Um podcast que dá espaço a todas as vozes

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Recentemente, participei de uma imersão com pessoas sábias que, dia a dia, constroem seus espaços e atuam em empresas, do entretenimento ao jornalismo, dos negócios ao esporte, dos talk shows ao mercado da música. Como resultado dessa caminhada, aprendo muito. Exercito minhas curiosidades, testo minhas certezas e procuro não cair na tentação do monopólio da verdade.

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Nesse ecossistema, deparei com a experiência de dois jovens, filhos das periferias de São Paulo, que construíram seu próprio espaço para comunicar, sintonizar e trazer conteúdos e entretenimento de forma ímpar, saindo dos modelos formais de comunicação.

O podcast Podpah se consolidou nesse lugar. Cresceu a tal ponto que marcas, figuras públicas e produtos passam por lá para dialogar com uma audiência exclusiva, que tem como referência os jovens Mitico e Igão. Eles simbolizam uma nova geração de comunicadores que ocupam um espaço capaz de parecer distante para quem habita territórios antes invisibilizados.

Como tudo que cresce incomoda, provoca reações das mais diversas formas e dos mais diversos lugares, com o Podpah não foi diferente. Com essa conquista, algumas questões fundamentais para o debate sobre as transformações da comunicação vieram à tona.

O Podpah começou com a ideia de produzir bate-papos e misturar reacts ao vivo com os convidados, sem se deter no estudo aprofundado do perfil deles. A autenticidade dos diálogos gera empatia e atrai um público significativo. Com uma equipe dedicada, eles têm pautado debates nas redes sociais, são comentados intensamente, embora ainda haja quem os considere “rasos”. Além disso, o Podpah desafia o mercado da publicidade, a TV tradicional e a ideia de audiência única e hegemônica.

Talvez usar a fórmula que fideliza a audiência dos meninos seja uma forma interessante para se reinventar num mercado em constante transformação, que precisa chamar atenção de gente que muitas vezes não está representada nesses lugares.

Para o Podpah, há ainda o desafio de habitar um mundo novo, com novas regras e códigos, cruzar a ponte para o outro lado, do dialeto do asfalto, onde uma linha tênue agora se coloca. Mitico e Igão e sua tropa precisarão manter a chama da autenticidade acesa em meio às tempestades das grandes altitudes.