Política
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Por Aguirre Talento e Eduardo Gonçalves — Brasília

A Policia Federal prendeu nesta terça-feira o ex-chefe do departamento operacional da Polícia Militar do DF, o coronel Jorge Eduardo Naime, por suspeitas de omissão no planejamento da segurança do dia 8 de janeiro. A prisão preventiva foi cumprida em nova fase da operação Lesa Pátria, que busca identificar os responsáveis pelas invasões das sedes dos Três Poderes. Os outros alvos também são policiais militares, sendo um major, um capitão e um tenente.

Os nomes são investigados por suspeita de omissão na segurança da região. As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, são três mandados de prisão temporária e um mandado de prisão preventiva. De acordo com a PF, o objetivo da ação é identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram a invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF.

Os outros presos são o major da PM Flávio Silvestre de Alencar, o capitão Josiel Pereira Cesar e o tenente Rafael Pereira Martins.

Alencar era subcomandante do 6º batalhão de Polícia Militar do DF, localizado na região da Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios. Ele é considerado especialista em controle de distúrbios civis, tendo realizado formação complementar nesse tema, com curso na PM de São Paulo.

O capitão Josiel Pereira Cesar estava vinculado ao gabinete do comandante-geral da PM, na função de ajudante de ordens. O outro preso, tenente Rafael Pereira Martins, ingressou na PM do DF em concurso de 2019 e não tinha cargo comissionado na estrutura da cúpula da corporação.

Golpistas comemoram, invadem a Praça dos Três Poderes e publicam vídeos nas redes

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O ministro da Justiça, Flavio Dino, repercutiu a operação pelas redes. "Polícia Federal segue fazendo trabalho de investigação dos fatos ocorridos no dia 8 de janeiro. As apurações estão sendo entregues ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, para as providências cabíveis. O Estado de Direito tem o dever de se proteger contra seus 'homicidas'", publicou o ministro no Twitter.

Em nota, a defesa de Jorge Eduardo Naime diz que no dia 8 de janeiro o coronel "agiu conforme a lei e a técnica, realizando todas as prisões ao alcance das condições materiais com as quais contava no momento".

"O avanço das investigações demonstrará a inocência do Coronel, que há 30 anos presta serviços relevantes à população do Distrito Federal", registram os advogados do militar.

Folga na véspera

O coronel Jorge Eduardo Naime Barreto pediu folga do trabalho às vésperas dos ataques realizados por bolsonaristas golpistas em Brasília. O oficial foi chamado às pressas para atuar contra os invasores. Naime foi exonerado do cargo após a ação dos golpistas.

O militar fez a solicitação de folga no dia 3 de janeiro. No pedido, o oficial demandava a dispensa até 8 de janeiro. A aprovação do pedido foi assinada no dia 5 pelo gabinete então comandante-geral da PM-DF, Fábio Augusto Vieira. Vieira foi exonerado e preso por suspeita de omissão, mas depois o ministro do STF Alexandre de Moraes revogou a prisão de Vieira.

Além de Naime, o ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, também estava ausente da capital federal no dia dos atos golpistas que questionavam o resultado das eleições presidenciais de 2022. Torres também foi exonerado e está preso em Brasília.

As linhas de investigação

Os órgãos de investigações dividiram as apurações em quatro frentes.

A primeira mira descobrir os "autores intelectuais" dos atos antidemocráticos. Nesta linha, é investigada a hipótese de que o presidente Jair Bolsonaro e outros políticos aliados estimularam os ataques às instituições.

Na segunda, os investigadores se concentram em apurar a omissão dos agentes públicos, entre eles o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, o governador Ibaneis Rocha e os ex-comandantes da Polícia Militar, no dia dos ataques. Nesta frente, as autoridades já concluíram que não havia plano operacional nem contingente suficiente de policiais para conter os manifestantes golpistas.

Na terceira, a Polícia Federal pretende identificar quem foram os financiadores dos atos, sobretudo políticos, empresários e comerciantes que financiaram as caravanas de ônibus a Brasília e a manutenção dos acampamentos em frente aos quarteis. Esses alvos já começaram a ser processados pela Advocacia Geral da União (AGU), que pede indenização pelas bens depredados.

Mais avançada até agora, a quarta linha de investigação visa identificar e individualizar a conduta de cada vândalo que invadiu e depredou o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Entre os principais alvos, está o homem que destruiu um relógio do século XVII no Planalto, preso em Minas Gerais.

Empresário, 'Dona Fátima' e ex-PM presos

Nas últimas semanas, a PF realizou cinco operações contra envolvidos nos atos golpistas. Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de prisão preventiva, 3 de prisão temporária e 37 de busca e apreensão. Na semana passada, o empresário Lucimario Benedito Camargo, mais conhecido como Mário Furacão, foi detido em Goiás. Já William Ferreira, ex-policial militar e ex-candidato a deputado estadual, foi preso em Porto Velho, em Rondônia.

O policial legislativo Alexandre Hilgemberg foi identificado por ter orientado os golpistas a respeito dos caminhos dentro do Senado, e não atuou para impedir a invasão. O policial foi afastado.

Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, bolsonarista radical, foi presa pela PF — Foto: Reprodução
Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, bolsonarista radical, foi presa pela PF — Foto: Reprodução

Outra pessoa detida pela Lesa Pátria foi Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, conhecida como "Dona Fátima de Tubarão". Ela foi presa no dia 27 do mês passado, em Santa Catarina. A bolsonarista de 67 anos viralizou na internet ao aparecer em um vídeo dizendo que estava "quebrando tudo".

Outro alvo de busca e apreensão foi Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em meio aos atos terroristas, índio publicou registros na rampa do Congresso Nacional.

Leo Índio — Foto: Reprodução
Leo Índio — Foto: Reprodução
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