Eleições EUA
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Por O Globo e agências internacionais — Rio de Janeiro

Donald Trump disse em uma entrevista na noite de segunda-feira que acredita que o presidente Joe Biden continuará na corrida pela Casa Branca, apesar dos apelos para que ele desista devido a preocupações sobre sua aptidão mental.

"Acho que ele, sabe, muito provavelmente vai continuar", Trump disse a Sean Hannity na Fox News em sua primeira entrevista desde o fraco desempenho de Biden no debate presidencial no final do mês passado.

O ex-presidente americano afirmou que ele deve permanecer na corrida por causa de seu "ego". "[Biden] não quer desistir. Ele não quer fazer isso. Parece-me que é isso que ele quer", disse durante a entrevista.

Em um carta enviada por Biden aos democratas do Congresso nesta segunda-feira, afirmou que estava "firmemente comprometido em permanecer na disputa".

Ele também ligou para o programa Morning Joe, da rede MSNBC, para afirmar que não se importava com nenhum dos "grandes nomes" que o pressionavam. "Se algum desses caras acha que eu não deveria concorrer, concorra contra mim", afirmou, desafiando: "Anuncie sua candidatura a presidente. Desafiem-me na convenção" em agosto.

Na carta de duas páginas, divulgado por sua campanha, Biden escreveu que "a questão de como vamos seguir em frente tem sido bem discutida há mais de uma semana". O presidente de 81 anos acrescentou: "E já está na hora de isso acabar. Temos um trabalho. E ele consiste em derrotar Donald Trump. Qualquer enfraquecimento da determinação ou falta de clareza sobre a tarefa à frente só ajuda Trump e nos prejudica."

A carta foi divulgada um dia após cinco deputados democratas e vários membros do comitê terem dito, em uma ligação privada, que Biden deveria deixar a disputa, aumentando a pressão sobre o presidente e seus assessores. Ela também foi divulgada pouco antes do Congresso voltar de seu recesso, quando os legisladores esperam que esses pedidos se intensifiquem, afirmaram alguns congressistas ao site de notícias Axios. Nesse caso, a carta tenta conter a onda antes que se avolume.

Nesta semana, registros oficiais de visitantes revelaram que um especialista em doença de Parkinson do Centro Médico Militar Nacional Walter Reed visitou a Casa Branca oito vezes em oito meses, incluindo pelo menos uma vez para uma reunião com o médico do presidente Joe Biden.

A Casa Branca, contudo, nega que o presidente esteja em tratamento para a doença.

— O presidente foi tratado para Parkinson? Não. Ele está sendo tratado para Parkinson? Não, ele não está. Ele está tomando medicamentos para Parkinson? Não — disse a porta-voz Karine Jean-Pierre em coletiva de imprensa, após os registros de visitas serem divulgados por diferentes veículos de imprensa nesta segunda-feira.

Semana intensa

A promessa de Biden de permanecer na disputa chega em uma semana crucial para sua presidência. Enquanto muitos democratas pedem para que o presidente intensifique sua campanha, ele se prepara para sediar a 75ª cúpula da Otan, em Washington, com início na terça-feira. Serão três dias de encontros, mas não há garantias de que Biden não seja perseguido por questões urgentes sobre seu futuro político durante a cúpula. Além disso, líderes estrangeiros e diplomatas estão entre os que mais expressaram preocupação com sua idade e saúde.

Ele também dará uma entrevista coletiva aos repórteres no final da cúpula, na quinta-feira. Biden não dá entrevista coletiva desde novembro de 2022, exceto durante uma viagem ao exterior. Desde o debate, quando se perdeu em frases confusas e se repetiu com frequência, o desempenho de Biden e sua capacidade de se articular têm estado sob escrutínio dos democratas.

No domingo, o presidente viajou para a Pensilvânia com paradas na Igreja de Deus em Cristo de Mount Airy, uma congregação negra na Filadélfia, para se reunir com um bloco importante de eleitores que ajudou a reviver sua candidatura presidencial de 2020. (Com AFP, NYT e Bloomberg)

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