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Por AFP — Viena e Teerã

O Irã está aumentando suas capacidades nucleares, afirmou nesta quinta-feira a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma semana depois de o Conselho de Governadores desta agência da ONU ter adotado uma resolução criticando a falta de cooperação de Teerã. Segundo a agência, o Irã comunicou que iria instalar mais centrifugadoras — máquinas de enriquecimento de urânio ��� nas instalações de Natanz e Fordow.

A moção apresentada na semana passada pelo Reino Unido, França e Alemanha — e contestada pela China e pela Rússia — na reunião do Conselho de Administração da AIEA, composta por 35 países, foi a primeira do gênero desde novembro de 2022.

A resolução, que Teerã chamou de "apressada e imprudente", surgiu num momento de impasse sobre a escalada das atividades nucleares do país e entre receios entre as potências ocidentais de que a República Islâmica esteja tentando desenvolver uma arma nuclear, algo que o país nega.

Embora neste momento seja apenas simbólica, a moção visa aumentar a pressão diplomática sobre o Irã, com a possibilidade de remeter o assunto ao Conselho de Segurança da ONU.

No passado, resoluções semelhantes levaram Teerã a retaliar, removendo câmaras de vigilância e outros equipamentos das suas instalações nucleares e intensificando as suas atividades de enriquecimento de urânio.

O Irã tem bomba atômica?

Oficialmente, o Irã não possui armas nucleares. De acordo com a Arms Control Association (Associação de Controle de Armas, em tradução do inglês), entidade americana que desde 1971 monitora os arsenais nucleares pelo mundo, apenas nove países possuem bombas nucleares: Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte.

No entanto, uma fonte de inteligência israelense ouvida em anonimato pelo GLOBO afirmou que o país já tem a plataforma para lançamento de bombas nucleares (mísseis) e que a quantidade de urânio enriquecido necessária para fabricar armas está perto de ser alcançada. Segundo a fonte, Israel trabalha com uma estimativa de que a arma possa ser alcançada em dois anos.

Em um relatório confidencial de fevereiro, AIEA já havia revelado ter "preocupações" com o programa iraniano. Os dados do documento mostravam que Teerã aumentou a quantidade de urânio enriquecido nos últimos meses, superando os limites impostos pelo Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, em inglês), um acordo firmado em 2015 — um texto considerado quase morto desde que foi abandonado pelos EUA, durante a administração Trump, e para o qual os americanos nunca retornaram.

Dados do relatório, citados pela AFP, mostravam que as reservas de material enriquecido eram, no dia 10 de fevereiro, de 5.525,5 kg (27 vezes acima do limite estabelecido pelo JCPOA). Em outubro, o Irã armazenava 4.486,8 kg de material radioativo, enriquecido em diferentes graus.

Segundo o Wall Street Journal, que também teve acesso ao relatório, o Irã tinha 121,5kg de urânio enriquecido a 60%, sendo a única nação que não tem armas atômicas a enriquecer o material a esse grau. Apesar do enriquecimento não ser suficiente para fabricação de armas, especialistas apontam que o país tem a tecnologia para levar o material aos 90% necessários para uso militar. Pela definição da AIEA, são necessários 42kg de urânio enriquecido neste nível para fins bélicos.

Com um programa nuclear criado nos anos 1950, as atividades iranianas no setor começaram a ser observadas mais de perto no começo do século, após denúncias feitas por dissidentes sobre instalações secretas e planos para a construção de uma bomba. Oficialmente, as autoridades locais dizem que o programa tem fins pacíficos, e citam uma fatwa (decreto religioso) do aiatolá Ali Khamenei que veta sua militarização. A AIEA relata dificuldade para seus inspetores trabalharem no país e terem acesso a dados atualizados sobre o desenvolvimento do programa.

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