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Por AFP — Jerusalém

O Exército israelense anunciou nesta sexta-feira que recuperou os corpos de três reféns que estavam na Faixa de Gaza desde o ataque sem precedentes do grupo terrorista Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023. Entre as vítimas confirmadas pelos militares está o brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos.

O corpo de Nisenbaum foi recuperado durante uma operação conjunta dos serviços de inteligência de Israel em Jabalia, no norte do território palestino. Ele foi capturado durante o atentado de outubro, quando saiu para buscar a neta de quatro anos em uma base militar na cidade de Re’im, no sul do país, onde ela estava com o pai, um soldado do Exército israelense.

Além dele, também foram resgatados os corpos do franco-mexicano Orión Hernández Radoux, de 32 anos, e do israelense Hanan Yablonka, de 42 anos. Os dois estavam no festival de música Nova, celebrado ao ar livre a poucos quilômetros da fronteira com o território palestino. A festa rave foi um dos alvos do ataque terrorista onde houve mais vítimas.

Ainda de acordo com o comunicado do Exército, os três reféns morreram no dia do ataque do Hamas, que desencadeou a guerra, e seus corpos foram levados para Gaza. A prática foi observada em conflitos anteriores na região, como na Segunda Guerra do Líbano, na qual grupos rivais sequestraram corpos de israelenses para envolvê-los em trocas por prisioneiros vivos.

As famílias das vítimas foram informadas sobre a morte após os exames de identificação forense, segundo o Exército. Hen Mahluf, uma das duas filhas de Michel, lamentou a morte nas redes sociais, afirmando estar de "coração partido": “Quem diria que essa seria nossa história, que esse seria seu fim. Nosso Papi, o coração está partido 💔”, escreveu Hen, em hebraico, numa publicação no Facebook.

Na imagem que acompanha a postagem, a família informa que o sepultamento de Michel ocorrerá no próximo domingo no cemitério de Givat Zion, em Ashkelon. “Caiu em batalha e foi sepultado para sempre, meu filho, nosso pai, nosso avô, nosso querido e amado Michel Nisenbaum”, diz um trecho.

O brasileiro Michel Nisenbaum está desaparecido em Israel desde o ataque do Hamas — Foto: Reprodução
O brasileiro Michel Nisenbaum está desaparecido em Israel desde o ataque do Hamas — Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade aos amigos e parentes de Nisenbaum em uma publicação no X (antigo Twitter).

"Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina", escreveu o presidente.

Lula se reuniu com os a irmã e a filha de Nisembaum em dezembro passado, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), após o encontro, disse que a libertação do refém brasileiro era a preocupação principal do presidente. No Plenário, a filha Mahluf pediu que as autoridades brasileiras fizessem tudo o que pudessem para ajudar a resgatar o seu pai.

Também na rede social X, o presidente francês, Emmanuel Macron, expressou a "imensa tristeza" pela morte do franco-mexicano Hernández: "A França está mais comprometida do que nunca com a libertação de todos os reféns", acrescentou.

Em uma entrevista à AFP em janeiro, a mãe do refém, a francesa Marie-Pascale Radoux, pediu ao Hamas que cuidasse do filho "porque ele era fisicamente frágil".

Nisenbaum, um morador de 59 anos da cidade israelense de Sderot, perto de Gaza, foi contatado pela última vez em 7 de outubro, quando seguia para base militar para buscar sua neta. Divorciado e pai de duas filhas, nasceu em Niterói, estado do Rio de Janeiro, e se mudou para Israel quando tinha 12 anos.

Yablonka, fã de esportes e música, também tinha dois filhos, segundo sua irmã Avivit, que na terça-feira declarou à AFP que temia "más notícias" após o anúncio da repatriação de vários corpos de reféns.

Das 252 reféns sequestrados em outubro, estima-se que ainda estejam em cativeiro cerca de 125, incluindo mortos e vivos. Mais de cem foram libertados em novembro, quando esteve em vigor uma trégua temporária. Durante meses, Israel e Hamas mantiveram negociações indiretas para tentar um novo acordo, mas o diálogo travou no início deste mês.

"A recuperação dos corpos é um lembrete silencioso, mas resoluto, de que o Estado de Israel é obrigado a enviar imediatamente equipes de negociação com uma exigência clara de chegar a um acordo que devolverá rapidamente todos os reféns para casa: os vivos para reabilitação e os assassinados para enterro", manifestou-se o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas em um comunicado nesta sexta-feira.

Sob crescente pressão interna para conseguir a libertação dos reféns que permanecem em cativeiro no território palestino, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta sexta-feira em um comunicado que, "ao lado do povo israelense, minha mulher Sara e eu inclinamos a cabeça com profunda dor e abraçamos as famílias em luto neste momento difícil".

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