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Por O Globo e agências internacionais — Tel Aviv

O líder da oposição em Israel, Benny Gantz, anunciou sua saída do gabinete de guerra, formado logo após o início da guerra na Faixa de Gaza, e acusou o premier Israelense, Benjamin Netanyahu, de "evitar" que o país obtenha uma "vitória real" contra o grupo terrorista Hamas. Há cerca de um mês, Gantz havia dito que deixaria o gabinete caso o governo de Netanyahu não apresentasse um plano para a guerra nas semanas seguintes, o que não aconteceu. O anúncio veio um dia depois do resgate de quatro reféns israelenses na região central de Gaza.

— Netanyahu nos impede de avançar para uma verdadeira vitória [em Gaza] — disse Gantz, em comunicado transmitido pela TV neste domingo, no qual chamou a a decisão de deixar o governo de "complexa e difícil". — É por isso que saímos hoje do governo de emergência com o coração pesado, mas com o coração inteiro.

Apesar de integrar o gabinete de guerra e de tomar decisões ao lado de Netanyahu, Gantz é apontado como o principal rival de Netanyahu no cenário politico israelense, e pesquisas apontam que, caso fossem realizadas eleições em um futuro próximo, ele conseguiria formar uma coalizão para se tornar primeiro-ministro. A participação no governo não impediu que tecesse críticas recorrentes à condução da guerra, e as divergências ficaram explícitas em meados de maio, quando fez o últimato cobrando um plano para a guerra — caso contrário, prometia deixar o gabinete.

— Estou orgulhoso de ter ingressado no gabinete de emergência depois que a tragédia de 7 de outubro se abateu sobre nós. Mas depois de oito meses de combate temos que olhar para frente — disse Gantz aos repórteres. — Netanyahu sabe o que deve fazer e deve fazê-lo.

Vídeo mostra reencontro de refém resgatada em Gaza com o pai

Vídeo mostra reencontro de refém resgatada em Gaza com o pai

Gantz reafirmou que é possível derrotar o Hamas em Gaza, ao mesmo tempo em que defendeu a realização de novas eleições — em abril, uma pesquisa do Canal 12 mostrou que 42% dos israelenses defendem a renúncia imediata de Netanyahu, e que 44% querem uma nova votação "nos próximos meses". Para Gantz, essa eleição deve ocorrer em outubro.

— Para garantir uma vitória real, é apropriado que no outono [no Hemisfério Norte], um ano [após] o desastre, realizemos eleições que eventualmente estabelecerão um governo que conquistará a confiança do povo e será capaz de enfrentar os desafios [de Israel] — declarou. — Apelo a Netanyahu: estabeleça uma data eleitoral acordada. Não deixe nosso povo ser dilacerado.

Em comunicado, o ex-premier e expoente oposicionista Yair Lapid elogiou a decisão de Gantz, e pediu a saída de Netanyahu o quanto antes.

“A decisão de Benny Gantz e Gadi Eisenkot de deixar o governo é justificada e importante”, afirmou. “É hora de substituir este governo extremista e falido por um governo que irá restaurar a segurança do povo de Israel, trazer os reféns para casa, reconstruir a economia e restaurar a posição internacional de Israel.”

No X, o antigo Twitter, Netanyahu fez um apelo pela permanência de Gantz, mas abrindo a porta para que novos grupos se juntem a ele no gabinete, formado pelo premier, pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, e que agora tem um assento vago. Outros três políticos, Gadi Eizenkot, aliado de Gantz e que também deixou o gabinete, Ron Dermer, ministro de Assuntos Estratégicos, e Aryeh Deri, ex-vice-premier e membro do partido religioso Shas, atuam como observadores.

“Israel está numa guerra existencial em diversas frentes. Benny, este não é o momento de abandonar a campanha — este é o momento de unir forças. Cidadãos de Israel, continuaremos até à vitória e à execução de todos os objetivos da guerra, principalmente a libertação de todos os nossos reféns e a eliminação do Hamas”, escreveu Netanyahu. “A minha porta permanecerá aberta a qualquer partido sionista que esteja pronto para se juntar aos esforços e ajudar a trazer a vitória sobre os nossos inimigos e a garantir a segurança dos nossos cidadãos”.

Além de ser um golpe político contra Netanyahu, e contra o discurso de que poderia unir a nação na guerra ao Hamas, a saída de Gantz deixa o gabinete de guerra sem membros da oposição, em tese dando ao premier mais controle sobre as decisões no campo de batalha, e potencialmente abrindo espaço para que integrantes mais radicais de seu Gabinete ministerial tenham voz ativa — neste domingo, o ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir, que defende a reocupação de Gaza, enviou uma carta a Netanyahu pedindo para ser incluído no gabinete.

"[É necessário ter ministros que] alertem em tempo real contra conceitos e pontos de vista aceitos por todos, mas que estavam errados", disse Ben-Gvir. "É hora de tomar decisões contundentes e corajosas."

O anúncio de Gantz estava previsto para ser feito no sábado, mas foi adiado por causa da operação militar que resgatou quatro reféns israelenses nos arredores de Nuseirat: Almog Meir Jan, de 21 anos; Noa Argamani, de 26; Andrey Kozlov, de 27; e Shlomi Ziv, de 41, foram capturados no festival de música eletrônica Nova, e levados imediatamente para a Faixa de Gaza. Um policial israelense morreu no resgate, enquanto o Hamas afirma que, no mesmo local onde foi realizada a operação, 274 pessoas foram mortas e mais de 400 ficaram feridas.

Neste domingo, o Hamas anunciou que três reféns israelenses mantidos no mesmo local morreram na ofensiva. Em vídeo publicado no canal das Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, neste domingo no Telegram, o grupo mostra três corpos, cujos rostos estão cobertos por tarjas, e afirma que são de alguns dos 251 reféns capturados no dia 7 de outubro de 2023.

— Seus reféns não serão libertados a menos que nossos prisioneiros sejam soltos — diz o vídeo, em referência aos prisioneiros palestinos mantidos em instalações israelenses, e que já serviram de moeda de troca no ano passado, durante as escassas pausas nos combates e solturas de reféns.

Na véspera, ao comentar a declaração de um porta-voz das Brigadas al-Qassam apontando que alguns reféns foram mortos na ofensiva em Nuseirat, um porta-voz militar israelense, Peter Lerner, afirmou à rede CNN que se tratava de uma "mentira retumbante". As autoridades de Israel não se pronunciaram sobre as novas alegações do Hamas.

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