Novelas
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Por Anna Luiza Santiago

Ao longo de "Pantanal", Bruno Luperi ouviu, além de inúmeros e merecidos elogios, algumas queixas do público sobre os rumos de certas tramas. Com todos os capítulos escritos antes mesmo da estreia, por razões de pandemia, ele não pôde alterar o curso da história ao gosto dos telespectadores. Em "Renascer", que chegou à TV Globo nesta segunda-feira (22), isso se repetirá. É que o autor já passou da metade da trama. Ela será, portanto, praticamente uma obra fechada. O neto de Benedito Ruy Barbosa terminará de escrever a nova versão do clássico do avô bem antes do fim. Em entrevista à coluna, ele explica os motivos e se diz confiante no resultado:

— Eu estou com uma frente muito grande de capítulos, no 104. Acho que vão ser 190 e poucos, não sei ao certo. Para a gente conseguir ir a Ilhéus (na Bahia, onde a novela é ambientada), o desenho de produção determinava uma entrega de textos grande. Assim, a gente conseguiria gravar muita coisa lá, a primeira e a segunda fases, e trazer muito coisa para cá (para os estúdios no Rio). Para levar ao público uma novela muito realista, que traz aquela região do Sul da Bahia para a frente da tela, a gente teve que tomar algumas decis��es. Uma delas foi fazer essa frente de texto. Temos que acreditar no trabalho que foi feito e nas decisões tomadas. Por isso fazemos um processo muito sério de escalação de elenco. Tem uma equipe espetacular. Não tem muita margem para errar. Lógico que não sabemos o que vai acontecer, se vai ser sucesso ou não. Mas estamos confiantes no caminho que está sendo adotado. Há uma relação muito boa com a direção e a produção, de troca e muita cumplicidade. Isso foi o que permitiu "Pantanal" ser o que foi, mesmo tendo sido obra fechada. "Renascer" também vai ter essa característica. Mas eu assisto a tudo, me mandam muita coisa quando estão gravando. Dá para sentir o cheiro e pegar um pouco de como o público recebe. Somos atentos a isso, a equipe sempre troca. Em "Pantanal", a gente sabia que algumas coisas não estavam dando muito certo e que outras estavam. Vai faltar essa precisão, que só vem depois que o público vê.

O autor afirma que não pretende diminuir o ritmo de trabalho depois da estreia:

— Não vou dar uma segurada agora, não consigo. Escrevo muito, das 8h à 1h. Gosto de fazer com tempo. Falo com eles (na Globo): "Tempo é matéria-prima de quem escreve. Quanto mais tempo me derem, não vou acabar antes, vou fazer meu melhor trabalho, vou ficar mais em cima dele e me dedicar mais". É isso que devo aplicar para este espaço. Tenho noção das entregas que tenho que fazer para ter a novela filmada dentro do cronograma e do investimento propostos. Tem toda uma matemática por trás, mas, no tempo que eu tiver livre, enquanto não dormir na frente do computador, vou estar escrevendo para ter a melhor novela possível.

Por conta dessa antecedência, o destino de José Venâncio (Rodrigo Simas), um dos filhos de José Inocêncio (Marcos Palmeira), já foi selado. Ele sairá mesmo antes do fim, como na versão original. Se havia alguma possibilidade de mudança, o autor descarta:

— Algumas coisas são imutáveis. Vou pegar o caso de "Pantanal". Quando você tem o acidente da Madeleine (Karine Teles) e ela sai da história, a história toda muda. Se ela fica, você não pode contar aquela história. Então, algumas decisões têm que ser aceitas, mas tentando dar um sentido maior, tentando compor um pouco melhor aquilo tudo. Na versão original, eu tinha 5 anos. Fiquei indignado com meu avô na morte do Venâncio: "Por que você matou ele?". Hoje, com a experiência que tenho, eu entendo o que aconteceu. Tem uma história maior sendo contada.

Luperi evita adiantar quais cenas importantes sofrerão mudanças significativas visando a uma atualização. Ele diz que são transformações naturais, mas sem perder de vista a grandeza e a essência da obra:

— Às vezes é preciso mexer em algumas coisas para aquilo permanecer igual. É um trabalho muito delicado, digo que é de cirurgião. Você vai fazer a incisão no corpo para mexer no organismo inteiro. Quanto menor a cicatriz, melhor. Quero deixar o trabalho bonito, sem nenhuma vaidade. Não acho que é onde vou assinar de forma autoral. Essa obra me precede. "Renascer" foi um grande clássico, importante para o público. Está na memória afetiva das pessoas. Só quero homenagear a obra, fazê-la ser coerente hoje e fazer o público se engajar como foi com "Pantanal". Tem muita pauta do nosso cotidiano, muita reflexão que a gente só pode fazer hoje, mas respeitando uma história que precede. Uma saga de um personagem está sendo contada, e todas as tramas paralelas alimentam aquilo.

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