O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um vídeo na noite desta quarta-feira acusando o presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar o 7 de setembro para fazer campanha política e tentar atacá-lo. O petista ainda criticou Bolsonaro pela compra de imóveis em dinheiro vivo e disse que, quando era presidente, nunca usou o Dia da Independência como instrumento de política eleitoral.
— Quando presidente da República, eu tive a oportunidade de participar de dois 7 de setembro, um em 2006 e outro em 2010, em época eleitoral. E em nenhum momento a gente utilizou o dia do povo brasileiro, o dia maior do nosso país, como instrumento de política eleitoral —afirmou Lula, que ainda acrescentou: — E o presidente, em vez de discutir os problemas do Brasil, tentar falar para o povo brasileiro como ele vai resolver o problema da educação, da saúde, do desemprego e do arrocho do salário mínimo, ele tenta falar de campanha política e tenta me atacar.
O petista ainda criticou Bolsonaro ao dizer que ele deveria explicar aos brasileiros "como sua família juntou R$ 26 milhões em dinheiro vivo para comprar 51 imóveis".
'Bolsonaro falou com sua bolha'
A campanha de Lula avalia que Bolsonaro não falou com o eleitorado indeciso neste 7 de setembro, e apenas "radicalizou" o ambiente político. A mobilização nas ruas, de acordo com interlocutores do petista ouvidos pelo GLOBO, já era esperada.
Os interlocutores do ex-presidente avaliam que é "natural" a disputa se acirrar faltando menos de um mês para as eleições e que Bolsonaro se manteve "preso na bolha" em seus discursos em Brasília e no Rio. "Ele não avançou, não ampliou o eleitorado dele", disse uma pessoa próxima ao petista.
Aliados de Lula também reforçaram a tese de que houve abuso de poder econômico e político nos atos, visto que o presidente utilizou uma data nacional e eventos organizados pelo governo para se beneficiar nas eleições.