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Por O Globo e agências internacionais — Havana

Quatro navios de guerra russos, incluindo um submarino movido a energia nuclear, chegaram na manhã desta quarta-feira ao porto de Havana para uma visita de cinco dias na ilha. Tanto Cuba quanto autoridades dos Estados Unidos disseram na semana passada que a iniciativa não representaria uma ameaça, embora ela tenha sido amplamente interpretada por analistas como uma tentativa de Moscou de demonstrar força à medida que aumentam as tensões devido ao apoio militar do Ocidente à Ucrânia na guerra com a Rússia.

O Exército russo afirmou nesta terça-feira que suas embarcações realizaram exercícios no Atlântico enquanto se dirigiam para Cuba. O Ministério da Defesa da Rússia disse que a fragata Almirante Gorshkov e o submarino Kazan simularam um ataque com mísseis contra um grupo de navios inimigos. O órgão explicou que a prática envolveu simulação computacional de ofensivas com alvos marítimos a mais de 600 km de distância. Havana, onde os navios chegaram hoje, fica a apenas 160 km de Key West, na Flórida, onde há uma Estação Aérea Naval dos EUA.

O Almirante Gorshkov também está armado com mísseis hipersônicos Zircon. Projetado para armar cruzadores, submarinos e fragatas russos, eles podem ser usados contra alvos marítimos e terrestres. O presidente russo, Vladimir Putin, promoveu o Zircon como uma arma capaz de penetrar qualquer defesa antimísseis, voando nove vezes mais rápido que a velocidade do som e com alcance de mais de mil quilômetros. Os outros dois navios da frota são de apoio. Segundo Havana, a ação reflete as “relações historicamente amigáveis” entre a Rússia e Cuba.

Destacamento naval russo visita Cuba nesta semana — Foto: AFP
Destacamento naval russo visita Cuba nesta semana — Foto: AFP

O Ministério das Relações Exteriores cubano também disse que os navios russos, que ficarão na região até a próxima segunda-feira, 17 de junho, não estão com armas nucleares. Na sequência, Washington afirmou que estava “monitorando” a situação, indicando que o exercício militar faria parte de uma resposta mais ampla da Rússia ao apoio dos Estados Unidos à Ucrânia. As autoridades americanas completaram afirmando que a presença militar de Moscou era notável, mas não preocupante.

— Os navios de guerra russos visitantes são a maneira de Putin lembrar [ao presidente americano Joe] Biden de que Moscou pretende desafiar Washington em sua própria esfera de influência — disse à agência Reuters William Leogrande, professor da American University.

Esta não é a primeira vez que a Rússia envia seus navios de guerra ao Caribe. No entanto, a visita desta semana ocorre após Putin criticar a entrega de armas de longo alcance pelo Ocidente à Kiev, e argumentar que a Rússia poderia fornecer armas semelhantes a outros países para atacar alvos ocidentais em resposta. Ele disse, na semana passada, que a ação por parte dos aliados ocidentais poderia minar ainda mais a segurança internacional e levar à problemas muito sérios, ainda que tenha declarado não ter intenção de atacar países da Otan.

A chegada desta frota ocorre no mesmo dia em que o chanceler Bruno Rodríguez e seu homólogo russo Serguei Lavrov se reuniram em Moscou, informou o Ministério das Relações Exteriores cubano.De acordo com comunicado da chancelaria cubana, Rodríguez expressou a Lavrov o repúdio do seu Governo à expansão da Otan em direção à fronteira russa, que, segundo ele, “conduziu o atual conflito na Europa especialmente entre Moscou e Kiev”. Ele também defendeu “uma solução diplomática, construtiva e realista para a crise existente na região”.

A visita também é realizada um mês após o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, desejar sucesso a Moscou na guerra contra a Ucrânia. Na ocasião, Díaz-Canel condenou a “manipulação geopolítica” dos Estados Unidos e a “ameaça da Otan de se aproximar das fronteiras” russas. A relação política entre esses dois antigos aliados da Guerra Fria se revitalizou desde novembro de 2022, quando Díaz-Canel se reuniu em Moscou com Putin, que considera a relação com a ilha “estratégica”.

Outra flotilha da marinha russa, que incluía a fragata e o rebocador, visitou Cuba em 2019, em um momento de alta tensão entre Havana e Washington, após a chegada ao poder do republicano Donald Trump (2017-2021). Durante mais de 60 anos, Washington impôs a Cuba um embargo comercial que o ex-presidente americano endureceu, incluindo a ilha em sua lista de patrocinadores do terrorismo. Joe Biden, seu sucessor democrata, manteve Cuba nessa posição e não mudou substancialmente essas sanções.

Durante a chegada da frota ao porto de Havana, 21 salvas serão disparadas de um dos navios como uma saudação à nação, seguida pela resposta de uma bateria de artilharia das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba. (Com AFP)

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