Betty Faria foi entrevistada pelo autor Vincent Villari para seu novo canal no YouTube, o “VincenTV”. Na atração, o convidado ouve músicas que foram temas de seus personagens e, a partir daí relembra os trabalhos. A atriz falou sobre "Roque Santeiro" e disse que, após viver Viúva Porcina na primeira versão da novela, recusou o convite para a segunda.
A primeira versão da novela foi censurada pela ditadura. Com a retomada do projeto, dez anos depois, ela foi chamada novamente, mas não aceitou. O papel acabou ficando com Regina Duarte:
— Eu detestava a Porcina do “Roque Santeiro”. Quando fizeram de novo, me chamaram, eu rejeitei. Eu sofria muito fazendo a Porcina em 1975. Eu não gostava dela, achava uma escrota. Eu tinha na época um filho de 5 meses e me doía o útero sair daquela condição para fazer aquela Porcina.
Betty também comentou o final da sua personagem em “Pecado capital” (1975):
— A minha torcida era para Lucinha ficar com o Carlão (Francisco Cuoco). Mesmo com a ignorância e o machismo dele. Por eu ser muito politizada, eu não achava legal ela terminar a novela com aquele velho rico (Salviano, vivido por Lima Duarte). Parecia que ela estava se vendendo, eu tinha um preconceito.
A atriz relembrou ainda a novela “Água viva” (1980), que fez muito sucesso em Portugal:
— Portugal tinha saído de 40 anos de ditadura do Salazar, as mulheres tinham sido muito oprimidas. E aí de repente entrava uma novela brasileira, “Água Viva”. Você não sabe o que foi a Lígia para aquelas mulheres portuguesas. Eu cheguei lá em 1982, 1983, e fui tendo noção do quanto a Lígia inspirou as mulheres, mexeu com a cabeça delas e ajudou na consciência da libertação.
A entrevista vai ao no próximo dia 23.