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Por e , Em The New York Times — Cidade de Gaza

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GERADO EM: 18/06/2024 - 17:23

Investimento em píer dos EUA em Gaza enfrenta desafios logísticos

Após investimento de R$ 1,6 bilhão, píer dos EUA em Gaza falha na distribuição de ajuda humanitária, enfrentando desafios logísticos e de segurança. Governantes pressionam por mais rotas terrestres para suprir as necessidades do enclave palestino.

O píer temporário de R$ 1,6 bilhão que o Exército dos Estados Unidos construiu para acelerar a ajuda humanitária na Faixa de Gaza falhou em grande parte em sua missão, segundo organizações de ajuda, e provavelmente encerrará as operações antes do esperado. Em um mês após sua inauguração, o píer esteve em serviço por cerca de dez dias. No restante do tempo, a construção foi afastada para reparos após mares agitados terem a danificado, ou pausada por preocupações de segurança.

O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, inicialmente previu que o mar tornaria a construção inoperante em setembro. A iniciativa nunca foi pensada para ser mais do que uma medida provisória, enquanto o governo do democrata pressionava Israel para permitir o envio de mais comida e outros suprimentos no enclave por rotas terrestres — uma maneira mais eficiente de entregar ajuda. Mas até as metas mais modestas para o píer não serão alcançadas, de acordo com relatos de oficiais americanos.

Quando o píer foi concebido, autoridades de saúde já alertavam que o território estava à beira da fome. Nas últimas semanas, Israel deu às organizações de ajuda maior acesso ao território, mas os grupos dizem que a situação continua grave. Somado a esse cenário, militares alertam que o píer pode ser desmontado já no próximo mês. Autoridades esperam que o prazo pressione Tel Aviv a abrir mais rotas terrestres.

Biden ordenou que o Exército americano começasse a construir o píer em março, numa época em que ele estava sendo criticado por não fazer mais para conter a resposta militar de Israel aos ataques liderados pelo grupo terrorista Hamas em 7 de outubro. Uma vez concluída a instalação, os primeiros caminhões com suprimentos chegaram à costa em 17 de maio. Desde então, o projeto enfrentou dificuldades, e muitos palestinos permanecem sob “fome intensa”, de acordo com grupos de ajuda.

Na última sexta-feira, o Exército dos EUA disse que moveria temporariamente o píer para evitar danos causados pelos mares agitados. Nas redes sociais, o Comando Central dos Estados Unidos disse que a decisão “não é tomada levianamente, mas é necessária para garantir que o píer temporário possa continuar a entregar ajuda no futuro”. Sabrina Singh, porta-voz do Pentágono, disse na segunda-feira que o píer poderia ser reanexado e as entregas de ajuda retomadas ainda esta semana.

Desafios do projeto

O píer “não está funcionando, pelo menos não para os palestinos”, escreveu Stephen Semler, cofundador do Instituto de Reforma da Política de Segurança, em um ensaio para o Responsible Statecraft, uma publicação do Instituto Quincy. Semler argumentou que o píer só conseguiu fornecer “cobertura humanitária” para a política do governo Biden de apoiar o bombardeio de Israel a Gaza.

Autoridades dos Estados Unidos dizem que, além de entregar ajuda com muitas das rotas terrestres fechadas, o píer também mostrou a necessidade urgente de fornecer mais assistência humanitária geral ao enclave. Mas os desafios do projeto frustraram e desapontaram os principais funcionários do governo.

Apesar dos atrasos relacionados ao clima e outros problemas, houve um ponto positivo: o píer ainda não foi atingido em um ataque.

No início deste mês, o Pentágono rejeitou alegações de que o píer havia sido usado em uma incursão israelense que libertou quatro reféns, mas que levou à morte de dezenas de palestinos. Horas após o resgate, um vídeo viralizou mostrando um helicóptero militar israelense decolando da praia com o píer dos EUA ao fundo. Após a divulgação, o Comando Central dos EUA disse que o píer e “seus equipamentos, pessoal e ativos não foram usados na operação para resgatar reféns.”

Autoridades militares americanas estavam especialmente preocupadas com possíveis ataques porque surgiram relatos de que os Estados Unidos forneceram inteligência sobre os reféns antes da operação. Na semana passada, o major general Patrick Ryder, secretário de imprensa do Pentágono, denunciou “alegações imprecisas nas redes sociais” de que o píer teria ajudado no resgate, mas afirmou que “houve algum tipo de atividade de helicóptero” perto do local durante a operação.

Arlan Fuller, diretor de resposta emergencial do Project Hope, disse que a imagem do “helicóptero decolando da praia realmente contrariava o uso geral do espaço humanitário”. O Comando Central havia acabado de anunciar que o píer estava utilizável, após quase duas semanas de pausa para reparos quando o esforço de resgate dos reféns ocorreu. Um dia depois, o Programa Mundial de Alimentos anunciou que havia novamente pausado a distribuição de ajuda pelo píer por questões de segurança.

Ajuda humanitária

Biden surpreendeu o Pentágono quando anunciou repentinamente o píer em seu discurso sobre o Estado da União. Engenheiros do Exército construíram e implantaram o local em dois meses, com cerca de mil tropas americanas envolvidas em alguma parte do projeto. À época, autoridades previram que ele poderia ajudar a entregar até dois milhões de refeições por dia.

O vice-almirante Brad Cooper, vice-comandante do Comando Central, disse recentemente que os problemas com o píer “derivaram exclusivamente de condições climáticas inesperadas”. Normalmente, a primavera e o início do verão nas margens de Gaza são mais calmos.

— Planeje para X, e a natureza envia 2X — disse Paul Eaton, major-general aposentado que estava na Somália em 1993, quando o exército dos EUA instalou um píer para entregar ajuda humanitária aos civis presos na guerra.

‘Experimento irresponsável’

Vários republicanos no Congresso criticaram o projeto por seu custo e risco potencial para tropas americanas. Embora iniciativas semelhantes já tenham sido implementadas pelo Exército dos EUA, o senador Roger Wicker, republicano sênior no Comitê de Serviços Armados, disse que “este experimento irresponsável desafia toda a lógica, exceto a explicação política óbvia: apaziguar a ala mais à esquerda do presidente”.

Trabalhadores humanitários dizem que as entregas foram desaceleradas por gargalos no transporte nas passagens de fronteira, causados por longas inspeções de caminhões, horas de operação limitadas e protestos de israelenses. Israel, por sua vez, argumenta que não há limites para a quantidade de ajuda que permite entrar, e regularmente culpa grupos de ajuda desorganizados – assim como roubos pelo Hamas – pelo fracasso em entregar alimentos aos palestinos de forma eficiente.

O Comando Central disse na sexta-feira que 3,5 mil toneladas de ajuda foram entregues à costa usando o píer desde que a operação começou em 17 de maio, com cerca de 2,5 mil toneladas dessas entregues desde que o píer foi reancorado e retomou as operações em 8 de junho. Mas grande parte da ajuda que chega não está alcançando os palestinos, dizem os grupos de ajuda, devido a problemas logísticos, de segurança e saques.

Trabalhadores humanitários dizem que o equivalente a apenas sete caminhões de ajuda está chegando a Gaza via o píer a cada dia, muito aquém da meta de eventualmente aumentar para 150 caminhões por dia.

— O volume é insignificante — disse J. Stephen Morrison, diretor do Centro de Política de Saúde Global no Center for Strategic and International Studies. — E os mares só vão ficar mais agitados.

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