Ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia anunciou ontem sua desfiliação do PSDB, sigla na qual ingressou em 2021, com aval de seu antecessor no posto, João Doria, para concorrer à reeleição no ano seguinte. Garcia acabou derrotado ainda no primeiro turno do pleito que elegeu Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A saída da principal liderança do partido no estado amplia as incertezas sobre os rumos do PSDB em São Paulo. A decisão foi tomada após a executiva nacional da legenda ter anulado a eleição que havia escolhido o nome de Marco Vinholi, aliado de Garcia, como novo presidente da executiva estadual paulista.
Tucanos ligados ao atual presidente nacional, Marconi Perilo, acusaram Vinholi de ter infringido as regras da legenda ao convocar eleições virtuais sem o chamamento oficial, por ata, de todos os integrantes do diretório estadual.
A reunião que escolheu o nome de Vinholi ocorreu no último dia 6 de março, de maneira virtual. O ex-deputado estadual nega irregularidades e afirma que o próprio diretório estadual convocou a eleição virtualmente. Ele é aliado do ex-governador João Doria, que deixou o PSDB.
Em um texto distribuído ontem pelo WhatsApp, Garcia mencionou a parceria com o ex-governador paulista Mário Covas e afirmou que “deixa o partido convencido de que é tempo de mudança para todos nós”.
“Faço com a tranquilidade e a certeza de que deixamos, numa parceria de quase 30 anos nas gestões públicas de São Paulo e do Brasil, um modelo de governar, baseado em princípios que sempre conjugamos, aquele da proteção aos mais necessitados, da responsabilidade fiscal e da inovação na gestão”, escreveu Rodrigo Garcia.
O PSDB vive uma disputa interna desde a saída de Doria do partido. Outro foco de divergência recente envolve a eleição municipal. O eventual apoio à tentativa de reeleição do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), gera um racha entre lideranças locais e nacionais.