Política
PUBLICIDADE
Por — Dubai

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou o Congresso a uma "raposa cuidando do galinheiro" ao se referir ao imbróglio envolvendo o marco temporal das terras indígenas no país. Em um evento com movimentos sociais na COP28, em Dubai, o presidente pediu que a ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas) usasse sua simpatia para "tentar convencer os caras" (parlamentares) a não derrubarem seu veto quase integral ao projeto de lei aprovado pelo Congresso em setembro, em desafio a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a tese inconstitucional.

O Congresso deve analisar os vetos de Lula na próxima quinta-feira, e a tendência é a derrubada dos vetos do presidente. Isso porque é muito provável que, por ir contra uma decisão do STF, o projeto de lei seja contestado na própria Suprema Corte.

— A gente tem que se preparar para entender o seguinte: ou nós construímos uma força democrática capaz de ganhar o Poder Legislativo, o Poder Executivo e fazer a transformação que vocês querem, ou nós vamos ver o que aconteceu com o marco temporal. Querer que uma raposa tome conta do nosso galinheiro é acreditar demais — disse o presidente.

Entenda tese do marco temporal

A tese do marco temporal, impulsionada pela bancada ruralista e o setor do agro, estipula que os povos indígenas têm direito a ocupar apenas as terras onde já estavam ou que reivindicavam antes da promulgação da Constituição de 1988. Lideranças indígenas contestam a tese ameaça a sobrevivência de muitas comunidades e a preservação de florestas.

— Quando a gente entrou com a questão do marco temporal, ninguém aqui de bom senso, ninguém tinha noção de que a gente ia ganhar aqui no Congresso Nacional — disse. — É só olhar a geopolítica do Congresso Nacional que vocês sabiam que a única chance que a gente tinha era a que foi votada na Suprema Corte. E é por isso que eu vetei. E é por isso que a gente colocou o risco de derrubar o veto.

Lula pediu que os militantes fiquem atentos à votação e que a ministra Guajajara se esforce para mantê-los.

— Esteja atento, que na hora que for votar [os vetos] no Congresso, para derrubar o veto que eu fiz, eles podem derrubar. Então, a Soninha [Guajajara], muito simpática, rindo assim, tentar convencer os caras para não derrubar o veto desses nossos indígenas, que é tudo em que eles só querem viver bem — afirmou Lula. — Eles só querem viver. Isso é negociação que você precisa ter noção do que você tem que fazer."

Extrema-direita

A fala de Lula ocorreu quando ele manifestava preocupação com o crescimento da extrema-direita no mundo, citando a Argentina, onde Javier Milei ganhou a eleição em novembro, e os Estados Unidos, onde Donald Trump pode retornar ao poder. Lula pediu mobilização para evitar a eleição de um Congresso conservador no futuro.

— Eu queria chamar a atenção de vocês para algumas coisas importantes. E vocês aprenderam nos últimos tempos a compreender que muitas das coisas que vocês reivindicam, que vocês privam o dia inteiro, depende de uma coisa chamada fortalecimento da democracia — afirmou. — Se a gente não leva isso em conta, a cada eleição a gente vai reclamar que o poder legislativo está mais conservador. E se ele estiver mais conservador, mais dificuldade nós teremos de aprovar grande parte daquilo que vocês passam o ano inteiro reivindicando — finalizou.

Mais recente Próxima Provável saída de Dino abre disputa na base por Ministério da Justiça, e PT atua contra nomes do PSB
Mais do Globo

Ex-estrela de filmes pornô denunciou magnata da música; Diddy é alvo de diversas ações civis

Abuso físico e tráfico sexual: rapper Diddy enfrenta novo processo nos EUA

Dissidentes das FARC e rebeldes do ELN seriam responsáveis por "área preparada com explosivos"

Seis militares morrem em campo minado por rebeldes, na Colômbia

Antes de ser indiciado pela PF, ex-presidente havia retomado viagens para pedir votos

Pecha de ʽladrão de joiasʼ mina discurso de Bolsonaro

Com golaço de Ganso, tricolor até encerrou sequência de seis derrotas, mas segue sem vencer há oito rodadas

Na estreia de Mano Menezes, Fluminense busca empate com Internacional, mas segue na lanterna do Brasileiro

Parlamentar criticou o oponente na disputa pela prefeitura de São Paulo por sugerir que o familiar dela morreu em meio a decisão de morar fora do país para estudar em Harvard

Tabata chama Marçal de 'sujeitinho' por insinuação sobre morte do pai da deputada

Associação que reúne as montadoras brasileiras projeta um volume de importação de 450 mil veículos só em 2024 e vê impacto negativo no mercado nacional e nas exportações

Com disparada na importação e queda na exportação, Anfavea pressiona por aumento da taxação de carros elétricos

Atacante argentino não balança a rede desde o dia 4 de maio, contra o Atlético-MG

Sem marcar há 12 jogos, Cano fecha dois meses de jejum de gols pelo Fluminense

Francisco Agustín Castro disse ser policial reformado e foi apreendido após uma busca policial encontrar com ele uma pistola 9mm e um carregador com 11 balas

Homem é detido com arma nas imediações de local onde presidente da Argentina participava de ato

Quinto e último movimento da célebre Nona Sinfonia do compositor alemão é pop, um hino supranacional adotado por um conjunto amplo de pessoas e causas políticas

Por que, 200 anos depois, ainda queremos ouvir ‘Ode à Alegria’, de Beethoven

Segundo sobreviventes, barco zarpou da fronteira do Senegal e da Gâmbia com 170 passageiros; rota ganhou popularidade, apesar de ser perigosa, devido à vigilância no Mar Mediterrâneo

Ao menos 89 imigrantes morrem no mar da Mauritânia; dezenas estão desaparecidos