Por incluir nomes diferentes dos que apareciam no levantamento anterior, a pesquisa atual não é diretamente comparável com a realizada em março. Naquela sondagem, Boulos aparecia com 30% das intenções de votos, contra 29% de Nunes.

Boulos, conforme reportado pela "Folha e S.Paulo", tem melhor desempenho entre os mais ricos (que ganham acima de dez salários mínimos por mês), os eleitores com ensino superior, e moradores das regiões oeste e central da cidade. Já Nunes se sai melhor entre aqueles que aprovam sua gestão e os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022.

Apesar da proximidade do ex-chefe do Executivo federal com o atual prefeito de São Paulo, o espólio eleitoral bolsonarista se dilui com a entrada de Pablo Marçal na disputa. Enquanto Nunes recebe o apoio de 39% dos que votaram no ex-presidente no segundo turno da eleição de 2022 contra Lula, o coach abocanha 14% dos votos desses eleitores no cenário com Datena e Kim, e 17% sem esses dois.

Na disputa de rejeições, Nunes hoje se sai melhor que Boulos. Ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), o deputado é rejeitado por 32% dos eleitores paulistanos — eram 34% que diziam "não votar de jeito nenhum" no psolista em março. Já o candidato à reeleição é malvisto por 24% (contra 26% do levantamento anterior). Entre os dois na tabela de rejeições aparece Pablo Marçal, opção descartada por 25% dos paulistanos.

Datena e Kim fora beneficiam Nunes

O Datafolha testou um cenário sem o nome de Datena por conta do histórico do jornalista, que já desistiu de pré-candidaturas em quatro eleições anteriores. O apresentador participou do lançamento da pré-candidatura de Tabata Amaral no início do ano e é cortejado pela campanha da deputada para ser o vice na chapa da parlamentar. Já a presença de Kim Kataguiri na disputa também é incerta, especialmente por conta do apoio do maior cacique do União Brasil na cidade, o vereador Milton Leite, à reeleição de Nunes.

Sem esses dois candidatos, Nunes é quem mais se beneficia entre os líderes da disputa. O atual prefeito herdaria o apoio de 26% dos eleitores que declaram a intenção em votar em Datena, e ganharia também 24% dos apoiadores do deputado.

A pesquisa foi realizada entre segunda, dia 27 de maio, e terça, 28. O levantamento, contratado pelo jornal "Folha de S.Paulo" e registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-08145/2024, levou em consideração entrevistas presenciais com 1.092 eleitores da capital paulista. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Mais recente Próxima Percepção de que o Brasil está ‘na direção errada’ atinge o maior patamar do governo Lula 3, indica Ipsos