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Por , Em The New York Times — Nova York

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que o Ocidente enfrentaria a perspectiva de um conflito nuclear caso interviesse mais diretamente na guerra na Ucrânia, usando um discurso anual à nação para escalar suas ameaças contra a Europa e os Estados Unidos. Washington, em resposta, descreveu o alerta como "irresponsável", mas afirmou que não há sinais de perigo.

Putin disse que países ocidentais que estão ajudando a Ucrânia a atacar o território russo e que discutiram a possibilidade de enviar soldados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para a Ucrânia "devem entender que tudo isso ameaça um conflito com o uso de armas nucleares e, portanto, a destruição da civilização".

— Também temos armas que podem atingir alvos no território deles — disse Putin. — Eles não entendem isso?

Putin diz que intervenção ocidental na Ucrânia pode provocar um conflito nuclear e 'destruir a civilização'

Putin diz que intervenção ocidental na Ucrânia pode provocar um conflito nuclear e 'destruir a civilização'

Os comentários de Putin se referiam às declarações nesta semana do presidente francês, Emmanuel Macron, de que não poderia ser descartada a possibilidade de enviar soldados de países da Otan para a Ucrânia, um movimento que o Kremlin previamente disse que levaria para a "inevitabilidade" de um conflito direto entre a Rússia e a aliança ocidental liderada pelos EUA.

Horas mais tarde, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse a repórteres que a afirmação de Putin é irresponsável.

— Esta não é a primeira vez que vemos uma retórica irresponsável de Vladimir Putin. Não é uma maneira de o líder de um Estado com armas nucleares falar — disse Miller.

Os Estados Unidos e outros governos ocidentais têm tentado se distanciar dos ataques ucranianos ao território russo, enquanto os comentários de Macron foram rapidamente criticados por autoridades do Ocidente, que rejeitaram a mobilização militar.

Putin considera o território da Ucrânia ocupado pela Rússia como território russo e, para reforçar sua ameaça contra a proposta de Macron, usou aparentes referências às invasões fracassadas de Hitler e Napoleão:

— Lembramos o destino daqueles que uma vez enviaram seus contingentes ao território de nosso país, mas agora as consequências para os potenciais intervencionistas seriam muito mais trágicas — disse.

Os comentários foram feitos nos primeiros minutos de seu discurso anual sobre o Estado da Nação, um evento-chave no calendário do Kremlin. Nele, o presidente costuma enunciar seus planos e prioridades em um pronunciamento televisivo para centenas de funcionários, legisladores e outros membros da elite governante do país.

Ameaças nucleares

Neste ano, o discurso ganhou significado adicional por causa das eleições presidenciais da Rússia, programadas para 15 a 17 de março, nas quais Putin concorre a mais um mandato de seis anos. A vitória do líder russo é garantida, mas o Kremlin montou uma campanha publicitária coordenada antes da votação, buscando usá-la como um selo de aprovação pública para o governo e, por extensão, para a guerra.

Desde que invadiu a Ucrânia, há dois anos, Putin repetidamente fez ameaças nucleares veladas contra o Ocidente, buscando usar o enorme arsenal nuclear da Rússia para dissuadir o apoio da Europa e dos EUA à Ucrânia. No ano passado, ele pareceu ter diminuído a retórica nesse sentido, mas, nesta quinta, a retomou, unindo as ameaças com a alegação de que está disposto a reiniciar as negociações sobre controle de armas — contudo, sugeriu que somente se Washington estiver pronto para também discutir a guerra.

— A Rússia está pronta para um diálogo com os Estados Unidos sobre questões de estabilidade estratégica — disse Putin, numa referência às conversas de controle de armas com Washington que estavam em andamento antes da invasão da Rússia em território ucraniano.

A Casa Branca, por sua vez, rejeitou os esforços de Putin para colocar os Estados Unidos no centro de quaisquer negociações sobre a guerra na Ucrânia. Funcionários americanos disseram que os Estados Unidos não negociaram e não o farão em nome de Kiev.

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