Preto Zezé estreia coluna quinzenal às segundas-feiras

—Pretendo encarar a complexidade do Brasil e suas oportunidades a partir do olhar da favela —diz ele.

Filho de um casal de retirantes, mãe doméstica e pai pintor da construção civil, Preto Zezé nasceu em Fortaleza em 1976, onde foi criado na Favela das Quadras. Foi guardador e lavador de carros, compositor de rap e conviveu com gangues de rua. Largou os estudos depois da 8ª série e só mais tarde completou o ensino médio. Como ativista, militou em movimentos sociais, estudantis e políticos, em causas que vão do hip-hop ao basquete de rua, passando pelo combate às drogas. Sua trajetória o levou a países como Argentina, Estados Unidos, Suécia e Dinamarca.

Desde 2004 passou a atuar na Cufa no Ceará. Assumiu a presidência nacional da entidade em 2012 e, em 2015, a presidência global, em Nova York. Voltou ao Brasil e à presidência nacional em 2020 para ajudar no combate à pandemia. Desde 2024 preside a Cufa do Rio, para onde se mudou. Nos últimos anos, Preto Zezé se tornou uma das figuras de maior destaque no debate sobre o racismo e sua relação com a desigualdade no Brasil.

Em sua coluna, diz ele, tratará do “protagonismo político, econômico e social da favela”.

—Do ponto de vista econômico, as favelas mobilizam um PIB comparável ao do Paraguai ou da Bolívia —afirma. — Em população, são o equivalente ao quarto estado da Federação, maior que o Rio Grande do Sul.