O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), procurou integrantes do PT para reclamar das críticas feitas a ele pela presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Por uma rede social, a dirigente petista o acusou ontem de "prestar serviço à extrema direita" ao dar vazão a uma proposta que limita as decisões individuais de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A interlocutores, Pacheco lembrou que a própria deputada já defendeu o fim da Justiça Eleitoral, o que, para ele, é ainda mais grave.
- Troca no comando da Caixa: quem é Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado por Lira ao cargo
- Empresário, veterinário, protético e ex-candidato a deputado: quem são os presos pela PF por atos golpistas de 8/1
Ao líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), Pacheco disse ter se sentido ofendido com a declaração da petista e avalia que Gleisi exagerou no tom da sua publicação.
O presidente do Senado já havia divulgado uma nota ontem na qual disse que rotular uma proposta legislativa como de direita ou de esquerda para desqualificá-la, além de simplista, era “um erro”.
"Esse é o grande mal recente da história nacional que venho combatendo, pois esse tipo de argumento retroalimenta a polarização, que só interessa a alguns (os extremistas). Sempre defendi a harmonia entre os Poderes", escreveu o senador na nota.
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita as decisões do STF tem avançado no Senado com o apoio de Pacheco e do senador Davi Alcolumbre (União-AP). A participação deles tem sido vista como um aceno à oposição para viabilizar Alcolumbre como sucessor na presidência da Casa legislativa.
A PEC prevê medidas como a definição de prazos para pedidos de vista em processos judiciais e a exigência de maioria absoluta de votos dos membros para suspender a eficácia de leis e de atos normativos de amplo alcance, vedando assim decisões unilaterais e monocráticas.
A proposta está pautada no plenário do Senado pelo prazo de cinco sessões e deve ser votada nas próximas semanas.