Entrevistas
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Por Anna Luiza Santiago

João Oliveira é um dos destaques de "No ano que vem", série de Marcia Leite com direção-geral de Maria Flor que estreou este mês no Canal Brasil. Na história, o ator interpreta Lucas, um artista plástico adepto do sexting (envio e recebimento de conteúdos sexuais por meio de redes sociais ou mensagens de texto) que se envolve com uma das protagonistas, Ana (Julia Lemmertz). Ela é uma mulher de 59 anos que, após enfrentar um câncer de mama, termina seu casamento e resolve viver novas experiências em relacionamentos.

— O Lucas foi um presente, um personagem muito interessante de ser pesquisado. Os interesses dele refletem muito o tempo atual, as relações descartáveis. As ações do personagem falam sobre o nosso tempo, sobretudo o tempo dele, que é um artista plástico, uma pessoa que se interessa por pessoas, mas, de alguma forma, como todos nós, é guiado por medos e desejos. As relações foram para outro lugar diante das redes sociais. Isso torna a coisa ainda mais complexa, eu diria. Foi muito especial poder desbravar esse percurso de torná-lo real e tirá-lo do papel com companhias tão maravilhosas.

O ator conta que, diferentemente de seu personagem, nunca usou aplicativos de relacionamento:

— A maneira como a gente enxerga a vida é bem diferente. Talvez a terapia tenha me ajudado bastante a lidar com meus medos e desejos, apesar de ter parte de mim nele. Em termos de escolhas, eu tento não julgar muito para fazer (o personagem). Eu não lidaria com as coisas como ele lida, mas me utilizo dele também para aprender. Eu mesmo nunca tive um aplicativo de relacionamento que não o próprio Instagram, que, de alguma forma, pode se tornar isso para alguns. Mas eu nunca bebi dessa fonte que ele bebe e desbrava com tanta voluptuosidade. Para mim, as relações sempre se deram no olho no olho, no tato.

João diz que não conhecia Julia Lemmertz pessoalmente antes da série:

— Nós nos conhecemos no teste para o meu personagem e já tivemos uma conexão no olhar, na admiração mútua daquele momento. Ela generosamente estava ali se dispondo a fazer os testes com os atores. Foi uma parceria repleta de generosidade mesmo. Me senti muito abraçado por ela. Então, foi muito fácil, foi delicioso. A Julia é uma pessoa muito generosa. Não à toa, ela é esta atriz grandiosa. Ela me enxergou independentemente da nossa diferença de idade, e nos apaixonamos dentro daquele cenário. A gente brinca que viveu um ano inteiro dentro do cenário onde a gente filmou três dias. Foi muito intenso. Ela foi uma pessoa especial, virou uma amiga que eu amo.

Para João, a cumplicidade com a equipe e o respeito no set foram fundamentais para cenas mais "delicadas", como uma sequência de nu frontal:

— Foi muito tranquilo, na verdade (gravar as cenas de nudez). Nós, atores, estamos disponíveis. A cena tem uma função dramática e não é tão diferente de uma cena em que eu estou com roupa. É claro que exige um cuidado de estrutura mesmo, e que bom que cada vez mais temos cuidado e respeito e que o ambiente seja mais controlado. Tivemos uma administradora de intimidade que nos respaldou o tempo todo para que nos sentíssemos seguros. Toda a direção e todas as minhas companheiras dentro daquele cenário me deixaram muito à vontade para que eu também pudesse estabelecer os meus limites e contar aquilo de maneira tranquila. Para mim, não foi uma questão exatamente. Era uma cena que falava sobre aquilo, propunha-se isso no texto, então foi fácil e gostoso de fazer.

Ele acredita que a dramaturgia pode ajudar a fazer com que o assunto sexo não seja mais visto como um tabu:

— O sexo é algo importantíssimo na nossa vida, que precisa, sim, ser colocado em algumas histórias com uma função dramatúrgica de liberdade, de descoberta. É uma necessidade, às vezes, retratar na tela algo que é comum, que fazemos, mas há um certo tabu em falar. O sexo ainda é tratado com um certo misticismo, ainda estamos descobrindo como gerar liberdade coletivamente para que as pessoas sejam quem elas são e descubram como gostam de fazer sexo.

Atualmente, o ator está estudando inglês nos Estados Unidos, como uma forma de se preparar para o mercado internacional:

— Tenho feito testes, mas não posso falar sobre eles. Estou buscando estudar, vim para os Estados Unidos estudar inglês para me tornar, de alguma forma, mais apto a estar disponível para um mercado cada vez mais globalizado. Isso é um interesse meu. Assim como é um interesse voltar para as novelas, para desbravar, depois de tantos anos em séries fazendo personagens densos e complexos (nos últimos anos, ele também esteve em "Lov3", do Prime Video, e em "Últimas férias", do Star+).

João Oliveira é casado com a também atriz Julia Dalavia. Os dois se conheceram na novela "Boogie oogie", de 2014, mas só começaram a se relacionar em 2022:

— O que eu posso dizer sem dúvida é que somos entusiastas um do outro, nos ajudamos sempre que podemos e que temos a disponibilidade para isso. A gente é apaixonado pelo que faz. É muito gratificante ser marido de uma atriz que eu admiro tanto. Eu aprendo muito com ela no dia a dia. Nós nos encontramos cedo, fazendo "Boogie oogie", depois fizemos uma peça de teatro juntos. A gente segue crescendo e se admirando mutuamente.

João Vithor Oliveira e Julia Dalavia — Foto: Reprodução / Instagram
João Vithor Oliveira e Julia Dalavia — Foto: Reprodução / Instagram
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